Capítulo 2.

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Pov Elídio

Hoje é sexta-feira. Como cheguei tarde em casa ontem, só tomei um banho rápido e fui dormir; ou melhor, tentar dormir. A conversa que tive ontem com o Andy ficou passando pela minha cabeça, não consigo parar de pensar no que ele disse. "Eu vou juntar vocês", como ele pretende fazer isso? Enfim, preciso esquecer isso.

Já são umas 19:00hrs. O dia foi um tédio total hoje. Fiquei em casa o dia todo, sozinho, já que o Edu saiu para uns compromissos e o Marcão está viajando, mas possivelmente volta amanhã, para o churrasco. Pra falar a verdade, nem estou mais animado pra isso. Queria que o Daniel viesse também, mas ele é muito antissocial.

Estou deitado no sofá agora, e então decido entrar no Instagram para ver as fotos da apresentação de ontem. Fui vendo as marcações e sorrindo com cada foto e com cada coisa que as fãs escreveram. Mas preciso dizer, quando colocam na legenda "Hoje o dia foi demais. Assisti Os Improváveis. #standup." me irrita demais. Além de errarem nosso nome, o nome do nosso espetáculo, ainda colocam que fazemos stand up. Puta merda.

Apenas ignorei e fui passando mais algumas fotos, até que me deparo com uma minha sorrindo para o Daniel e ele sorrindo de volta pra mim. Abro a foto e dou zoom. Ele tem um sorriso tão lindo, podia sorrir mais vezes. Vejo que foi um fã clube que postou, e na legenda está escrito: "Esses dois são perfeitos juntos. Quem também acha? #barbixas #danídio #shippo". Sorrio involuntariamente e decido clicar nessa hashtag. Eu sabia do shipp, mas nunca tinha pesquisado coisas sobre ele. Assim que entrei nela, vi diversas fotos, montagens, textos, prints, vídeos. Tudo era muito fofo, e tinha muita coisa.

Sem perceber o tempo passar, fiquei bastante tempo nessa hashtag, só não curti nada, pra não denunciar que estive ali. Continuei vendo mais algumas coisas, até que escuto a porta da sala abrir, me fazendo levantar do sofá.

─ E ae, mano, beleza? – Edu falou e logo veio me cumprimentar. Larguei meu celular aberto no sofá e o abracei.

─ O dia foi um tédio só. – reclamei. – E o seu? – falei, me sentando no sofá, apontando pra ele fazer o mesmo.

─ O meu foi cansativo. Fiz dois eventos com o Ballas e o Leandro. – ele respondeu, tirando meu celular de cima do sofá para sentar. – Lico? Que isso? – ele me perguntou confuso, me mostrando o meu celular, que estava aberto no Instagram, na hashtag danídio. Eu gelei na hora.

─ NADA! – gritei, pegando meu celular da sua mão. – Esquece isso, pode ser?! – pedi, nervoso.

─ Tudo bem, mano. Eu não vi nada. – ele respondeu. – Bom, vou tomar banho e comer alguma coisa. Pede uma pizza pra gente. – ele falou e se levantou, indo em direção ao banheiro.

─ Ok. – digo e ligo na pizzaria.

Assim que chegou, nós comemos e assistimos um filme. Na verdade eu nem prestei atenção no filme, só fiquei ali pra fazer companhia pro Edu, pensando no que eu falaria sobre o meu celular. Eu sei que pedi pra ele esquecer o que viu, mas preciso dar alguma satisfação a ele.

─ Cara, vou pro quarto, tô cansado. Boa noite. – ele falou, se levantando.

─ Boa noite. Ah, não esquece que amanhã tem o churras. – falei.

─ Claro que não. – respondeu.

─ Ah, só mais uma coisa. Sobre o meu celular.. – antes que eu pudesse continuar, ele me interrompeu.

─ Esquece isso, mano. Quando você estiver pronto pra falar, saiba que pode contar comigo. – ele pegou no meu ombro, sorriu e foi em direção ao quarto. Eu fiquei confuso, mas resolvi ignorar. Depois eu resolvo isso.

Da Amizade Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora