Jogos da Coroa

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É com um enorme prazer que trago mais um booktrailer para o projeto. Desta vez, é do livro Jogos da Coroa da autora @ChrisMattei


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Resenha 

Quantos livros baseados na Seleção de Kiera Kass são suficientes para nós dizermos basta? No wattpad encontramos, provavelmente, mais de cinco mil dentro do género. Então, mas andamos todos a escrever sobre o mesmo? A inventar a roda, vezes e vezes sem conta?

Para quem leu as resenhas anteriores, sabe que não é a primeira vez que menciono a série da Kiera Kass. Aliás, na resenha anterior conseguimos encontrar o livro homenageado no projeto que mais se assemelha com esse universo. E foi exatamente por esse motivo que decidi trazer Jogos da Coroa agora, logo a seguir de O Jogo Real. Ambos fazem a mistura prometedora de Jogos Vorazes com A seleção. E embora até no título sejam tão semelhantes, a história, o tom em que é contada e a mensagem que passa são ingredientes claramente distintos.

Thermopolis é um pequeno país governado por reis. Mas aqui a monarquia funciona de uma forma ligeiramente distinta. Os sucessores ao trono são decididos num programa televisionado por todo o reino e não através de herdeiros. Os jovens dos 9 condados candidatam-se, a cada 25 anos, para assumirem o tão aguardado lugar na realeza. Para cada condado é selecionado um par. E aí, que vença o melhor.

Mabel é uma das selecionadas e ela sente-se preparada para lutar até ao fim para conquistar um lugar que garantirá à sua família uma vida melhor. Para ela, casar com um completo desconhecido que possa até nem amar, não será problema. Pelo menos, é isso que ela pensa antes do início dos jogos.

Jogos da Coroa é escrito, inicialmente, como resposta a um desafio de RealezaBR que propõe a criação de distopias com um toque de realeza. E apesar das semelhanças dos alicerces da história com os universos fictícios anteriormente citados, Jogos da Coroa não é nem A Seleção nem Jogos Vorazes. Caro leitor, não espere muita ação e adrenalina como encontramos nos livros de Suzanne Collins, nem uma seleção com a dignidade e glamour que nos apresenta a Kiera Kass. Nesta obra, as provas pelas quais a protagonista tem que passar não são de todo inocentes. Mas foi exatamente nesse ponto (nas provas criadas) que a autora não me conseguiu convencer por completo.

O jogo começa com provas que deixam muito a desejar, constituindo-se apenas como puras provas de conhecimento como aquelas que encontramos na escola. Para um mundo distópico estamos à espera que nos tirem da nossa órbita. Que nos levem a viajar para uma realidade perigosa, injusta e bem longe do nosso quotidiano. Nesse momento do jogo, as injustiças estão encobertas para quem visiona o programa, para quem está realizando as provas e até para o leitor. Nesse sentido, apesar de como leitora o meu coração pedir por algo mais emocionante, eu percebo a intenção da autora. Não é preciso esperar muito para que as provas por que tanto ansiávamos comecem a chegar. A penúltima é verdadeiramente surpreendente e muito bem pensada. Se ela é bem desenvolvida? Poderia ser melhor. Não querendo desvendar muito da história, a protagonista tem que acertar num código misterioso o mais rápido possível para conseguir passar para a próxima etapa. No entanto, a resolução do problema parece cair quase na totalidade nas mãos da sorte, ao vermos Mabel a tentar código atrás de código, sem qualquer tipo de raciocínio subjacente. Teria sido interessante se a autora tivesse desvendado quais os números que compunham o código e depois pudéssemos ver a protagonista a utilizar um pouco de lógica. Por exemplo, começar por pensar em datas relevantes do reinado, depois em letras que possam corresponder aos números, formando uma palavra, e acabar com uma solução não tão previsível assim, mas ainda assim lógica. A última prova tem ainda mais emoção e o mesmo nível de perigo que a anterior. No entanto, mais uma vez, parece que a sorte é quem comanda este jogo e pouco crédito é possível dar à Mabel. Uma excelente oportunidade é perdida, pois a prova passa apenas a ser física e não existe nem uma pitada de lógica na sua execução. Ainda assim, não posso deixar de aplaudir de pé o desfecho surpreendente que a autora resolve dar a essa prova.

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