Estamos de volta meus amores! E vamos de mais Tiberius? Espero que gostem...
As vezes, a espera pode ser torturante...
Naquele dia em especial, Tiberius chegou ao café entusiasmado e ansioso. Ontem enfim, por obra do acaso, tinha tido uma conversa com Capitu — a mulher de olhos verdes expressivos, a qual vinha observando já há algum tempo. Um ano, dois anos? Não se recordava bem, mas sabia que já fazia bastante tempo. Ele sempre vinha ao café no mesmo horário, depois que descobriu que a moça também vinha todos os dias, sempre acompanhada de um livro e degustava seu café de forma única. Ele passou a admirar cada momento, cada gesto, cada lamber de lábios. Sabia exatamente o que sempre pedia e se perdia todos os dias em pensamentos, enquanto a observava atentamente.
E quem no mundo o culparia? A moça em questão, era de fato formosa, bela de maneira única. De pele branca e olhos esverdeados, encantava qualquer um que passasse no lugar. Sempre admirou seu jeito calado e tímido, o modo como despercebida colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha, de como quando apertava a ponta do nariz apreensiva com a leitura e às vezes revirava os olhos sorrindo consigo mesma. Ela vinha todos os dias, se sentava, fazia seu pedido, conversava com Carol — dona do lugar — e depois de ler, ia embora. A mesma rotina, os mesmos gostos, todo santo dia.
Só uma coisa, o impediu esse tempo todo de falar com ela, de se aproximar. A aliança grossa em seu dedo anelar direito, lhe indicando que a mulher em questão, era noiva de alguém. Provavelmente de um sortudo do caramba, ele pensara. Porém, o que tem lhe dado esperanças da moça não ter ninguém há algum tempo, é o fato de nunca tê-la visto acompanhada do suposto noivo. Capitu, chegava sozinha e saia sozinha, sempre. E para ele, um homem que tem nas mãos uma mulher como aquela, não se privaria de sua companhia para um café da manhã, não mesmo. Esses eram os pensamentos de Tiberius, enquanto esperava naquele sábado pela manhã, Capitu chegar ao café.
Depois de muito esperar, percebeu ter sido em vão. Pois aquela, parecia ser a única vez, desde que a viu ali, que Capitu não viria. Se sentiu frustrado, pensou que ele teria assustado a moça, mas logo colocou esse pensamento de lado. Afinal, ela pareceu gostar da conversa e até concordou de encontrá-lo no dia seguinte, com bastante animação. Não, não tinha assustado Capitu, talvez ela teve um contratempo e não pôde vir, cogitou frustrado.
Decidiu — muito a contragosto — que já era, hora de ir embora. Se levantou, pagou sua conta a uma Jane, bastante sorridente por sinal. Encontrou com Carol na saída do café, que lhe sorriu calorosamente como sempre fazia e o cumprimentou. Quis perguntar se ela sabia o porquê, da moça que permeia seus sonhos ultimamente, não ter vindo naquela manhã, mas seria loucura incomodar a mulher com isso.Tiberius, então, saiu do café e se dirigiu ao seu trabalho, pronto para mais um dia exaustivo e estressante, porém adorado por ele.
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Capitu - Degustação
RomanceComo encarar de frente uma doença silenciosa e destrutiva? Como se defender de sentimentos que te apavoram, te levam a um lugar escuro, te escondendo do mundo ao seu redor? Capitu...Nossa querida Capitu, abandonada em um momento difícil e infeliz...