– Então vocês juram que não foram vocês?
Estamos caminhando pelos corredores da escola em direção a sala da primeira aula e os meninos insistem em dizer que não tiveram nada a ver com a brincadeira de ontem.
– Não. – Marco nega.
– Até gostaria de ter pensando nisso mas não, não fui eu – Jack ri e paramos ao lado do armário dele.
– Então... – Marco encostas as costas nos armários ao do do Jack. – Quem além de nós dois sabe da sua amiga imaginaria?
– Eu... eu não sei, cara – bufo frustrado. – Eu falava sozinho na escola, como nosso querido amigo Jack já te contou – Jack sussurra um "por nada" e eu continuo. – Mas nunca disse que estava falando com a Maia, ela me pediu para fingir que ela era invisível e se eu tivesse contado para alguém, tínhamos nove anos e eu era o garoto estranho, alguém ainda se lembraria dessa história?
– Oh, droga! – vejo Marco sorrindo. – Eu queria ter me mudado para cá nessa época e visto esse momento vergonhoso ao vivo.
– Foda-se, Marco.
Começo a caminhar para longe dos dois, Jack pega os últimos livros, fecha o armário com pressa e me segue ao lado do Marco.
– Ei, Noah?! – Jack me segura pelo ombro e me faz parar de andar e virar para ele. – Todo mundo já teve amigos imaginários quando criança. Totalmente normal, não é , Marco?
– Uhum, totalmente.
– Então, o seu lance foi mais forte e você foi um pouco zoado quando criança mas já superamos isso, okay? – aceno positivamente com a cabeça. – Nós meninos não pensamos nisso o tempo todo, podemos te zoar aqui e ali, mas não é nada sério. E as garotas? Cara, quando você entrou pro futebol e ficou forte, elas simplesmente esqueceram – dou risada. – Na boa, tu bebeu algo ontem à noite?
– Ou cheirou? – Marco pergunta curioso.
– Meu Deus, não! – começo a rir. – Bem, espera, bebi assim que cheguei na festa mas não era nada tão forte.
– Podia estar batizado? – Marco questiona Jack.
– Estava! – Jack afirma com certeza. – Estava sim e você teve uma alucinação. É isto. Mistério resolvido.
– Algo tão forte a ponto de alucinação com menos de um copo? – questiono.
– Mandou bem, Velma Dinkley! – diz Marco, fazendo piada com a cara do Jack.
– Você também Daphne Blake, ficou só parada aí sendo bonita.
– Meu Deus, parem! – saio rindo e escuto o sinal bater indicando o início das aulas. – Vejo vocês depois do treino. NA MÁQUINA DE MISTÉRIOS! – grito pois já estávamos longe um dos outros.
(...)
O treino estava para começar e eu estava me aquecendo como de costume. As líderes de torcida entraram no campo e entre elas estava Ally, ela sorri e acena.
Olho em volta. Isso foi para mim?
Não tem nenhum menino do time perto de mim, mas eu ainda estou cético e aponto com o dedo para mim mesmo e sussurro: "eu?".
Ela ri e afirma positivamente com a cabeça. Aceno de volta para ela.
Meu Deus, eu sou um garotinho de tudo porque ela mal acabou de virar as costas para mim e eu já estou planejando correr atrás dos meninos para contar para eles.
– Centineo! – ouço o técnico gritar. – Vamos começar. Quer prestar atenção aqui ou ir dançar com as garotas?
– Já estou indo, técnico.
Ele passa as instruções e em pouco tempo estamos jogando uns contra os outros no campo. Eu gosto do jogo, tem objetivo. E claro, eu sou em maior parte nerd, mas estar no time é incrível. Não é só pelo casaco, é por mais, pela adrenalina do momento talvez. Quando as pessoas estão torcendo por nós. Uau. É incrível. Amo os aplausos depois de quando fazemos um bom jogo.
– Vai, Noah! – escuto alguém gritar e procuro. – Oh, não! Essa garota de novo?
E então vem o impacto. Uma bolada na cabeça e caio desacordado no chão.
– Centineo? Tudo bem?
– Sim... acho que sim, técnico.
– Okay, garotos! Liberados. Levem o Centineo para o vestiário e se ele se sentir mal é direto para a enfermaria, certo?
– Certo! – ouço alguns dos meninos falarem enquanto outros me ajudam a levantar.
No vestiário eu tomo um banho e me troco. Minha mente não para. O que essa garota estava fazendo na escola? O que essa garota fazia na arquibancada torcendo por mim? Quem armou essa merda para mim e porque?
– Noah? – James senta ao meu lado no banco que fica dentro do vestiário. – Tudo certo aí? Todos já foram e se você estiver sentindo algo...
– Não, cara, valeu! – digo. – Pode ir. Eu estou bem. Só vou colocar os tênis e estou indo.
– Okay. – James se levanta e caminha para sair do vestiário. – A gente se vê.
James sai e eu termino de calçar meus tênis e saio.
Caminho pelo corredores da escola rumo ao estacionamento, onde os Jack e Marco devem estar me esperando. Viro o corredor e trombo com alguém.
– Desculpa, eu...
– Tudo bem.
Reconheço logo a garota na minha frente.
– Whoa, whoa, whoa... As alucinações já deveriam ter passado. – esfrego os olhos com força esperando que quando eu os abra a garota em minha frente tenha sumido.
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Imagination [short] + nc
Fanfiction" Se você ama algo, ou alguém, você se compromete, você persiste, você se dedica, você se mantém firme apesar dos desafios e dificuldades, pois o amor cria laços, o amor solidifica tudo." - Eduardo Colamego Noah criou Maia. Noah amou Maia. Noah a so...