You opened the Door

3♢ Caminhos

Depois da cena melancólica no banho na noite passada, Lauren não demorou muito a dormir, pois estava muito cansada, e deixou suas lágrimas pesadas caírem por seu rosto até adormecer.

Na manhã de domingo, às 6 horas, acordou sentindo-se agitada demais para continuar dormindo. Consequências da noite anterior, com aquela pequena crise de choro que havia até contribuído para retirar um tanto do peso que ela sentia diariamente, mas ainda assim a deixava mais agitada do que de costume.

Ela escolheu por não tomar café da manhã pois iria demorar e talvez sua vontade de sair fosse embora. Para enganar o estômago, comeu uma barra de cereal. 

Lauren se importava com sua saúde (na verdade preocupava-se muito com tudo) ainda que às vezes saísse um pouco de uma dieta dita saudável. Sempre quando isso acontecia, sentia-se culpada.

Após um pequeno descanso a morena colocou sua melhor roupa de academia e foi se exercitar, pois estava bastante agoniada de continuar dentro de seu apartamento. Não era um hábito, ela sentia preguiça demais para sair assim em um domingo de manhã. 

Antes de sair ela quis verificar se havia alguma mensagem de Camila em seu celular enquanto ainda estava conectada ao WiFi. Tinha criado uma certa expectativa por isso, já que haviam se falado pela primeira vez por mensagem antes. Mas não tinha nada, e ela sabia que não teria nada. Óbvio! Por que Camila iria falar algo a essa hora da manhã e justamente com ela? Bufou e guardou o celular no bolso.

Desceu o elevador com os fones de ouvido conectados ao celular que passava uma música animada para poder incentiva-la.

– Bom dia! – Disse uma mulher que saia do elevador a frente.

– Bom dia!

Continuou a caminhar cantarolando e até ousando dançar disfarçadamente. Chegou a portaria onde Lerry estava. Era um senhor de mais ou menos 60 anos, com olhos claros, cabelos grisalhos e cacheados. Ele trabalhava como porteiro desde que Lauren chegara há alguns anos, mas sua estadia ali devia ser maior.

– Bom Dia, Lerry! – Falou um tanto alegre, retirando os fones.

– Bom Dia, senhorita Lauren! Está animada hoje.

– Tenho que estar, não é? Para fazer uma bela caminhada a essa hora da manhã ao menos tenho que estar animada. – Falou alongando as pernas. Quem a via assim poderia pensar que ela fazia aquilo de forma constante. Se soubesse que ela era a maior preguiçosa nesse quesito...

– Claro que sim! Mas não só agora, como também o resto do dia. Isso a faz viver mais.

– Então o senhor viverá por muito tempo.

– Isso só Deus sabe, mas na verdade acho que viverei até os 109.

– Por que exatamente 109?

– Só uma suposição. – Deu de ombros – Vá se exercitar menina, e cuidado com os olhares!

– Pode deixar, Pai. – Brincou com senhor que a essa altura já era seu amigo. – Até mais tarde.

Ao ir para o mundo de afora de seu prédio respirou fundo aproveitando o ar puro que entrava em seus pulmões. Ela estava cansada de saber que aquilo era algo que poderia acalmar a ansiedade infiltrada em seu corpo. Caminhou até chegar a esquina que havia uma faixa de pedestre onde atravessou para chegar ao outro lado. Depois de alguns minutos já estava na pracinha próxima. Haviam grandes árvores que cobriam boa parte da praça, parquinho para as crianças e bancos de pedra.

Lauren começou a dar voltas por ali as vezes dando uma corridinha para disfarçar. Depois de 3 voltas ela já estava cansada e decidiu sentar em um banquinho, praticamente se jogou respirando pesadamente tentando retomar o ar, fechando os olhos e descansando momentaneamente. Estava mesmo fora de forma. Ela poderia dizer para si mesma que iria ser mais ativa, mas ela bem sabia que não seria. Quando decidiu levantar para retomar sua caminhada, acabou por ver a imagem de ninguém mais ninguém menos que Camila Cabello não muito longe de onde estava.