Capítulo 26.

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Pov Daniel

Sexta-feira. Por algum milagre, não acordei atrasado. Ontem a noite, Lico me deixou falando sozinho, mas entendo, ele estava muito cansado. Eu acabei dormindo em seguida, esquecendo de colocar meu celular para carregar durante a noite. Sorte que quando acordei ele tinha 15% de bateria. Como acordei cedo, desci para comer e depois fiquei deitado na cama, enrolando um pouco, mexendo nas redes sociais.

Depois de alguns minutos, recebi algumas mensagens do Lico, porém antes que eu pudesse respondê-las, meu celular desligou. Peguei meu carregador, porém ele não quis funcionar. "O único dia que eu consigo acordar cedo, já começa ruim. Celular descarregado e carregador quebrado, o que mais essa sexta me reserva?" pensei. Bom, já que não tenho o que fazer, vou acabar de arrumar minha mala para depois almoçar e ir para o aeroporto.

Saí do hotel por volta das 12:30h. O dia está bastante quente. Decidi almoçar no restaurante aqui da frente, o mesmo em que comemos praticamente todos os dias. Comi rapidamente, com medo de chegar atrasado no aeroporto. Como estou sem celular para chamar um Uber, peguei um dos taxis que ficam aqui em frente ao restaurante. Mesmo com trânsito, cheguei cedo no aeroporto. Assim que fiz meu check-in, a moça avisou que meu voo está atrasado e não tem previsão de quando vou poder embarcar.

Já que não tenho nada pra fazer, decidi ir até uma livraria. Olhei por bastante tempo os livros, lendo as sinopses, até que escolhi um. Comprei e saí da loja, sentando-me numa das cadeiras. "Espero estar em casa antes de terminar esse livro..." pensei, abrindo-o para começar a leitura.

Não sei quanto tempo passou, mas li o livro inteiro. Guardei-o na minha mala, e perguntei para um senhor que horas eram. Ele me respondeu que são 15:30h. "Meu Deus, tô aqui a bastante tempo... Aposto que o Elídio deve estar me mandando várias mensagens preocupado..." pensei. Levantei-me para falar novamente com a moça sobre meu voo, porém não tive nenhuma resposta. O que me resta é esperar.

Senti meu estômago roncar, e lembrei-me que não comi nada desde o almoço. Andei pelo aeroporto procurando algo para comer, porém não achei nada bom, e tudo é caro. "Um pão de queijo e uma garrafa de água por R$25,00 reais?! Não vou pagar isso" pensei, voltando ao lugar onde estava sentado. Não vou morrer se ficar mais algum tempo sem comer.

Após bastante tempo, comecei a me sentir fraco, porém nada exagerado. Fui até o banheiro e antes de sair, joguei um pouco de água pelo meu rosto. Assim que saí, finalmente escutei meu voo ser anunciado pelo microfone. Andei até o portão onde seria meu embarque, e observei a fila gigante de pessoas. Ao invés de esperar em pé, fiquei sentado. O lugar no voo é marcado, não entendo porque ficam esperando numa fila. Depois de um tempo, resolvi levantar. Senti meu corpo um pouco fraco e tontura, mas nada para me preocupar.

Finalmente estou dentro do avião. A aeromoça percebeu que eu não estava muito bem, então me trouxe um copo d'água. Bebi e agradeci a ela. Como o voo tem somente 1 hora, eles não servem comida. Minha cabeça está doendo, então fechei meus olhos, esperando o avião pousar e torcendo para chegar logo em casa.

Depois de mais ou menos 1 hora de voo, pousamos. Ocorreu tudo bem, sem nenhuma turbulência. Peguei minha mala na esteira e saí do aeroporto, pegando um taxi. Entrei no carro, e enquanto o homem guardava minha mala, algo me dizia para não ir direto pra minha casa, e sim pra casa do Elídio. Não sei porque senti isso, mas resolvi não ignorar minha intuição dessa vez, e acredito que Lico ficará feliz em me ver de surpresa. O motorista entrou no veículo e eu passei o endereço pra ele. No caminho, fiquei boa parte do tempo de olhos fechados; A tontura voltou, e notei que estou suando frio.

O trânsito foi caótico, fazendo a viagem demorar mais que o necessário. Após longos e demorados minutos, finalmente chegamos. Nós descemos do carro, e quando foi entregar minha mala, perguntou se eu estava bem. Respondi que sim, e paguei pela corrida. Ele foi embora, e eu caminhei devagar até a porta da casa. Antes de tocar a campainha, fiquei uns minutos parado, pois a tontura voltou. Quando senti que estava bem, apertei a campainha. Depois de alguns segundos, Edu abriu a porta.

Da Amizade Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora