– Eu não sei... eu...
Meu celular começa a vibrar no bolso na calça, Jake esta me ligando.
– Droga! É o Jack. Os meninos estão me esperando. Eu costumo levar eles para casa depois da aula.
Volto a andar em direção ao estacionamento.
– Jack? – Maia se anima. – Senti falta dele. Ele ainda é baixinho?
– Sim, ele não cres... Calma, Maia – a encaro. – Você não pode falar com ele.
– O quê? Por quê?
– Eu estou te vendo, mas droga, Maia, você é invisível. Eu estou parado aqui falando com uma garota invisível – desencadeio a falar. – Eu estou aqui novamente nessa escola falando sozinho.
– Você não está falando sozinho. Isso não é legal.
– Eu não quero te magoar. Sério. Não mesmo. Mas nós dois sabemos que só eu te via. Só eu te vejo...
– Sei...
– Sinto muito, Maia. Mas vamos fazer como quando éramos crianças, okay? Vamos fingir que você não está aqui.
– Okay! – Maia concorda meio decepcionada.
Continuamos caminhando rumo ao estacionamento. Maia pega minha mão e entrelaça seus dedos aos meus, lembro que andávamos muito assim quando crianças. É estranho, mas ao mesmo tempo familiar.
– Então... – ela começa. – Você entrou pro time.
– Não começa, tá? Eu gosto.
– Sei – ela solta um risinho abafado. – Seu técnico já te viu correr? – ela ri alto e leva uma das mãos para a boca tentando controlar o riso.
– Eu sei correr! – a encaro com o ego um pouco ferido.
Maia começa a rir e sinto meu celular vibrar novamente no bolso.
Sério, Jack! Sério?
Puxa Maia pela mão e começamos a andar mais rápido. Avisto Marco encostado no meu carro e Jack com o celular na orelha.
– Achei que você tivesse sido abduzido. – Jack diz assim que me vê. – A pontualidade é uma coisa maravilhosa. Você deveria tentar um dia.
– A gratidão é uma coisa maravilhosa! – abro a porta de trás do carro e finjo arrumar a mochila no banco dando tempo para que Maia se aloje ali. – Eu te dou carona, então, você deveria tentar um dia.
Marco ri e se senta no banco de trás ao lado da Maia. Jack se senta no banco da frente e eu passo rapidamente o cinto pelo meu corpo e começo a dirigir com pressa.
Tenho que chegar em casa o mais rápido possível. Eu e Maia precisamos entender o que está acontecendo. Preciso saber se não estou ficando louco.
– Então... – Marco pigarreia. – O que vamos fazer hoje?
– Maratona de Freaks and Geeks? – Jack pergunta.
– Talvez Stranger Things – Marco diz. – Já que coisas sem explicações estão acontecendo nesse carro. Não é, Noah?
– O que? Hum? – estava meio desatento, apenas focando em chegar em casa o mais rápido possível e olhando constantemente pelo retrovisor para Maia que apenas observava a paisagem.
– O que vamos fazer hoje? – Jack pergunta sem paciência.
– Ah, sim... – relaxo um pouco o corpo e tento não parecer estranho. – Hoje eu não posso. Estou meio ocupado com umas coisas...
– Tem uma coisa a ver com a garota no carro? Porque, cara, uma hora você vai ter que falar dela.
Jack fecha a boca e eu paro o carro com tudo. Nossos corpos são jogados para frente. Graças a Deus todos estão de cinto.
– Mano... – Marco se recupera no banco de trás.
– Você é louco? Poderia ter matado a gente? – Jack me fuzila com o olhar.
– Vocês conseguem ver ela?
– Vocês conseguem me ver?
Maia e eu perguntamos ao mesmo tempo.
– Mas é claro. Por que não conseguiríamos. Bando de louco. Certeza que vai ficar a marca desse cinto no meu corpo e...
– Noah? – escuto Maia chamar baixinho. – Como?
– Eu não sei, Maia. Eu não sei...
– Maia? – Marco nos encara. – Espera a sua Maia?
– Sim.
E então Marco e Jack começam a gritar feito loucos.

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Imagination [short] + nc
Fiksi Penggemar" Se você ama algo, ou alguém, você se compromete, você persiste, você se dedica, você se mantém firme apesar dos desafios e dificuldades, pois o amor cria laços, o amor solidifica tudo." - Eduardo Colamego Noah criou Maia. Noah amou Maia. Noah a so...