eight

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– Eu vou matar você!

Maia reclama e estica a mão para mim. Fiz Maia se despedir da minha mãe e aguardar escondida no quintal até meus pais dormirem para entrar pela janela.

– Não é foi tão ruim assim vai... – retiro uma folha de árvore do seu cabelo, há uma árvore ao lado da janela do meu quarto, Maia usou ela para subir. – Você poderia ter ido dormir na casa dos seus pais ou sei lá... Aliás, como estão seus pais?

– Noah... é...

– O que foi? Eles estão bem? Aconteceu algo com eles?

– Não, é só que eu deveria te contar algo...

– Fala, Maia.

– Meus pais... eles meio que... – a encaro atento a cada uma das suas palavras. – Bem, você nunca realmente imaginou eles, sabe?

– Como assim?

– Você nunca realmente viu eles. Eu falava sobre eles e você apenas imaginava na cabeça mas nunca realmente colocou eles na sua vida.

– E isso quer dizer que?

– Noah, eles não existem – ela solta de uma vez.

– Mas como? Não. Não pode ser.

– Desculpa...

– Mas a sua mãe... ela tinha aquele cabelo colorido. E seu pai? E as tatuagens?

–  Noah, sinto muito. Mas acho que pais que são incríveis cem por cento do tempo só existem na imaginação mesmo.

– Isso é tão confuso – sento-me na beirada da cama. – Nossa, Maia. É como se eu tivesse perdido alguém...

– Acho que é normal sentir isso – ela se senta ao meu lado na cama. – Seria legal. Eu poderia ir dormir lá hoje. E por todos os outros dias. E não teria dormido no seu quintal como fiz noite passada...

– Você o que? – digo chocado. – Dormiu no meu quintal?

– Você fugiu de mim – ela da de ombros. – O único lugar que eu conheço bem é a sua casa. Ela não mudou nada.

– Maia, eu sinto muito.

– Ah, okay. Tudo bem, Noah. Acho que eu também ficaria um pouco assustada numa situação dessas e surtaria como você – ela solta um risinho contido no final.

– Confesso que me assustei – seguro a mão dela e olho em seus olhos. – Mas estou feliz que você está aqui.

Com a Maia eu não tinha vergonha. O que era estranho já que perto das outras garotas eu literalmente passava mal. Mas com Maia eu me sentia eu mesmo, do mesmo jeito que sou com os meninos. Era bom tê-la ali.

– Bem... – ela se levanta e encara o chão. – Duas ou três cobertas e eu ficarei bem.

– Não! – levanto também. – A cama é sua, pode deitar.

– Não... Tudo bem.

– Maia, deita! – falo sério e ela se rende e caminha para a cama.

– Mas você também não precisa dormir no chão – ela se deita e da dois tapinhas no espaço vazio do colchão ao lado dela. – A gente já fez isso antes.

Me deito ao lado dela e ficamos os dois encarando o teto até que escuto a respiração da garota ao lado ficar pesada. Não demora muito e adormece.

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⏰ Última atualização: Nov 23, 2018 ⏰

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