Yakuza

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POV. Justin Bieber


- Mano, como você deixou isso acontecer?! – Chaz perguntou boquiaberto, depois de terem limpado a bagunça de hoje cedo.

- Merda, se isso cai no ouvido de inimigos, sabe como nossa imagem fica? – Cole disse em tom de alerta, enquanto eu permanecia quieto ouvindo os sermões deles, que provavelmente deviam ter segurado por um tempo.

- Já foi, agora temos que pensar em como resolver esse b.o. – Ryan disse olhando para os dois. – Não adianta jogar sermão e não ter solução para essa merda...

- Eu não vou fazer nada. – Disse o cortando e recebendo seus olhares de indignação. – Eu deixei acontecer, precisava entender algo. – Eu fiquei em silêncio por um tempo enquanto eles esperavam eu continuar, eu soltei o ar, percebendo que acabei não entendendo nada, apenas trazendo vergonha para o meu nome. – Mas no final das contas, eu só trouxe mais confusão para minha cabeça.

- Chefe... – Cole já disse com receio é eu levantei a mão para que ele parasse.

- Não precisam falar nada, sei que fiz merda. – Disse admitindo meus erros. – Hoje eu percebi que eu não tenho que elimina-los, mas sim os tornar subordinados ao meu poder. – Eu disse em um tom vazio. – Eu disse que não vou fazer nada, mas eu vou tomar medidas para que haja respeito quando ouvirem meu nome. – Eu permanecia no mesmo tom.

- O que você quer fazer? – Perguntou Chaz.

- Não vou sujar minhas mãos. – Disse e o meu plano passou rapidamente pela minha mente, me fazendo soltar um sorriso involuntário. – Eu só vou jogar a carne aos leões e eles vão brigar, enquanto eu assisto. – Ri sem ânimo.  – O cachorrinho do Gambino que sempre vai no nosso clube... – Olhei para O Ryan. – Mate-o. – Disse frio. – Em segredo, depois solte um boato que o Nercessian quer conquistar território matando os nossos.

- Você enlouqueceu de vez. – Cole disse boquiaberto.

- Eu só estou apenas dançando no ritmo deles. – Disse olhando para minha mesa. – Por isso é só, podem sair.

Assim que eles saíram, eu relaxei meus ombros e passei as mãos pelo meu rosto, como se aquele gesto fosse tirar toda a energia ruim que me rondava.

- Queria que estivesse aqui. – Olhei para o porta retrato do meu pai que tinha na minha mesa. – Não sei se estou fazendo certo, mas que merda! – Bati na mesa com força. - Talvez se você estivesse aqui... – Eu engoli o choro que queria sair. – A Vanessa ainda estaria viva carregando meu herdeiro. – Disse baixo e fui interrompido com meu celular vibrando e atendi sem olhar o visor.

- Quem é? – Perguntei mantendo um tom firme.

- Claro, você apagou meu número... – Aquela voz suavemente rouca disse do outro lado da linha... – Anne. – Ela respondeu minha pergunta. – Eu liguei para inventar uma desculpa por ter saído, mas meu dia foi tão fodido que não consigo nem mais mentir. – Fechei meus olhos sentindo identificação com suas palavras.

- Somente isso? – Disse com indiferença. – Você teve um dia fodido, eu estou tendo uma vida fodida. – Joguei na cara dela antes que se fizesse de vítima de novo. – Vou desligar...

- Espera! – Ela disse antes que eu tirasse o celular do meu ouvido. – Eu só queria conversar com alguém e não consegui pensar em ninguém...

- Eu não sou psicólogo para ficar ouvindo você falar. – Disse em um tom agressivo. – Por que não fala com seus cachorrinhos adestrados? – Disse me referindo ao Nolan e ao David.

- Eu não confio em mais ninguém. – Eu queria dizer "Eu também." – Vou desligar, eu sei que posso ter consequências depois de hoje...

- Se não confia em ninguém, por que me ligou? – Disparei e um silêncio tomou conta da linha, e por um momento me arrependi da pergunta, eu deveria ter apenas desligado na cara dela...

- Realmente não sei. – Ela parecia sincera, mas eu não sentia confiança nela. – Desculpa por qualquer coisa, eu não vou incomodar mais. – Ela disse séria e a ligação foi encerrada, aquela garota não parecia a Anne de sempre, estava melancólica.

- Tá todo mundo fodido nessa merda mesmo. – Sussurrei comigo mesmo e fitei o celular por um momento, por que eu estava preocupado com essa filha da puta? – Merda... – Me repreendi quando já me vi discando o número dela e ela atendeu com a voz mais rouca, como se tivesse chorado. – Porra... – Joguei a cabeça para trás. – Se você quiser conversar, pode vir para minha casa. – Disse e por instante um sentimento passou por mim, como se aquilo fosse haver consequências...


POV. Anne Nercessian

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