Capítulo 12

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             Depois de sair daquela cela assustadora tudo parecia uma maravilha, as coisas não pareciam mais tão assustadoras, eu poderia correr, me esconder, não haviam 6 paredes me prendendo. Me esgueirei silenciosamente na escuridão atravessei o pátio devagar vendo ao longe os guardas que conversavam na porta principal, como Carmelo havia dito eles estavam tão seguros sobre a incapacidade de alguém escapar dali que simplesmente estavam relaxados. Tomei um susto quando um gato passou correndo por mim, ele era branco e passou na frente dos guardas que o ralharam.

Me recompus e continuei avançando até alcançar a parede que me levaria para cima olhei e vi duas janelas, no entanto não havia maneira de escalar aquelas paredes lisas. Se eu fosse uma aranha eu poderia subir, pena que eu não era. Continuei andando procurando algum lugar onde eu pudesse entrar. Encontrei uma porta de serviço e estava aberta. Só haviam roupas sujas ali.

Suspirei, pegando um lenço prendi o cabelo no topo da cabeça e o escondi com ele, então peguei uma capa e me enrolei nela e mais uma trouxa e parti mais uma vez. Eu apenas precisava andar naturalmente e não deixar que reparassem nos meus olhos, há uma hora dessas as criadas já estariam levantadas para começar os afazeres do dia então não desconfiariam se vissem uma perambulando por ai. Parei de andar como uma fugitiva andei mais apressada e até ver uma luz ao longe, era uma porta. Me apressei para entrar nela, quando flagrei um soldado e uma criada em situação nada convencional, aos beijos num canto escuro perto do muro. Corri para entrar.

— Ei – ele gritou.

Parei sem me virar.

— O que você viu?

— Eu? Não vi nada não sei de nada e se me perguntarem eu não lhe conheço – eu disse rápido.

Eu não conhecia mesmo.

Ouvi o suspiro aliviado da criada então me apressei e entrei.

Encontrei algumas moças no corredor, mas não as olhei, eu precisava chegar ao terceiro andar. Quando subi os primeiros degraus, ficava mais confiante a medida que avançava, mas no segundo andar as coisas começaram a se complicar. No primeiro degrau para o terceiro andar encontrei um soldado descendo as escadas, calma disse a mim mesma, afinal tudo estava indo tão bem. Porém quando estava na metade do caminho quando ele passou do meu lado segurou o meu braço.

— Ei, como eu não vi uma beleza como você aqui antes?

Assim que eu ergui o rosto inevitavelmente para encara-lo ele prendeu os olhos em mim. Então arrancou o lenço da minha cabeça fazendo meus cabelos caírem sob os ombros.

— Como conseguiu escapar do calabouço?

Eu não respondi o chutei entre as pernas e o empurrei, não olhei para trás enquanto o ouvia rolar as escadas, ele não morreria com isso ao menos eu esperava que não. Realmente ouvi os gritos deles avisando a todos que a prisioneira havia escapado. Eu estava tão perto, só mais um pouco.

Cinco deles apareceram na minha frente bloqueando meu caminho, tirei a espada da bainha, como sempre imaginaram que apenas um seria o suficiente para me deter e foi o primeiro que eu derrubei antes que os outros quatro tentassem. Peguei o escudo do outro, não para me defender, mas para passar por ele, os derrubei usando a força deles contra eles mesmos. Eles não eram como os homens que eu havia encontrado na floresta, eles eram bem mais fortes e eu não poderia manter uma luta com eles por muito tempo, o cansaço acabaria me derrotando aos poucos, então eu precisava fugir para encontrar meu objetivo principal.

"Como pretende derrotar o inimigo se não mata-lo?" Uma voz masculina, que me lembrei pertencer ao próprio Ares deus da guerra, perguntou a mim.

Contos de Pandora [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora