Capítulo 4

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Os tênis de Sans acertaram o solo úmido de Waterfall após se teleportar. A música característica das Flores Eco ecoava por toda a caverna, transmitindo certa tranquilidade. O esqueleto compreendia completamente os motivos para Red insistir em querer ficar lá, não apenas pela beleza, mas pela paz que aquele lugar emanava.

Sans olhou ao redor preguiçosamente, procurando por qualquer movimento, ataque ou até mesmo um esqueleto deitado no chão adormecido. Mas, como nas outras vezes, ele não encontrou sua contraparte em lugar nenhum.

Fazia dias que ele não o via. E aquilo começara a incomodá-lo de uma maneira horrível, coisa que lhe deixava intrigado

- Red! – Chamou colocando as mãos em formato de concha sobre a boca para aumentar a potência de sua voz. Porém, não recebeu resposta. – Red! – Berrou novamente, as flores azuladas repetiram seu chamado, preenchendo a caverna com seus gritos distorcidos.

Sans continuou vagando por Waterfall a procura de Red, todavia, não o achou em lugar algum.

Agora ele estava realmente ficando preocupado com sua cópia.

- Red! – Chamou uma última vez. Estava começando a desistir de procurar e voltar para casa quando ouviu um resmungo próximo a si.

- Pode calar a boca? – Resmungou Red. Ele estava deitado dentro de uma das várias galerias da caverna. Aquela era pequena, talvez tivesse o mesmo tamanho do quarto de Sans, talvez um pouco menor. – Estou tentando dormir aqui.

- Pensei que havia deixado meu AU. – Comentou Sans da entrada da galeria. Ele conteve um suspiro de alívio, parecia que um enorme peso havia desaparecido de sua alma. – Posso entrar? – Questionou. Red não lhe respondeu, simplesmente bufou e se virou para o outro lado, ficando de costas para o esqueleto de azul. – Papyrus ficou chateado achando que havia te espantado aquele dia. – Comentou, então riu. – Eu falei para ele que você só tinha algo mais importante para fazer.

- Como o quê? – Retorquiu Red, mal-humorado.

- Assustar criancinhas e ser um pé no saco. – Disse com um sorriso sacana no rosto. O outro não lhe respondeu novamente. O sorriso de Sans esmoreceu. – Você estava muito esquisito. Está tudo bem? – Questionou entrando na galeria e sentando-se ao lado do esqueleto.

- E você se importa? – Retrucou.

- Wow. Deveria ter vindo outro dia. Não sabia que a madame estava na TPM. – Provocou o esqueleto. Red resmungou algum xingamento incompreensível. – Brincadeiras a parte... Você está bem? Digo, mesmo?

- Eu realmente não entendo essa sua preocupação repentina quanto ao meu bem-estar. – Respondeu-lhe, se endireitando e sentando-se ao lado do outro. – Por que você simplesmente não vai embora e esquece da minha existência? – Havia algo mais do que a rudeza habitual em seu timbre de voz. – Só caia fora daqui. Vaza.

- Eu estou com preguiça de levantar ou de fazer qualquer outra coisa. – Retrucou Sans cruzando os braços atrás da cabeça e cerrando os olhos. Ele pôde ouvir um suspiro de irritação escapar da contraparte.

- Você não é do tipo que desiste fácil, não é? – Reclamou Red. O esqueleto de casaco azul confirmou com um sorriso debochado. – Arght! Você é muito irritante! – Exclamou incomodado. – Mas que merda!

O esqueleto de roupas escuras se levantou abruptamente.

- Aonde você vai? – Questionou Sans abrindo os olhos e encarando a contraparte.

- Para qualquer lugar longe de você! – Ele caminhou para fora da galeria com as mãos afundadas nos bolsos do casaco, resmungando.

- Ei, Red. – Chamou o esqueleto de azul casualmente.

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