Capítulo 9.

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Pov Daniel

Já se passaram pouco mais de 2 meses desde o ocorrido no quarto de hotel em Campinas, quando tive aquele sonho com o Elídio e ele me acordou. Lembro que no dia seguinte não comentamos nada sobre isso. Eu tenho certeza que ele percebeu que eu estava excitado, mas até hoje não me perguntou nada a respeito e eu finjo que isso nunca aconteceu.

Nesse tempo, eu me afastei dele e dos meninos; Só os vejo ás quartas e quintas-feiras, e quase nunca respondo as mensagens que me mandam. Eles dizem que meu desempenho nos espetáculos não está bom e perguntam o que está acontecendo. Eles estão preocupados comigo, e eu não sei o que fazer. Eu gosto do Elídio, mas ao mesmo tempo eu não conheço meus sentimentos. Pode ser que tudo isso seja apenas uma coisa passageira, apenas um desejo de tê-lo por uma noite e nada mais. Eu não posso e não quero iludi-lo ou magoá-lo. Ele não merece isso. E também tem o fato de que eu não sei se ele sente o mesmo. Não sei se ele gosta de mim mais do que amigo. Tudo isso vem me atormentando desde então, e foi por isso que decidi me afastar. Pensei que fazendo isso, esses sentimentos iriam embora, mas não adiantou. Eu estou mal com tudo, mas não sei como resolver. Me falta coragem, essa é a verdade.

Enfim, preciso esquecer isso e me concentrar no dia de hoje. Hoje é sábado e eu serei um dos padrinhos de casamento do meu amigo Osmar, que irá se casar com sua namorada, Marina. A cerimônia será algo bem simples, somente a família e amigos mais próximos, pelo menos foi o que ele me disse. Não gosto muito de casamentos, mas não poderia recusar o convite de ser seu padrinho. Como estou solteiro, não sei quem será minha acompanhante, só sei que o Osmar disse que a Mari e a organizadora já pensaram em tudo. Quando digo tudo, é tudo mesmo, até alugaram as nossas roupas para que tudo fosse perfeito. Sim, os padrinhos e madrinhas terão roupas iguais ou bem parecidas, o que eu acho bem brega, mas o casamento é deles, e eu não preciso gastar dinheiro alugando um terno. E também nem estou com cabeça pra isso, provavelmente eu ia acabar esquecendo ou alugar um terno na cor errada.

Hoje cedo, Osmar veio de carro me buscar para me levar ao local. O lugar é uma chácara meio afastada da cidade, que fica mais ou menos uns 50 minutos daqui. Antes de seguimos viagem, ele passou na casa do nosso amigo Maurício Meirelles e de sua esposa Emily, que é seu outro padrinho. No total serão 4 casais, dois dele e dois da noiva. Eles entraram no carro, nos cumprimentaram e seguimos viagem.

─ Nervoso? – Emily perguntou a Osmar.

─ Porra, muito! – ele respondeu empolgado e ansioso.

─ Pra que essa empolgação? Vocês nunca mais vão transar. – Mau falou, fazendo nós três rirmos e Emily dar um tapa no braço dele.

─ Não seja indelicado. – ela pediu, segurando pra não rir.

─ Ele precisa saber a verdade. – Mau falou novamente. – Ei, Osmar. – ele continuou.

─ Fala, Maurício. – Osmar respondeu.

─ Ainda da tempo de fugir, eu te ajudo! – ele falou, recebendo um olhar de reprovação de Emily. Nós rimos e ficamos conversando até chegarmos ao lugar.

Chegamos por volta das 12:00hrs e encontramos quase tudo pronto. O local era simples e ao mesmo tempo lindo, coberto por grama muito bem cuidada, num espaço enorme. Logo fomos almoçar, pois seria uma correria. O noivo e os padrinhos ficaram separados da noiva e das madrinhas. Acabamos de comer e a todo momento ficávamos fazendo piadas para tentar acalmar o Osmar. Por volta das 15:00hrs, o pessoal da organização nos chamou para colocarmos as roupas. Primeiro foi o noivo.

─ E aí? O que acharam? – ele nos perguntou.

─ Achei bem merda. Nota 6. – Maurício falou fingindo ser um crítico de moda.

Da Amizade Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora