Novos caminhos, velhas histórias

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Não era fácil pra quatro jovenzinhas de 12 anos, e melhores amigas desde criancinhas, voltarem a sua rotina normal depois do que presenciaram. Ainda havia uma tensão no ar, um medo, um pensamento de que talvez, algum outro dia, no futuro longínquo ou mais perto, enfrentariam os habitantes do Mundo Invertido outra vez, mas o que elas e suas famílias fizeram garantiu uma vitória duradoura.

Mas as meninas pensavam, se seus pais tiveram que enfrentar esse desafio mais de uma vez, talvez elas teriam também. Seriam capazes de vencer de novo? Seus pais eram seus maiores exemplos para isso.

Já era difícil ver a Prof. Jane como uma simples tia ou professora, Laura, Darla, Gwen e até Mary, sempre se lembravam de seus poderes e sacrifícios.

Ao verem suas filhas num estado de choque e lenta recuperação do que viram, Max e Lucas, Dustin e Lettie, Will e Alisson  e Jane e Mike decidiram fazer algo diferente para ajudá-las a lidar com tudo isso.

Will já tinha reunido suas memórias do que tinha passado na infância e adolescência, suas experiências com o Mundo Invertido e suas criaturas, escrevendo uma espécie de coleção de contos, como se tudo aquilo fosse apenas um conto de fadas sombrio, mas era o seu jeito de lidar, de ver aquilo tudo como algo que já passou e superou, e por mais que fosse difícil quando lembrava, nada daquilo tinha poder de amedrontá-lo novamente a ponto de paralisar sua vida.

E foi isso que ele sugeriu à sua filha e suas amigas, que elas contassem e escrevessem tudo que tinham passado e como se sentiam, era uma maneira de colocar pra fora toda aquela adrenalina e aventura. A maneira como as meninas contavam a Will e seus amigos, inspirava o sr. Byers a continuar a criando seus contos, até que a própria Gwen fez uma sugestão.

-Por que não cria um blog pai, postando suas histórias, sabe? - a menina pôs a questão na mesa.

-Hã... - seu pai parou pra pensar - não é uma má ideia, mas... eu tenho medo que o governo nos rastreie, isso aconteceu quando eu era mais novo e isso é a última coisa que queria, os federais atrás de nós...

-Mas é tudo tão surreal e bizarro, e talvez se você mudar um nome aqui e ali... - Gwen continuou insistindo - sabe que os próprios nomes que vocês deram as criaturas são todos de RPG, então quem ler sua história, vai achar que se trata apenas de uma inspiração num jogo de Dungeons and Dragons? O que acha?

-Acho que você me deu uma boa ideia, filha... - Will beijou a bochecha de Gwen, pensando seriamente em considerar a ideia dela.

Então foi assim que ele começou a reformular suas histórias, criando uma blog chamado Fatos Bizarros, o mesmo nome de sua história, que era a saga de um paladino, um ranger, um bardo, e um mago, que encontravam uma maga de outra dimensão, que pedia ajuda a eles para combater os monstros que invadiam seu lar, no fim, a Maga escolhia ficar com seus novos amigos, dando origem a sua nova família.

Will começou a fazer as postagens despretenciosamente, sempre no objetivo de lidar com as más lembranças, mas no fim, algo ruim e estranho se tornou uma coisa boa e surpreendente. A história de W. Byers chamou a atenção de um canal infantil, que procurava inspiração para um novo desenho e viram todo esse potencial em Fatos Bizarros. Eles contataram Will, fazendo a proposta que logo ele aceitou, podendo trabalhar exatamente como queria e sonhava. Ele era o roteirista chefe e supervisor do desenho Fatos Bizarros, ele enviava seus roteiros e suas correções e sugestões à diretoria do canal, direto de Hawkings, se encontrando com eles de tempos em tempos, para acertar detalhes aqui e ali, além disso o design dos personagens era baseado nos próprios desenhos de Will.

Quando os Byers e seus amigos assistiram Fatos Bizarros, tiveram uma sensação estranha mas reconfortante, por mais que tudo aquilo fosse real, juntos, pela força da união da família e da amizade, foram capazes de defender sua cidade e sua dimensão mais uma vez, e assim, nada mais estranho e impossível poderia assustá-los.

N/A: Bom pessoal, esse é o final da história, espero que tenham gostado. Obrigada mesmo por lerem! Tchau!

Coisas bizarras... e impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora