CAPÍTULO 05

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Welcome to the new age, to the new age

Imagine Demons

HORATION

Desde que saí da cozinha e deixei Mia sozinha, estou enfiado dentro do meu escritório, tentando distrair um pouco a minha mente e digerir todos os acontecimentos das últimas vinte e quatro horas. Eu tinha me metido num problema dos grandes e agora, precisava saber o que fazer com a Mia. Eu poderia simplesmente deixá-la ficar aqui, mas a ideia de mantê-la trancada não me agrada. Ela já passou por muita coisa. E no final das contas, que sentido teria? Representaria responsabilidade para mim de qualquer forma.

Não dormi muito na noite passada. Eu, Matteo e Rugero seguimos resolvendo todas as pendências com relação às mulheres sobreviventes, noite adentro. Submetemos todas à exames toxicológicos, de HIV, AIDS, todos os tipos de doenças venéreas e moléstias infecciosas. Orientei que todas fossem internadas e que ficassem em observação por um tempo. Até todo o pânico passar e termos certeza de que todas estarão bem física e psicologicamente, decidimos que seria a melhor opção manter a IZE fechada temporariamente. Matteo não pareceu gostar muito da ideia, mas no fundo ele sabia que não havia outra opção. Por mais que todas elas fossem prostitutas, ainda eram mulheres e nossas responsabilidades.

Além deste problema em potencial, ainda havia o prejuízo que, inevitavelmente, nós tivemos com a perda de alguns soldados. Abro meu notebook e começo a ler os relatórios que Rugero me enviou há poucos minutos, sobre a operação com os Sokolovianos. Tínhamos perdido alguns soldados, mas nada que pudesse chegar aos pés da mancha que deixamos para Knayev. Infelizmente, dentre as horas que se passaram desde o nosso retorno à Montanari, nenhuma notícia dele havia aparecido. Ninguém o vira. Seu paradeiro era completamente desconhecido e ele havia sumido sem deixar rastros. Eu estava começando a ficar impaciente com tanta falta de informações. Deixo os papéis sobre a mesa, fecho os olhos por alguns segundos e agora, por alguma razão, eu tinha passado a odia-lo mais ainda.

A cada instante em que fitava Mia, sentia que era o meu dever vinga-la. Fazê-la se sentir segura, sabendo que não deveria mais se preocupar com aquele verme a perseguindo. É óbvio que tudo isso acabaria, assim que o pegássemos. Uma hora ou outra, ela teria que ir embora e aí sim, estaria livre de verdade. Era assim que iria funcionar! Resolveríamos seu problema e ela iria embora para nunca mais nos vermos.

Encosto na cadeira e batuco com os dedos na mesa. "Não é por mim. É pelo legado que ele acha que construiu e que eu posso destruir, se não estiver sob o seu domínio." Aquelas palavras simplesmente não saiam da minha cabeça. O fato de Mia saber de muita coisa sobre a Barbarians não deveria ser uma surpresa. Seis anos presa em cárcere privado tem lá seus benefícios espiatórios. Mas eu não podia esperar que ela me contasse tudo o que sabia. Por algum motivo, estou imaginando que ela sabe menos do que me faz pensar saber. Mas se não era esse o motivo, então por qual razão ele seria maluco o suficiente para arriscar a própria vida na tentativa de sequestra-la outra vez? O que ela quis dizer com "legado", talvez fosse um mistério que eu jamais iria descobrir.

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Segredos no Escuro - Irmãos Santori I.Onde histórias criam vida. Descubra agora