Capítulo 5 - A Futura Chama

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"Insane, inside the danger gets me high Can't help myself got secrets I can't tell I love the smell of gasoline I light the match to taste the heat"

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"Insane, inside the danger gets me high
Can't help myself got secrets I can't tell
I love the smell of gasoline
I light the match to taste the heat"

Escuto, olhando para a paisagem fria das 6 horas da manhã através do vidro do carro, enquanto penso em alguma forma de driblar o sistema ou de, no mínimo, conseguir desvendar o código que encontrei com o novato. Quer dizer, não é lá tão difícil assim, o problema é conseguir separar as letras, só isso. Eu penso que, até a metade da aula, eu consigo resolver esse pequeno mistério e, quem sabe, passar para o próximo. Ou talvez pare com os códigos existentes e passe a criar os meus próprios códigos, coisa que martela na minha cabeça já faz algum tempo e depois de ver o Tomás usando o seu próprio, Jesus, eu fiquei muito empolgada. Tudo bem, não vou ter alguém para conversar por meio deles mas isso não importa, eu posso escrever para mim mesma e fim. Nunca precisei de ninguém para fazer nada e não vai ser agora que as coisas vão mudar.

"I ride the edge, my speed goes in the red
Hot blood, these veins, my pleasure is their pain
I love to watch the castles burn
These golden ashes turn to dirt"

Realmente, depois que o novato entrou na sala, as coisas parecem estar um pouco diferentes. É como se a atmosfera tivesse mudado e não é só na escola. Essa sensação me persegue em todos os lugares, como uma sombra que, apesar da aparência inofensiva, continua dando a certeza de estar sempre ali, ao meu lado, e sem garantia de ir embora. É difícil dizer se esses novos ares são bons ou ruins, mas, ao que parece, creio que a chegada do Carlos veio para afetar a vida de muita gente, inclusive a minha.

"I've always liked to play with fire
Play with fire
Play with fire
Fire, fire
I've always liked to play with fire"

- Filha - chama meu pai.

- Am? - desligo a música - O que foi?

- Chegamos - pega a minha garrafa de água e continua - Aqui, tome.

- Obrigada, pai - dou um pequeno abraço nele - Tchau, até mais tarde.

- Até - diz, se despedindo de mim.

Caminhando até o portão de entrada, uma garota grita do outro lado da rua:

- Sophia!

Viro-me para ver quem é e, reconhecendo a pessoa, grito de volta:

- Oi, Bruna!

Correndo até mim, a garota de cabelo e olho castanho, usando um  casaco verde-água, aparenta estar um tanto quanto animada. Talvez até demais do que de costume.

- Meu Deus, Sophia! - solta  um gritinho fino, misturado com uma risada e continua - Essa festa vai ser um máximo! Já sei até a roupa que eu vou usar. A maquiagem eu vou testar hoje à noite e...

Crônicas De Um Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora