Capítulo III

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Algumas horas depois, Leila diz para Luiz e Wagner irem ao endereço que havia no Jornal em busca de Alex.

— Isso está estranho — Luiz diz, olhando impacientemente para a sinaleira, que quando lança a luz verde faz com que o carro cante levemente os pneus.

— Isso o que? — diz Wagner, com uma caixa de donuts no colo e um cappuccino do Starbucks na mão.

— Esse Alex, o anúncio... A forma descuidada dele se expor, não acho que um suspeito deixaria uma pista assim, de bandeja.

— Existem pessoas burras nesse mundo meu caro... — Wagner sorri para ele e pega mais um donuts — E vai saber se é o Alex que queremos, é o risco do nosso amado trabalho.

Luiz dobra rapidamente na rua indicada no jornal e os dois entraram em um bairro com casas do estilo cohab.

— Qual era mesmo o número? 6113 ou 6123?

— Nossa, bem perto os números — diz  Luiz desacelerando o carro e pegando o  jornal — Hum... É 6123.

           Luiz para o carro e observa o local,  o sol já tinha se escondido e a sombra das arvores naquela rua faziam com que parecessem dedos enormes e tortos, elas davam um toque macabro junto com alguns pássaros agitados que passavam assoviando.

— Larga esse donuts cara! E limpa a boca, por favor! — diz Luiz com um tom de voz mais alto que o normal.

— Nossa, okay...—diz Wagner limpando a boca com o peito da mão.

             Os dois param em frente a casa que é igual a todas, exceto a cor, um verde desbotado e uma placa de vende-se pendurado só de um lado perto da porta da sacada na frente.

—Meu Deus, que ma-ca-bro esse lugar. — diz Wagner dando ênfase na palavra macabra.

—Está com medinho, Wagner? Hahaha.

— Com certeza... — diz Wagner com um olhar irônico. — Então, a gente entra com tudo ou bate palmacmo quem quer vender rifa?

— Deus! O quê ?

— Ah, vai saber! Vai que tenha outra mulher em perigo aí?!

             Luiz ignora e anda um pouco até o portão, se apoia e em fração de segundos pula o portão com facilidade. Luiz não tem um tamanho padrão, porém sempre foi o mais alto de seus colegas, sofria bullying por ser alto e magrelo. Hoje não da pra dizer que ele é magrelo, há alguns músculos em seu corpo esguio, e seus olhos que são castanhos claros, hoje estão mais escuros.

— Hey, Pernalonga, espere! — diz Wagner que ao contrário, é 10 centímetros a menos que Luiz.

— Vamos! Não faça barulho.

            Ao chegarem à porta da sacada da casa que era quase no fim do terreno estreito viram que estava trancada.

—Vamos... — diz Luiz sem olhar para Wagner que tentava acompanhar seus passos longos. — pelos fundos!

             Pela porta dos fundos conseguiram entrar, havia uma toda de vidro que abria pra direita e em seguida uma porta com vigia que abria pra esquerda, o piso era de madeira e ao entrarem o ranger do piso fez a nuca de Wagner arrepiar.

— Deus! Onde acende a luz dessa...

           Wagner é interrompido por um barulho estridente que parecia um monte de panela caindo no chão. Luiz se esquiva para direita de onde vinha o som e rapidamente coloca a mão esquerda no coldre e calmamente se direciona a porta que surge após Wagner achar o disjuntor. Luiz abre a porta cautelosamente e da escuridão do cômodo surge um gato enorme e gordo de cor cinza escuro e olhos verdes.

O bilheteOnde histórias criam vida. Descubra agora