Sunshine 2 [Jikook] [COMPLETA] [PARTE2]

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  O dia não parecia estar normal. Na nossa cidade, o costume era a temperatura estar muito baixa nos obrigando a enrolar até os pés, mas aquele dia foi diferente e estava muito, muito quente. Eu gostava da chuva, do vento gélido em minhas bochechas e de todo o frio que Seul me proporcionava, estava acostumado. O calor era tamanho que, mesmo que eu saísse para o trabalho, eu estava usando shorts, regata e carregando comigo um sorvete ao qual eu sempre tomava quando chega o verão.

  Depois das palavras preocupantes de vovó Jeon, Jungkook voltou muito abalado para casa. Nunca ouvi falar sobre o pai dele, mas ele não tinha a quem recorrer emocionalmente em meio a ser abandonado pela mãe e mesmo que parecia que estivesse tudo normal novamente entre eu e ele, eu sentia que ele não se sentia a vontade comigo, então não me senti na obrigação de ir conversar com o próprio. Sim, eu me sentia muito preocupado com ele, mas me sentia no dever de deixá-lo pensar no seu tempo que, aliás, Jungkook está em boas mãos que é a vovó Jeon.

  Mesmo assim, eu teria de proceder com os processos com a Senhora Yeh Shuhua. Só de pensar nesse nome, me da vontade de vomitar ou de socar a cara dela. Como um ser humano pôde fazer tantas coisas más? Será se ela tinha alguma humanidade? Eu realmente não queria saber nada vindo dela além do que o necessário, sentar com ela e tomar um cházinho da tarde é a última coisa que eu faria na minha vida, distância dela. Queria muito focar apenas em meu trabalho e em tudo o que havia de fazer, não queria pensar em emocionais de outras pessoas pois afetaria a minha concentração intensa, mas querendo ou não, eu amava Jungkook e queria muito estar ao seu lado nesse momento tão difícil.
Trabalhei durante a noite toda focado em tudo que, aos meus olhos, estava perfeito e só estávamos aguardando por um dia que pudéssemos marcar o julgamento. Até lá, Shuhua ficaria presa.

  O cansaço me tomava por inteiro, mesmo que eu estivesse tomado cafés o suficientes para me deixar acordado durante uns três dias. O engraçado é que, meus pensamentos me tomam por volta da hora da madrugada e me deixam mais sem sono ainda. Pensei nos meus anos perdidos e na possibilidade de que o que aconteceria se eu estivesse seguido a minha vida, o que seria de mim hoje. Provavelmete, eu não teria me envolvido com Jungkook novamente e não teria sabido de nada do que acontecia com ele, talvez seria melhor, ou não, nunca saberei. Peguei meu Whiski na intenção de esquecer esses pensamentos e me deixar acordado talvez mais disposto, mas só me fez lembrar mais e mais.
De uma coisa eu tinha certeza, eu amava Jungkook mas estava muito inseguro quanto aos sentimentos dele, e tinha medo de me entregar denovo e algo acontecer novamente. Mas também tinha medo de me esconder demais e acabar o perdendo. Era uma confusão em meio aos meus inúmeros goles de Whiski, que acabou perdendo a graça e fui a procura de mais.

  Minha mãe nunca deixava as luzes do andar de cima acesas, o que me dificultou a andar ainda mais por conta do alcool agindo. Mas as de baixo todas estavam ligadas, o que me chamou a atenção imediatamente. Eu andei ainda mais de vagar, com o pensamento de que alguém estivesse entrado em minha casa e, concretizei isso quando vi a porta da frente escancarada.

  Tremi no mesmo momento sentindo as minhas pernas bambearem e em uma tentaiva falha de tatear a parede em busca de algo para me segurar, acabei me desequilibrando e caindo escada a baixo, o que me deixou mais assustado na imaginação de que, o alguém que estava em minha casa, ouviu o barulho estrondoso. Me levantar parecia a coisa mais difícil que eu havia feito na vida, ainda mais por estar tonto depois da queda. Mas, depois de pensar na possibilidade de meus pais estarem em perigo, consigui me manter em pé e caminhar nas pontinhas até a cozinha, onde encontrei minha mãe chorando.

   — O que aconteceu, mãe? — fui meio relutante por estar só de cueca, o que eu podia fazer! estava calor demais.

   — Seu pai... — arfou — Seu pai foi embora!