Capítulo 16.

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Pov Daniel

Eu não gosto de sair de casa, ir para festas, baladas e essas coisas. Mas quando estamos apaixonados, fazemos coisas para agradar nosso parceiro, não é mesmo? E é o que eu fiz, aceitei sair com eles para um bar, coisa que nunca pensei que aconteceria. Confesso que não sou muito fã de barzinhos, nem de beber eu gosto, mas o Elídio fez uma carinha tão fofa me pedindo pra ir, que foi impossível dizer não.

Mas depois que ele me contou sobre o Evandro estar desconfiado, eu não queria mais sair, pois isso seria mais um motivo para aumentar sua desconfiança. Não é que eu tenha vergonha de dizer que eu e o Lico estamos juntos, pelo contrário, tenho orgulho dele, só não sei como dizer, como contar o que aconteceu. Logo contarei a todos, mas por enquanto isso fica entre nós dois e os meninos.

Caminhamos até o tal bar. Andy e Evandro foram andando na frente, deixando eu e Elídio atrás. Não muito tempo depois, chegamos. Tem bastante gente, mas pelo menos não tem nada tocando, só uma televisão ligada. Assim que o Edu e Marco me viram, sorriram de lado, como se mostrasse que estão felizes e surpresos ao mesmo tempo. Fomos até a mesa deles e nos sentamos. Evandro foi ao lado deles, deixando eu, Andy e Lico do outro lado da mesa. Eu sentei na ponta, Lico sentou-se ao meu lado, bem perto de mim, e o Andy na outra ponta.

Eles pediram cerveja, já eu pedi apenas uma garrafa de água. Logo nossas bebidas chegaram. Brindamos e bebemos. Percebi Evandro me olhando muito.

─ Por que ta me olhando? - perguntei a ele.

─ É tão estranho você estar aqui... Primeiro você foi no churrasco sábado e agora você está aqui, e nem de cerveja você gosta. Tem algo estranho nessa história. - respondeu, dando um gole na sua bebida.

─ Deixa ele, mano. Apenas aproveite que ele está aqui, saindo com os amigos. - Marco disse, olhando para Evandro.

Eu não falei nada, apenas bebi mais um pouco da minha água, tentando não transparecer estar nervoso. Além de precisar me preocupar com ele, lugares com muitas pessoas me deixam nervoso, a única exceção é o teatro. Uma mania que tenho quando estou desconfortável é ficar batendo com uma caneta na mesa, ou balançando minha perna, ou ficar abrindo e fechando alguma garrafa. Percebi eles conversando entre si, então pra me acalmar peguei minha garrafa e fiquei mexendo na tampa, enquanto batia uma perna no chão. Não sei se eles perceberam que tenho essas manias, espero que não. Fiquei distraído mexendo na tampa da garrafa, até que me assustei, sentindo uma mão na minha perna, mais precisamente na minha coxa, me fazendo parar de mexe-la. Era o Elídio. Olhei ao redor e eles continuavam conversando, enquanto ele me olhava.

─ Está nervoso? Nem adianta negar, porque eu vi você mexendo na garrafa de água e batendo sua perna. - ele disse baixo, perto do meu ouvido.

─ Como você sabe que faço isso pra me acalmar? - perguntei.

─ Eu reparo em você desde sempre. Conheço suas manias... bom, algumas pelo menos. - respondeu, sorrindo levemente.

─ É que tem muita gente aqui... - falei.

─ Desculpa ter insistido pra você vir. Quer ir pra casa? - me perguntou, calmo. Olhei em seus olhos e quase o beijei, mas lembrei que estamos com o Evandro, num lugar cheio de pessoas. Apenas respirei fundo, me acalmando.

─ Não peça desculpas. Estou feliz de estar aqui com você. Até estou mais calmo, mesmo. - falei, olhando para sua mão, que continuava na minha coxa. Ele seguiu meu olhar e sorriu tímido, percebendo para onde eu olhava. Ficamos conversando só nós dois, nem parecia que existia mais gente. Consegui ficar calmo e então ele tirou sua mão dali, e entramos na conversa deles. Pedimos alguns petiscos e refrigerante pra mim, pois comer frango, batata frita e carne com água não me parece uma boa ideia.

Da Amizade Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora