Coisas bizarras... e impossíveis

Uma despedida

-Gente, viram isso?-Gwen falou para as amigas, todas empoleiradas ao pé da janela-será que deu algo errado?

-Olha esse céu não tem cara de algo errado-Darla apontou-na verdade é lindo!

-Tia Nancy podemos ir lá fora ver?-Marian pediu.

-Não acho que seja uma boa ideia-a tia opinou-vamos ficar aqui por segurança, até os pais de vocês voltarem.

-Mãe, tem certeza que não podemos ir?-até Joey estava curioso-se você e papai nos acompanharem acho que não tem problema, tem?

-Nance pela minha experiência pessoal acho que realmente está tudo bem-Jonathan concordou com o filho-nós só vamos até a frente de casa, nenhum quarteirão a mais.

-Deixa sra. Byers-tentou Laura.

-Tudo bem-Nancy teve que aceitar-vamos lá.

Quando saíram, o céu ainda estava iluminado, como fogos de artifício se dispersando pelo espaço.

Não demorou muito pra que os pais e resto dos adultos voltassem da sua missão. As meninas, ao verem eles se aproximando, saíram correndo ao seu encontro. Fizeram perguntas, todas ao mesmo tempo, num barulhão confuso.

-Calma, calma meninas - Will ergueu as mãos para chamar a atenção delas - uma pergunta de cada vez.

-Vocês estão bem tio Will? - perguntou Darla - o que aconteceu pra fazer o céu ficar iluminado?

-Bom, acho que estamos todos bem - o sr. Byers observou seus amigos como que para ter certeza - e o que causou essa luz no céu foi uma explosão. O refletor explodiu, mas segurou bem o monstro.

-E o Gasparzinho? - se lembrou Gwen - ele está bem?

-Ele nos ajudou muito, acho que não conseguiríamos sem ele - respondeu Jane - mas não sei se ele sobreviveu.

-Quer dizer que ele pode ter... - Mary não conseguiu completar a frase.

-Vamos, filha - Mike sentiu pena por ela e tentou remediar a tristeza do momento - foi uma longa noite e tenho certeza que todo mundo está cansado. Nos falamos depois.

Assim os Wheeler deixaram o grupo, e cada família então foi se retirando, voltando para casa, deixando os Byers sozinhos.

Will, Gwen e Alison encontraram com Jonathan, Nancy e Joey.

-Conseguiram? - perguntou Jonathan.

-Tudo leva crer que sim irmão - respondeu Will cansado.

-Eu só precisava saber se meu amigo está bem - Gwen disse no meio da conversa.

-Amigo? - sua tia Nancy se preocupou com ela.

-Calma, minha linda, vai ficar tudo bem com ele - Alison tentou acalmar a filha.

Gwen não se conteve e acabou indo para seu quarto chorando. Sua mãe a seguiu.

A jovem Byers deitou em sua cama, e continuou chorando alto, Alisson se aproximou da filha devagar, com cuidado para não incomodá-la.

-Não se preocupe Gwen... - a mãe tentou consolá-la - Jane avisou para que Gasparzinho procurasse um lugar seguro no Mundo Invertido.

-Ele pode estar escondido mas... Também pode ter... - Gwen disse com a voz abafada pelo choro e o nariz fungando - eu só queria saber o que realmente aconteceu...

A sra. Byers ofereceu um abraço à filha que acabou aceitando. Gwen ficou nos braços da mãe por um tempo, até sentir-se literalmente leve, como se saísse do lugar sem se mexer.
Quando abriu os olhos novamente, ainda sentia o calor dos braços de sua mãe, mas já não estava mais com ela.
Gwen estava no Mundo Invertido, e Gasparzinho na sua frente.

-Olá, Gwen - sussurrou ele na mente da menina, ainda sinistro, conseguia ser simpático - sinto muito por ter te assustado, eu quase não consegui escapar, mas eu consegui ficar bem. Mas pelo bem do seu mundo, não posso mais abrir conexões entre nossos mundos.

-Eu entendo, só queria saber se estava bem - Gwen não conseguiu deixar de ficar triste - e já que está bem, estou feliz. Então, isso é um adeus.

-Adeus? - questionou o "fantasma".

-É o que os humanos falam pra se despedir, quando não sabem quando vão se ver de novo, ou quando sabem que não vão se ver mais - ela explicou, triste.

-Vai ser o que vai acontecer - entendeu Gasparzinho - adeus, Guinevere, cuide-se, obrigado por tudo.

-Adeus... - Gwen acenou e se sentiu desmanchar aos poucos, suas moléculas se reorganizando na sua forma original, voltando aos braços de sua mãe.