"Nessa vida eu já estive no topo e já quase fui ao chão, mas nunca desisti do passeio. Te convido a embarcar comigo para uma breve voltinha." - aceitamos sugestões de sinopse.
OBS.: História completa (heeeee o// ), mas com espaço para vários ajusta...
O fato de eu ter saído meio louco e intempestivo do apartamento que dividia com Vladimir naquela noite pode me fazer parecer um cara impulsivo, o que admito que até era, mas eu era sobretudo um homem com um plano.
A experiência me mostrara que gastar desregradamente não era uma boa ideia, então tratei logo de me segurar, já que dessa vez não teria ninguém me guiar. Era preciso ser inteligente e pulso firme comigo mesmo e minhas finanças. Saber quando e onde gastar era essencial.
Comecei pelo básico: aluguei um lugar meia boca por dois meses adiantado; separei uma grana para necessidades (reais), um pouco pra emergências e o quase nada que sobrou eu decidi investir no meu futuro. O futuro incomum e cheio de promessas que eu estava traçando para mim mesmo.
Paguei uma academia de preço razoável e qualidade um pouco questionável, admito. Comprei algumas cuecas decentes e tratei de usar com sabedoria todo wifi grátis que eu conseguia em todo o lugar que eu ia. Fiz uma boa pesquisa e defini minha meta. Eu iria ser um garoto de programa, mas não queria ser só mais um na multidão (que se mostrara muito maior do que imaginei, o que por muito pouco não me desanimou). Usaria a genética a meu favor, claro, mas ainda estava em busca de algo a mais, já que nesse ramo ser bonito era quase um requisito básico. Ademais, a vida já havia me mostrado de uma forma muito firme que apenas beleza não te leva muito longe na vida. Mas que ajuda, ah isso ajuda.
Não que eu estivesse querendo ficar famoso nem nada, o que eu queria era mesmo era uma carreira sólida que me sustentasse na boa vida por uns bons anos até que eu não precisasse mais daquilo. Era algo aparentemente simples, mas que tinha que ser bem planejado para funcionar. Pra isso coloquei à prova todos os meus anos de estudo, a experiência de família e até mesmo alguns dos conselhos de Vladimir. Eu tinha que dar o braço a torcer e admitir que nem tudo o que o velhote falava era bobagem.
Como futuro homem de negócios que nunca cheguei a ser, meu projeto de pesquisa envolvia entender meu público, conhecer meus competidores, fazer bom uso das minhas qualidades e respeitar os meus limites. Se eu era um produto, tinha que saber pra quem eu queria me vender, qual preço eu poderia pedir e de que forma me apresentar. Pra isso eu visitei sites, saí na noite, observei outros garotos em ação, e até entrei em contato com uns dois caras, me fazendo passar por cliente. Claro que não escolhi os mais caros, porque a essa altura eu já tinha absolutamente estourado o orçamento, mas esse foi um investimento que valeu muito a pena, devo dizer.
Pra mim essa era a parte mais difícil. A ideia de ficar com um homem nunca tinha me apetecido antes. Já tivera minha quota de ofertas, mas sempre recusara já que da parte feminina nunca houve falta de interesse e disponibilidade . Mas eu estava nesse jogo pra ganhar, e ia ganhar, nem que pra isso tivesse que abrir mão do meu dito orgulho masculino.
O motivo dessa estratégia era bem simples: demanda.
A primeira coisa que ficou clara pra mim foi que os clientes masculinos são uma maioria nesse ramo, então não seria só pegando mulher que eu ia ficar rico. O que obviamente me parecia na época um sonho de consumo acalentável, mesmo que irrealista, portanto tive logo que descartar. Com isso em mente, eu cheguei a conclusão de que precisava ter um pouco de experiência prévia, já que não queria me passar por um novato para os clientes. Talvez isso até tivesse algum charme para alguns, mas o meu lado controlador não gostava da ideia de parecer inexperiente em algo, mesmo que eu fosse. E, eu tinha que confessar a mim mesmo, era preciso me colocar à prova. Afinal, só porque eu me achava capaz de ficar com um cara, não queria dizer que de fato fosse conseguir.
Eu poderia muito bem ter optado por sair com qualquer um em alguma balada por aí, onde eu já havia tirado a prova do meu sex appeal, e provavelmente me sairia mais barato, mas precisava ser prático. Não era só questão de ficar com um homem, mas precisava saber na prática como eles trabalhavam nesse ramo.
Foi assim que a título de experiência, contratei dois garotos de programa, um de cada vez, obviamente.
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