Capítulo 9

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             Maldita hora em que eu havia me metido naquele buraco, pensei correndo entre as estreitas paredes de pedra

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             Maldita hora em que eu havia me metido naquele buraco, pensei correndo entre as estreitas paredes de pedra.

Quando estava com o conselheiro eu mal percebia as paredes ameaçadoramente fechadas em volta de mim, não era como se eu estivesse lá. Realmente viajei no tempo e por um momento aquelas pedras não pareciam existir, mas agora meus olhos estavam bem abertos e concentrados no presente e naquele presente eu estava presa em uma caverna submersa.

Precisava me concentrar pois aquela não era a única ameaça que eu enfrentaria dali em diante. Infelizmente eu não tinha tempo para lamentar minha falta de sorte.

Entrei em mais uma câmara da caverna e vi o indivíduo de quase três metros sentado no chão.

— Olá! – Gritei.

Ele olhou para trás me fitando com o único olho castanho.

Afinal ciclopes não tinha dois.

— Você, – ele disse se levantando – há quanto tempo menininha.

Eu o olhei confusa.

— Já faz muito tempo – ele pareceu um pouco confuso também – Você não mudou muito desde aquela época, isso é estranho para os humanos.

— Eu não o conheço, – falei – não que eu me lembre.

— Não me conhece?! Você roubou minha refeição! – ele gritou o eco se propagou por todo o lugar me atordoando – Atena me prendeu aqui desde então e disse que um dia eu teria a oportunidade de me vingar, ela não mentiu.

Ele parecia muito feliz com isso e eu não parava de me perguntar quando eu havia me encontrado com ele na primeira vez. O Conselheiro não havia dito nada sobre isso.

E mais uma vez Atena.

Ela provavelmente queria me matar. Muito irônico para alguém que havia salvado a minha vida.

Olhei para o ponto atrás do ciclope. Lá estava o que eu havia vindo buscar.

— Eu não sei por que tem raiva de mim, mas eu preciso que o senhor me deixe passar é importante.

— Minha comida também era importante! – ele rugiu.

Se ele não me deixasse surda com aqueles berros ou não me matasse com aquele bafo podre ele me esmagaria como estava tentando fazer agora. Com dois passos ele estava quase na minha frente chutando.

Mesmo assim dessa vez, eu não estava com medo. Não que ele não parecesse assustador, ele era assim como seus gritos e seus movimentos violentos, mas se eu havia escapado dele uma vez eu poderia fazer isso de novo. Aquelas paredes eram minhas piores inimigas. Enquanto eu me esquivava ofegante e fadigada por não ter ar fresco e em uma de suas investidas um de seus pés me atingiu de raspão, foi o suficiente para me rolar pelo chão.

Contos de Pandora [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora