Capítulo 15.

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Pov Daniel

Cheguei em casa, jogando minha mochila no chão e sentei-me no sofá. Hoje foi tenso. Eu não queria ter brigado com o Evandro, mas ele me forçou a isso. Nós somos amigos tem bastante tempo, acredito que uns 3 ou 4 anos e estamos envolvidos com vários projetos. Um dos mais famosos e que eu mais gosto é nossa série no Multishow, o "Chamado Central", onde ele e o Rafinha Bastos são os protagonistas, e eu sou um dos diretores do programa.

Considero ele um grande amigo, mas não sei se confio nele o suficiente para contar o que está acontecendo. Tenho medo da sua reação e de como ele vai me tratar depois disso. Sei que hoje ele fez aquilo com uma boa intenção, pois acha que estou sozinho e preciso de alguém, mas o que eu mais tive vontade de fazer era gritar que eu amo o Elídio e que estamos juntos, mas não fiz isso. Me sinto um idiota.

Não sei como o Elídio se sente em relação a isso, a nossa relação ser um segredo. Ele diz que está tudo bem, e eu tento acreditar que está mesmo. Ás vezes me pergunto como ele me aguenta, pois eu sei que sou chato, perfeccionista, complicado. Fora que ainda estou enrolando para nossa noite juntos. "Ele deve ter muita paciência, só assim pra me aguentar", pensei e ri.

Bom, amanhã é um novo dia, e tem Improvável. Vou descansar e pensar sobre como contar ao meus amigos que me descobri bissexual e que eu e Elídio estamos juntos. Tudo aconteceu meio rápido, mas estou me entendendo comigo mesmo.

Pov Elídio

Hoje é quinta-feira, dia de Improvável. Tudo que eu espero é que não fique um climão no palco. Bom, os dois são adultos, acredito que tudo se resolveu ontem.

Assim que acordei, conversei com o Dani, já que no camarim não poderemos fazer nada e nem falar demais, pois o Andrei, Evandro e Tau não sabem sobre nós.

Almocei com o Edu e o Marco, depois arrumei minha mochila e passei base, pois meu pescoço ainda está um pouco marcado, e então fui caminhando em passos lentos em direção ao Tuca. Não muito tempo depois, cheguei. E acho que cheguei cedo demais, pois nem começaram a montar nosso cenário. Cumprimentei os poucos funcionários que estavam ali e fui ao nosso camarim. Mandei mensagens pro Daniel, perguntando se ele não poderia chegar mais cedo no Tuca, tipo agora, assim me faria companhia, mas ele disse que estava ocupado. Respondi que tudo bem, e então sentei-me no sofá e fiquei mexendo no celular, esperando as horas passarem. Depois de muito tempo, Andy chegou.

─ Por que chegou tão cedo? - perguntou, colocando sua mochila no chão, pegando um pedaço de bolo que estava na mesa.

─ Também não sei. - respondi rindo. Ele sentou-se do meu lado e ficou me olhando. - Que foi? - perguntei.

─ Queria fazer uma pergunta, mas acho que não é da minha conta. - ele falou, acabando de comer.

─ Pode perguntar, somos amigos. O que foi? - falei.

─ Por que vocês dois não fizeram ainda? - perguntou na lata. Definitivamente ele não é de fazer rodeios.

─ Por que essa pergunta agora? - falei. Eu e Andy temos bastante intimidade para falar sobre qualquer coisa, o que ás vezes é bom, outras vezes nem tanto.

─ É estranho, tipo... você não demora pra transar. Normalmente é bem rápido. Lembro que no seu último relacionamento, vocês fizeram na mesma noite que se conheceram. Por que essa demora com o Dani? - perguntou.

─ Ah, Andy, é complicado... No domingo, quase rolou... - falei e ele me interrompeu.

─ Aposto que você quis matar o Edu. - comentou rindo.

─ Meu primeiro pensamento foi esse. - ri. - Mas depois pensei bem, e foi melhor ele ter entrado no quarto. - falei, e ele me olhou confuso. - O Dani é inseguro, e eu vou respeitar o tempo dele.

Da Amizade Ao AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora