● Capítulo- 3.1 Em revisão

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Onde estava as pessoas...

Eu estava destruída e sozinha, agarrada a um galho de árvore que balançava com o volume da água que passava por ele. Me equilibrei a procura de Junior e Luciano me sustentando sobre ele, não havia visto nenhum dos dois... não havia ninguém ali. Senti medo. - Onde estavam as pessoas!? - Questionei. Me pús a nadar de um lugar instável para algo que pudesse ser mais forte ou mais seguro, foquei em uma direção, procurando por outras pessoas ou qualquer coisa que identificasse onde eu estava. Não sabia dizer á quanto tempo isso durou, tive medo do anoitecer, tive medo de animais ou até mesmo de mortos. -Então, ouvi grunhido, um choro abafado, comecei a remar segura em um pau que flutuava... chamei por alguém... - Oi, tem alguém ai!? - Chamava e nada!

Até que ele respondeu, me chamando também... - Dom!? - respondi e remei, seguindo a sua voz... lá estava Junior em cima de um capô de carro velho preso, flutuando entre um monte de coisas destruídas... enlouquecido pelo pânico e medo... Ali, eu respirei enquanto procurava abrigo seguro, me senti responsável em cuidar dele, tínhamos um ao outro, juntos seguimos nadando de lugar a lugar, tentando alcançar o que parecia ser um mato alto e árvores... entre elas poderíamos ter chance de sermos salvo da água e de prováveis animais.

Foram horas. O tempo era incalculável.

- Dom? - Em um certo momento, Junior me para... - Olha é um bote! - Eu tive uma emoção estranha quando ouvi sua voz, não pelo bote mas porque sabia que meu irmão estava atento e ciente de tudo a sua volta, não em choque como havia pensado.

- Onde!? - Olhei para a direção em que ele apontou... Nadamos até alcançá-lo, era de madeira e parecia estar em bom estado, em um lugar onde tudo em volta estava destruídos, nada se encontrava intacto. Ele estava virado e tivemos dificuldades de move-lo, desistimos por um breve momento sentados em cima do seu casco. Tentei não chorar, por Junior..., por ele, para não assustá-lo, mais.

O tempo foi passando..., passando... e, antes que ficasse noite eu tentei pela última vez, usando uma madeira. A água nos cobria então mergulhei para olhar o que o prendia... A água era turva se misturava a quantidades enormes de entulhos talvez, uma construção fios enrolados segurava o bote, olhei no seu interior antes de emergi sem o ar em meus pulmões. Foi o pior susto de toda a minha vida. O nosso bote de plástico havia se prendido nele. Todo enrolado estava Luciano. - Como havia parado ali. Apenas Deus para saber.

- O que foi!? Dom. O que você viu!? - Não tinha coragem de dizer a ele, então gritei... com força, com medo ou pavor. Luciano estava morto. Mas, eu não podia deixá-lo, ali. Puxei o ar e com um fio de coragem eu mergulhei novamente, avaliei a situação. Sua cabeça estava coberta mas onde estava havia ar, mexi em seu corpo mas ele não se moveu. Apenas a água batia e o luar parecia instável eu tinha tirar Junior dali. Aquilo poderia ser arrastado e nos levar junto. Voltei a superfície e procurei algo que pudesse ajudar para retirar o plástico. - Junior preciso de algo que corta! Me ajude a procurar!? - Ele olhou de um lado para outro, assim como fiz. Nada ali servia para cortar. Por um momento tudo estava perdido, mas, Junior tinha um segredo. Ele enfiou a mão em seu bolso, ele estava com seu seu shorts predileto cheios de bolsos, era o uniforme de escoteiros retirou dele um canivete que continha mil utilidades. Foi surreal dei um casto beijo em sua face e mergulhei novamente, movi o plástico do corpo desprendendo- o, tirei Luciano debaixo dele. Sim, pensamos que estava morto mas nessa hora ele reagiu... reagiu de forma que parecia respirar de um jeito tipicamente fraco, mas, profundo. Pelo que eu entendia da ciência humana disse a Junior que ele estava vivo. Desprendido o bote dos fios e dessa vez conseguimos por sua proa para baixo. Retiramos o excesso da água e entramos nele, remar, com galhos e madeiras foi um desafio. - Não podemos ficar aqui Junior pode ser perigoso. - Falei e Junior balançou a cabeça.

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