Capítulo 1

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Grrrrr. Eu odiava aquele homem. Não sei por quê o meu querido pai foi me apresentar pra ele. Só porque eu acabei de terminar um relacionamento não significa que eu estou desesperada por outro homem. Ele acha que só ele tem razão. Eu não quero outro relacionamento agora.
Mas o meu pai não entende. Tenho muitas lembranças, boas e ruins do meu ex relacionamento recente.

Eu amava o Kumar. Ele era um excelente rapaz. Meu primeiro amor de verdade. Foi pra ele que me entreguei inteira, que confiei fielmente até o fim. Soube respeitar o espaço que às vezes ele queria. Mas é aquele ditado: "O felizes para sempre, sempre acaba". E o meu acabou mesmo. Peguei Kumar me traindo com uma das minhas "amigas", se é que posso a chamar assim.
Doeu. Doeu muito. Ainda dói. Mas, vida que segue. Pelo menos estou tentando seguir a minha sem muito sucesso.

Perdi o meu namorado e minha melhor amiga ao mesmo tempo, e acredite, isso dói. Não tenho mais ninguém para me ouvir tagarelar sem parar depois de um dia cheio na faculdade e no trabalho. A não ser o meu pai. Mas ele também chega cansado dos sets de filmagens e logo dorme. Mas não posso reclamar, ele me dá toda a atenção do mundo quando está com o tempo livre. E foi assim que ele me apresentou o tal de "Jeremy Renner". Aquele cara que faz o mesmo filme com o meu pai.
Porquê meu pai teve que fazer isso mesmo?

- Olha filha, ele é só um amigo meu. Relaxa, ele é super de boa e você não precisa fazer nada de mais se não quiser. É que eu já cansei de ter que ouvir você chorar quando a noite chega.

Esse foi o que meu pai me disse, antes de me apresentar seu 'amigo' pra mim.

Se eu queria morrer quando ele disse isso? Ah, claro. Eu queria. Queria muito.

Depois de dias me enchendo para conhecer esse Jeremy, eu acabei aceitando, apenas para o meu pai me deixar em paz. Então, meu pai falou com o Jeremy e marcaram de me encontrar na Starbucks, pois meu pai sabe que é o meu lugar favorito no mundo. E o mais triste também. Porque foi lá que eu passava as tardes livres com o Kumar. Mas preferi deixar as lembranças de lado. Pelo meu pai.

Sai da faculdade, pois estudo de manhã, e era por volta da hora do almoço. Eu estava com uma voltade louca de ir para casa e tomar um banho para ir pro trabalho, mas nem sempre podemos fazer o que queremos.

Cheguei na Starbucks e lá de fora, vi meu pai e um homem de costas em uma das mesas que eu costumava sentar. Abri a porta e entrei. Meu pai que estava de olho na porta me viu e sorriu. Respirei fundo e fui até lá. Estava com medo. Agitada e anciosa. Cheguei na mesa e dei um beijo no meu pai. Quando olhei para o outro rapaz, vi que seus olhos estavam travados em mim.

- Jeremy. Essa é a minha filha, Kate. Kate. Esse é o Jeremy.

- Olá -eu disse meio baixo.

- Oi. É um prazer te conhecer. Seu pai me fala muito de você.

- Espero que seja coisas boas. -Brinquei olhando para o meu pai.

- Ah sim. -ele disse.

A primeira impressão que tive dele: "puxa saco" "falso" "idiota pro meu gosto". Tá bom, tá bom. Eu sei. Não estou facilitando, mas eu não quero mesmo um relacionamento agora.
Uma atendente veio a mesa perguntou educadamente o que eu iria querer.

- Um frappuccino tamanho tall de morango com uma leve essência de caramelo, por favor. -é o meu favorito.

Jeremy continuava me olhando. É constrangedor. Dei um sorrisinho pra ele e senti que corei. Mas é pela razão de estar muito apreensiva.

- Então Kate, você estuda o quê? -foi a pergunta dele depois de um curto período de silêncio.

- Eu estudo moda. Estou no terceiro ano.

- Que legal. Poucas pessoas que eu conheço estudou moda. É uma área legal. -respondeu ele.

- É sim. Adoro moda. Me identifico.

- Quando você adora o que faz, é mais prazeroso.

- Você é ator né? -foi a minha pergunta idiota.

- Ah sim. Sou ator. É a minha arte. Mas faço outras coisas também. -respondeu ele.

Meu frappuccino chegou e que delícia. Pelo menos uma coisa boa para me acalmar, tirar um pouco a minha tensão.

Jeremy tem um copo de café e toma um pouco. Ele continua me observando. Estou quase perguntando o que foi.

- Seu pai me disse que você acabou recentemente um relacionamento. Sinto muito por isso. -ele disse.

O QUÊ? PUTZ! Eu não acredito que meu pai fez isso.

- Pai!! Você sabe que eu não queria que ninguém soubesse disso. E você sai espalhando pro mundo inteiro foi?

- Eu não sou o mundo inteiro sabia? -Me disse com cara de quem se ofende.

- Filha. Olha. Eu só contei pra ele tá. Ele é de confiança. E ele também está solteiro filha. Já conversamos sobre isso.

- Ah pai! Pelo amor de Deus. Eu já cansei de falar que não quero outro namorado agora. E você sabe porquê. Está sendo difícil pra mim, e já não chega eu ter que ver aquela cara da Jami... -engasguei. Literalmente. Não consegui terminar a frase. A porta abriu. Fiquei paralizada.

- Kate? Você está bem? -Jeremy perguntou.

- Não eu não estou.

Meu pai entendeu o recado. Kumar tinha acabado de entrar na Starbucks com a namoradinha dele nesse exato momento.

- Filha relaxa okay?

- O que está acontecendo? Alguém me explica? -Jeremy estava confuso.- Kate, não precisa ficar chateada. Eu enten...

- Cala a boca! -eu o interrompi.

- Ei! Quem é você pra me mandar calar a boca? -Jeremy retruca.

- Parem os dois! Kate, peça desculpas. -meu pai se pronúncia.

Fiquei em silêncio. Kumar me olhava. Me perdi naqueles olhos cor de mel maravilhosos. Eu ainda o amava.

- Kate? -meu pai falou outra vez.

Meu pai me virou pra ele e me tirou do transe.

- Kate. Por favor, não faça isso de novo. Não quero que você se deixe levar outra vez. Ele não presta mais pra você. Acabou. -papai me colocando na realidade.

Jeremy entendeu o que estava acontecendo eu acho, pois olhou na direção do Kumar e me olhou de novo.

- Era aquele cara que você namorava? Sério? Acho que você merecia coisa melhor. Que ridículo. Aquela era a sua amiga? Eu não acredito! -disse ele com cara de deboche.

- Me deixa Jeremy. Vê se me esquece! Eu... eu... Eu te odeio!

Me levantei e sai. Raiva transbordava no meu olhar. A tristeza espairecia no meu coração. Eu ainda o amava. Amava muito.

- Kate! -ouvi o meu pai me chamando.

Continuei andando. Kumar me encarava e a cobra do lado dava risada da minha cara. Abri a porta. Sai correndo em direção ao meu carro. Entrei nele e tranquei-o. Chorei. Chorei muito. As lágrimas desciam sem parar. Se eu não tivesse vindo aqui nessa droga de "encontro", nada disso havia acontecido. Tudo culpa daquele Jeremy. Odeio ele. Com todas as minhas forças.

Será que Superaremos Tudo?Onde histórias criam vida. Descubra agora