Начало

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Com o tempo correndo contra mim e o dinheiro desaparecendo mais rápido do que o previsto,  o jeito foi parar de enrolar e colocar logo meu corpinho a serviço.

Primeiro criei um site anunciando meus serviços, coloquei umas fotos provocantes e de boa qualidade evitando expor meu rosto, comprei um chip com um novo número de celular só pra isso, o qual coloquei junto a uma descrição dos meus serviços e atrativos no site, e então me restou conter a impaciência e esperar, algo que nunca gostei de fazer.

Felizmente, não demorou mais do que dois dias até que alguém fizesse contato.

Para meu alívio maior, a primeira cliente foi uma mulher. Modéstia à parte, sempre soube lidar com elas, desde novinho. Segundo a opinião geral das minhas parceiras, eu tinha uma cara de mau e uma pegada meio rústica que as deixava de pernas bambas, mas era o fato de ser um cara de fino trato, que sabia falar indecências em pelo menos três línguas diferentes, que realmente dava o cheque mate. Bem, estou só repetindo o que me disseram, que fique claro.

Saí muito confiante para atender Sílvia, a cliente, no hotel escolhido por ela. Sua voz ao telefone não havia entregado muito de seu jeito, mas pra mim seria apenas mais do mesmo. Não foi. Sílvia se mostrou como sendo uma mulher delicada de quase cinquenta anos que mal suportava um toque mais firme. Tive que trazer de mim toda a delicadeza que não possuía, mas no final a ganhei com meu francês. Não saí totalmente satisfeito dali porque algo me dizia que eu não tinha sido o meu melhor com ela. Mas pelo menos o dinheiro da academia para aquele mês, e os dois seguintes, já estava garantido. Tudo isso em apenas uma hora e meia de um trabalho não tão duro assim.

Depois de Sílvia veio um casal e com eles me diverti muito. O cara queria apenas olhar enquanto eu transava com a mulher, uma loira espetacular de uns trinta anos e com energia de vinte que fiquei sem saber se era marido, namorado ou amante. Não que isso fosse da minha conta. Depois de ter se saciado completamente e quase me esgotado por completo, ela decidiu que queria me ver retribuir o favor ao parceiro. Ele não pareceu nem um pouco surpreso, ao contrário de mim, ou reticente com a ideia. E foi assim que tive o meu primeiro cliente homem. Eu estava cansado, mas ele também, já que não se contivera apenas olhando minhas ações com a loira, então consegui cumprir a missão gloriosamente. E assim garanti o aluguel do apartamento e um extra ainda.

Um começo nada mal, eu diria. Nada mal mesmo.

Depois disso as coisas foram acontecendo e fui construindo minha carreira. Nem tudo foi fácil como a memória às vezes faz parecer. De começo os clientes eram escassos e houve momentos em que cogitei criar algum plano emergencial, mas com o tempo isso foi melhorando, especialmente porque alguns clientes voltavam e me indicavam para outras pessoas. Coisa que para mim era a maior prova de que estava no caminho certo.

Eu persisti apesar das dificuldades e a cada cliente satisfeito, meu próprio nível de satisfação pessoal aumentava muito. Não era só a questão do dinheiro, embora sim, esse tenha sido minha prioridade desde o começo, mas saber que alguém estava saindo mais leve ou mais animado por minha causa, que eu fiz o dia de alguém melhor, ou que propiciei a alguém viver e experienciar coisas que antes nunca tivera a chance de sentir, era uma massagem no ego tremenda. Logo o Russo aqui já não era mais uma mancha na sociedade, eu estava contribuindo, a minha maneira, para o bem dela.

Ou era o que eu gostava de pensar nos momentos em que a realidade me atingia sem pena.

Ou era o que eu gostava de pensar nos momentos em que a realidade me atingia sem pena

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