Capítulo 4

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Acordei cedo apesar de ser sábado. Levantei e como não escutei nenhum barulho deduzi que ou meu pai estaria dormindo ou já tinha saído para as filmagens. As vezes ele exagera no trabalho. Mas eu prefiro não questionar porque os filmes do meu pai são os melhores filmes do mundo! Fui espionar o quarto do meu pai, e estava vazio.

Desci as escadas e fui na geladeira pegar alguma coisa para preparar o meu café da manhã. De sábado eu não trabalho. Em cima da mesa tinha um bilhete. Peguei-o na mão e estava escrito:

" Filha, fui trabalhar. Qualquer coisa você me liga.
Ah não esquecendo: o número do Jeremy é esse: +555 (1) 123 4567 liga pra ele ;)
Beijos, papai te ama!"

Olhei para o bilhete e sorri. O meu pai sabe mesmo insistir. Anotei o número do Jeremy no meu celular e comi um pão com leite e café.

Fiquei pensando se devo ou não ligar pra ele. Resolvi que ligaria.

Peguei o meu celular e disquei o número dele. Sem coragem apertei o botãozinho verde.

*Chamando...*

*Oi, aqui quem fala é o Jeremy. Desculpe, não posso atender no momento. Deixe seu recado que eu retorno depois. Tchauzinho!*

Droga.
Ele não atende.
Tentei de novo.
Caixa postal outra vez.

  - Oi Jeremy. É a Kate. Será que eu posso falar com você? Se a resposta for sim, me liga depois. É... isso. -Deixei esse recado para ele. Estava nervosa. Acho que estou fazendo a coisa certa.
 
Depois de dar o recado, fui lá pra cima tomar um banho. Estava no meio do banho, meu celular toca.
Putz. O que eu faço agora?
Ah! Sai do box toda molhada mesmo e peguei o celular tocando.

  - Alô?

  - Kate? Oi, é o Jeremy. Você me ligou. Está ocupada? Pode falar?

  - Oi Jeremy. Na verdade eu estou. Eu posso te ligar daqui 10 minutos? -Respondi, droga.

  - Ah, tudo bem. Vou ficar esperando.

  - Tchauzinho.

  - Tchau.

Sai do banho correndo literalmente. Estava perdida. Me troquei voando e estava nervosa. Penteei meu cabelo rapidamente e peguei o meu celular. Disquei o número de Jeremy e esperei chamar. Ele atendeu no segundo toque:

  - Alô?

  - Hey Jeremy. É a Kate de novo.-Sorri.

  - Oi Kate. Como você está?

  - Agora eu estou bem e você?

  - Estou bem. Melhor agora, falando com você. -Responde. Sério isso? Que cantada mais antiga!

  - Você vai fazer alguma coisa agora de tarde? -Me arrisquei.

  - Acabei de sair de uma filmagem agora. E depois do almoço eu estou totalmente livre.

  - Que bom! Por que acho que temos que conversar né? -Eu disse.

  - Bom... eu também acho. -Ele ficou em silêncio por um momento.

  - Que horas você vai estar livre? -Perguntei.

  - O meu horário de almoço é daqui meia hora. Podemos nos encontrar onde você quiser. -Ele respondeu.

  - Tem um restaurante aqui em Bervely Hills, sempre que saio da faculdade e estou atrasada, como lá. O que você acha?

  - Ótimo. Nos vemos lá daqui meia hora então?

  - Claro!

  - Tchau então, estão me chamando para gravar a última cena do dia. -Ele disse.

  - Oh. Me desculpa. Estou te atrapalhando. Nos vemos daqui a pouco. Tchauzinho.

  - Tchauzinho Kate!

Desliguei o celular e fui me arrumar. Tinha que avisar o meu pai que sairia com o Jeremy.
Liguei para meu pai e ele atendeu:

  - Alô?

  - Oi pai. Tudo bem?

  - Tudo sim filha, e você?

  - Estou bem também. Obrigada pai por ter deixado o número do Jeremy. Vamos nos encontrar daqui 20 minutos.

  - Que ótima notícia filha! -Pude imaginá-lo sorrindo. -Não se esqueça de que não estou te forçando a fazer nada.

  - Eu sei pai. Não se preocupe. Agora vou deixar o senhor trabalhar em paz e vou me arrumar, se não vou chegar atrasada. Beijos papai.

  - Beijos filha, boa sorte e te amo.

  - Obrigada. Te amo também!

Desliguei o celular e fui me arrumar correndo.

Obtei por um vestido leve e levei um blazer comigo, pois os ventos em Los Angeles são fortes. Passei uma maquiagem levinha e um batom rosinha. Peguei minha bolsa com alguns documentos e meu celular.

Estava atrasada. Ele deve estar me esperando já. Tranquei a casa e fui andando até o restaurante. Era apenas dois quarteirões de casa.

Cheguei lá, ele estava parado na porta do restaurante, provavelmente me esperando. Quando me viu, deu um sorriso.

Caramba.

Eu não reparei que ele era tão lindo assim. Estava nervosa e com raiva para ficar reparando nele ontem. Mas hoje... Pensa num homem lindo! Pois é. Sempre amei os olhos do Kumar, por ser uma herança irlandesa, era cor de mel mas os olhos de Jeremy é um azul que penetra lá no fundo da alma. Meu Deus que coisa linda. Ele não é tão alto e nem tão baixo (mas é mais alto que eu) daria uns 1,75m pra ele. Ele vestia uma calça branca e uma camisa azul clara com a manga dobrada nos cotovelos e um tênis preto.

  - Olá! -Ele disse empolgado.

  - Oi -Respondi na mesma empolgação.

  - Tudo bem? -Me deu um beijo na bochecha.

  - Sim e você? -Droga, acho que corei.

  - Melhor agora, aqui com você. -De novo essa frase?- Vamos entrar? Já reservei nossa mesa.

  - Vamos! Estou com fome. -Mentira, eu não estava.

  - Ah eu também. -Ele riu e abriu a porta me dando passagem.
 
Ele me levou até a nossa mesa e nos sentamos. Me deu um cardápio e eu fiquei observando o que eu iria pedir.

  - Aqui servem comida brasileira? -Perguntei.

  - Servem sim. Seu pai me disse que você gosta de restaurante que tem comida brasileira.

  - Nossa. Sempre que como aqui, estou com muita pressa, nunca reparei. -Sorri envergonhada.

  - Não sabia que você gosta de comida brasileira.

  - Adoro! Minha mãe é brasileira. Morei por um tempo lá quando era criança. E adoro a comida de lá. É fantástica! Sempre eles procuram inventar coisas novas na cozinha.

  - Uau. Eu nunca provei. Vamos pedir então! O que você me indica? -Ele perguntou.

  - Bom, já que você nunca provou, vamos começar com o básico. Arroz, feijão, carne e uma salada de alface. Eu amo essa comida básica. Me lembra o tempo que eu morei lá. Aposto que você vai gostar também, assim como eu.

  - Ótimo! Vamos pedir! -Jeremy chamou o garçom e fez os nossos pedidos.

  - Ah, mas para completar, temos que beber Guaraná. O refrigerante original brasileiro que é uma delícia! -Eu disse.

  - Queremos esse guará... o quê? -Se perdeu todo.

  - Guaraná. -Gargalhei.

O garçom anotou nossos pedidos e se foi.

  - Você fala português?

  - Sim eu falo.-Disse isso em português.

  - O quê?

  - Eu disse que sim, eu falo. -Traduzi para inglês.

Será que Superaremos Tudo?Onde histórias criam vida. Descubra agora