Véspera

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Depois de um dia de escola e verificar a enorme estrutura guardada na garagem de sua casa, tudo que Gwen queria era uma boa noite de sono, sem ter que encarar os pesadelos que ocasionalmente a atormentavam. Ela não sentia medo no Mundo Invertido, contando que Gasparzinho estivesse com ela guiando o caminho. Gwen sentia que o desafio que eles estavam prestes a enfrentar estava cada vez mais próximo e aquilo a apavorava, porque querendo ou não, a dúvida sempre batia, pensando no que aconteceria se eles não conseguissem vencer o Mind Flayer.

Nada disso passou despercebido por seus pais e Will, melhor do que ninguém sabia o quanto parecia impossível se livrar do monstro sombrio quando ele mesmo foi possuído por ele. Assim, ele tomou a iniciativa de trazer um pouco de esperança à filha.

Will observou a filha se ajeitar para dormir e até o momento, Gwen não notou sua presença. Então seu pai decidiu chamá-la.

-Gwen-disse Will suavemente-posso entrar?

-Pode sim-ela disse e notou a preocupação dele.

-Tudo sim. minha querida-ele se sentou na cama dela-é só... não tivemos tempo de conversar sobre tudo isso, está assustada ainda, porque eu sei como é passar por tudo isso.

-Olha pai por incrível que pareça não estou com tanto medo assim-Gwen ponderou-só sinto medo quando lembro do Exército de Sombras, a sensação horrível que eu tive de eles vencendo, mas temos que acreditar que o nosso plano vai dar certo.

-Vai sim, vai sim-Will repetiu, tentando confortar mais a si mesmo do que a ela.

-Foi muito pior pra você não foi?-Gwen começou a entender.

Will só assentiu, temendo que a filha passasse o mesmo.

-Consegue me contar?-ela tentou-talvez ajude.

-Ah não querida, não vou incomodá-la com isso-ele não queria amedrontá-la-eu vivia com medo do que poderia acontecer comigo, com a minha família e os meus amigos. Mas no fim nós vencemos e, se isso aconteceu uma vez, pode acontecer de novo.

-Vamos vencer sim, eu prometo-Gwen deu um impulso para que seus braços envolvessem o pai num abraço, o que o surpreendeu.

-Obrigado Guinevere-Will disse emocionado.

-Eu que agradeço papai-ela confessou, contente em confortar o pai.

Will lhe deu um beijo de boa noite e a deixou descansar, tentando fazer o mesmo

Não era fácil conciliar todas essas experiências interdimensioniais para o seleto grupo de amigos e suas famílias, mas o lado normal da vida ainda os esperava para ser vivido. Como as aulas de História que Jane ainda tinha que lecionar e as meninas, que também eram suas alunas, ainda tinham que frequentar a escola. Era isso que as cinco estavam fazendo, enquanto o exército no Mundo Invertido se levantava com força total.

Mas os heróis improváveis estavam preparados para esse ataque, embora não soubessem que ele estava vindo.

-Então chegamos à Batalha de Yorktown, que foi decisiva para o nosso país-resumiu a prof. Wheeler-quem pode me dizer por que?

A classe ficou meio quieta, meio esperando as nerds da turma responderem.

-Gwen?-sugeriu a professora, mas por outro motivo.

A srta. Byers tinha os olhos vidrados e a respiração acelerada. Suas amigas sabiam do que se tratava e ficaram em alerta.

-Gwen!-Jane se aproximou dela, e lentamente a menina voltou ao normal.

-Tem que vir comigo professora-ela respondeu-Gasparzinho me mostrou, eles estão chegando.

-Vem, vocês tem que ficar num lugar seguro-Jane disse a Gwen e olhou de relance para a filha e Darla e Laura.

Alguns alunos cochichram se Gwen tinha batido a cabeça em algum lugar ou outra coisa, porque definitivamente ela não estava bem.

-Classe dispensada-anunciou a professora-Gwen não está bem e eu viu precisar falar pessoalmente com a mãe dela. Podem ir pessoal.

Toda a classe deixou Jane e as meninas, ansiosas pelo que aconteceria.

Antes de saírem da escola, Jane enviou uma mensagem para que todos ficassem a postos. O ataque aconteceria mais cedo do que imaginavam.

Coisas bizarras... e impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora