REVERBERATE

Toda conquista tem um preço

• Capa | Blake Sartori •

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Me alimente com problemas, mas eu não te dou certeza que te devolverei resultados.

POV. Anne Nercessian

Eu sentia o frio avassalador da França correr por cada átomo do meu corpo, mas me mantinha firme e em pé, mesmo estando desprotegida para aquelas temperaturas... Meu peito doía ao respirar, mas eu continuava em pé, com meu uniforme de lycra preto com o emblema do internado, Lamartine Institut.

- Quem desistir, quem se quer não aguentar ficar em pé, sofrerá as consequências. - O instrutor de resistência falou alto e firme, enquanto caminhava entre as fileiras de jovens mafiosos e analisava cada um. - Quer pedir para sair? - Ele parou do meu lado e eu engoli seco ao ouvir sua voz grave, eu odiava ele. - Eu te fiz uma pergunta! - Gritou.

- Não. - Disse séria sem olhar para ele.

- Eu não ouvi direito! - Ele continuava a falar alto, com certeza para os outros ouvirem ele me humilhar, era um teste de resistência e ele sabia que meu ponto fraco era meu orgulho, ele sabia o ponto fraco de todos.

- Não, senhor! - Disse no mesmo tom, e fui surpreendida pela sua perna direita me dar uma rasteira e me fazer cair de joelhos, eu segurei minha respiração instantaneamente trancando meu maxilar para não transparecer a dor que eu havia sentido.

- Eu ainda não ouvi! - Ele disse mais alto e eu senti meu sangue ferver e levantei rapidamente do chão e o peitei.

- Eu disse: Não, senhor. - A frase soou totalmente mordaz que fez ele me medir e lamber os lábios, com certeza pensando nas consequências que sofreria. - Ou você está surdo? - Levantei uma sobrancelha.

- Levem ela. - Ele disse olhando para os seus ajudantes e eu congelei, ele iria me torturar, eu não queria ser torturada, eu odiava, eu não queria aquilo.

Então tudo ficou escuro e eu me vi correndo em um corredor sem fim, e nunca chegava a lugar nenhum.

Anne...

Ouvi alguém chamar meu nome naquela escuridão e corri mais ainda, tentando achar uma saída, eu não queria que ele me alcançasse, eu não queria, eu não queria, eu não queria...

- Anne! - Justin gritou e eu abri os olhos sentando na cama rapidamente batendo minhas costas com força na cabeceira estofada da cama, percorri com meus olhos rapidamente pelo local, eu não estava no Lamartine, eu ainda estava com o Justin, no motel, mas que merda... - Ei, calma. - Ele disse tentando chamar minha atenção para ele, enquanto eu ainda continuava ofegante e elétrica pelo pesadelo que tive, que estava mais para uma pitada de lembrança do meu passado.

- Mas que merda. - Passei a mão pelo meu rosto tentando me acalmar. - Eu disse alguma coisa? - Olhei preocupada para o Justin que apenas negou com a cabeça.

- Você só começou a se debater, foi quando me acordou, parecia estar tendo um pesadelo pesado. - Ele disse me analisando e se levantou da cama indo buscar um copo d'água.

- Desculpa por te acordar. - Peguei o copo e tomei um gole de água. - Se quiser voltar a dormir, eu não vou conseguir dormir de novo. - Disse simples.

- Ok. - Ele pegou o copo da minha mão e colocou no criado mudo, logo voltou a ficar do meu lado só que encostado na cabeceira. - Vem cá. - Ele me puxou e me abraçou de lado. - Já que nós dois estamos acordados, eu também não vou conseguir dormir agora, vamos jogar conversa fora. - Então me peguei saindo do seu abraço e deitando no seu colo e fiquei olhando para sua cara que estava com um sorriso no rosto, que problema nós estamos arranjando, ein Bieber?