5 ♢ Conversas.

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POV Camila

O veganismo chegou até mim através de uma amiga. Ela abriu meus olhos para um assunto que sempre me tocou muito. Sempre tive uma certa conexão com a natureza e os animais e fico me perguntando como não sou vegana há mais tempo. Quando eu tive Juliet, deixei claro que iríamos seguir o vegetarianismo eu e ela, e isso foi motivo de muitas discussões em casa. O pai de Juliet dizia que eu estava alienando nossa filha, mas permaneci consistente em meu estilo de vida. Meus pais acharam também acharam um absurdo e até hoje tentam me fazer desistir, mas eu sigo plena em seguir no que acredito.

Estávamos eu e Juliet na cozinha preparando a massa de uma lasanha vegana de cogumelos e espinafre, que ela amava. Minha pequena ajudante vestia um avental muito fofo e estava sentada na bancada colocando a massa no recipiente enquanto eu terminava de preparar o recheio. Meus pais estavam a caminho e eu não podia estar mais animada! Eles moravam um tanto distante de nós, mas sempre estávamos nos encontrando. Ou eu ia visitá-los ou eles vinham nos ver. Até por que Juliet era a única neta deles e eles eram muito apegados a ela.

– Mamá. – saí de meus pensamentos vendo Juliet me encarar com seu lindos olhos verdes. Suspirei aliviada, ela continua sendo um bebê. – Já tá bom?

– Deixa eu ver...olha só, está ficando ótimo! Bom trabalho, coelhinha – Beijei a pontinha de seu nariz, ela o franziu. Ela se parece tanto comigo. – Continue mexendo a massa enquanto eu termino aqui o recheio.

– Tá bem.

Ficamos ali um bom tempo preparando o nosso almoço. Eu e Juliet sempre fazemos coisas juntas na cozinha. É bom para que ela aprenda desde bem pequena em como se virar sozinha seja qual for a situação. Não quero que ela cresça totalmente dependente de mim para fazer para ela, seja o que for. Claro que, eu sempre estou a ajudando e guiando quando preparamos algo e não a deixo sozinha até porque ela era uma criança pequena. Mas, as coisas simples deixo para ela fazer e ela observa como é o trabalho das coisas mais complicadas e assim já vai absorvendo mais as informações.

Muitos pais acham que pelos filhos serem pequenos eles não tem capacidade de se virarem, o que é errado. As crianças são inteligentes e é bom incentivá-las nessa fase pois é quando aprendem para não mais esquecer.

Juliet é bem inteligente, diria até que madura para sua idade. Não que ela seja uma mini adulta, mas sua mente ouso dizer que fora mais incentivada. Muitas vezes os pais não acreditam o bastante nos filhos apenas por serem crianças, e acabam não os incentivando, não os estimulam. Eles não respeitam o tempo da criança e por essa ansiedade de acabar tudo no tempo deles, acabam fazendo um trabalho que a criança deveria fazer para ajudar em seu desenvolvimento.

Eu acredito em Juliet e que ela tem a capacidade de fazer qualquer coisa, então sempre estou a ensinando e incentivando para que possa absorver e aprender. Não a prendo em meus braços, deixo-a livre para escolher e para viver com seus próprios pés dentro do que é permitido para sua idade.

Juliet ainda estava sentada na bancada olhando atentamente minhas ações com seu sorriso sereno e as perninhas balançando. Coloquei a massa no forno e me aproximei de minha pequenininha.

– Agora nós vamos esperar algum tempo até que fique tudo muito bom e quente.

– Quanto tempo?

– Humm... – Pensei em alguma forma para que ela pudesse entender – O filme inteiro de Bob-Esponja, contando com os créditos.

– Isso é muito, mama?

– Se a gente se divertir vai ser bem rapidinho.

– Então, vamos assistir bob-esponja logo! – Disse saltitante.

You opened the DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora