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Auditório do CDIA (Centro de Desenvolvimento da Inteligência Artificial), Espirito Santo, BR - 2036

- Hoje, é um dia importante para mim - disse João Vítor Moreira, um dos maiores inventores do mundo e desenvolvedor de armas para o exército.

João, é um homem alto que usa um jaleco branco. Pele escura e cabelos grandes cacheados e castanhos escuro. Seus olhos também são castanhos escuros e ele usa um cavanhaque.

- Hoje faz 3 anos que minha filha nasceu. - João continua. - Apresente-se IA.

- Olá, eu sou IA - disse a garotinha, com as mãos para trás, toda tímida, que mesmo que por fora tenha uma pele sintética de tonalidade escura, cabelos cacheados e olhos castanhos escuros, construída com as feições de seu criador (João), por dentro dela só haviam circuitos e metal... Ela é como eles. -, fui desenvolvida pelo papai para agir como um humano, ser capaz de amar e ser amada, para sempre estar junto de meu pai.

Ao terminar sua fala, ela olha para seu pai e da um sorrisinho, que fora retribuído por ele. Diferente de outras máquinas, ela parece colocar sentimentos em suas palavras, mas isso tudo é falso.

- E hoje - João continua -, tenho que agradecer aqueles que me deram a tecnologia que mudou a minha vida, os Autobots!

Um holograma é projetado, e logo todos percebem que se trata de Optimus Prime, o líder dos Autobots. Logo em seguida, mais dois outros hologramas são projetados, Perceptor e Crosshairs, cientistas da equipe Autobot.

- Em nome de todos os Autobots - o holograma de Optimus Prime fala -, é uma honra poder contribuir com um sonho de um humano. É o mínimo que podemos fazer por vocês, que nos deram abrigo em seu planeta por quase 30 anos. Nós estaremos aptos a ajudar no que for necessário.

O holograma não transmite mais nenhum som e o auditório fica em silêncio. Até então, todas as luzes do auditório estavam apagadas - exceto as luzes que emanavam do chão, em direção ao João. Mas logo após o encerramento da fala do holograma, as luzes se acendem e João abre a sessão de perguntas para os jornalistas que estavam ali. Porém, parecia que só haviam duas perguntas que os importavam: Por que trocar uma criança de verdade por uma máquina? E o agradecimento aos Autobots seria uma afronta a seu adversário comercial? Ao Johnny Cage? Mas ele responde:

- Pra mim, ela é uma criança, ela é minha filha e ela é HUMANA! E não! Não foi uma afronta a ele. É um agradecimento aos próprios Autobots, por eles me ajudarem a criar essa coisinha - João fala, olha para IA, com um sorriso em seu rosto. - Johnny Cage é um xenofóbico e um louco. Se eu quiser afronta-lo, não me importo de ir até ele.

Os jornalistas fazem algumas outras perguntas, que são devidamente respondidas.

Por fim, João encerra a sessão de perguntas e os dois deixam o local, e então, seguem aos bastidores para algumas fotos.

Mais tarde, ambos se encaminharam ao estacionamento. E chegando no carro, João para e encara IA por alguns instantes. Ele começa a pensar no real motivo de ele ter criado IA: Ele a criou para preencher um vazio dentro dele;  vazio criado por um amor da adolescência, que fracassou totalmente. Ao entrarem no carro, IA olha para seu pai, assimilando suas ações, e então o questiona:

- Papai, por que você me criou?

IA assemelha ter uns 12 anos, ela veste roupas comuns pra idade dela. E sua voz é calma e serena, uma voz infantil.

- Sempre achei que estar sozinho seria bom, mas ainda sim sentia que precisava de alguém do meu lado, então, criei você - disse João, sem olhar pra ela, pois estava ocupado manobrando o carro. - Você é um fruto de uma promessa que fiz a uma pessoa a muito tempo.

João uma vez prometeu a uma pessoa uma vida perfeita, um futuro feliz.

Mas coisas aconteceram...

Coisas João jamais poderá se perdoar...

E então ela pergunta:

- E por que nunca se casou?

Ele para o carro e a encara por alguns segundos, procurando uma resposta e diz:

- Por que se eu me casasse, eu não teria você.

Ele disse isso com sorriso falso no rosto, mas IA não foi capaz de perceber e inicia outra pergunta, porém é interrompida por ele, que pede para que não toquem mais no assunto. IA se cala e por um instante, e então, decide quebrar o silêncio dizendo que está com fome.

IA é capaz de sentir sensações e sabores, mesmo que ela não precise, ela adora comer. Então ela e seu pai vão a uma sorveteria da cidade, brincam e sorriem até o fim da tarde. Eles se amam muito, ele a ama muito, já ela, só segue uma programação.

Transformers: RebootOnde histórias criam vida. Descubra agora