Capítulo 40 - Ainda doí

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Depois da calorosa recepção na mansão de Cancún, todos foram se deitar. Ámbar precisava descansar, juntas forças para a grande entrevista que daria amanhã, sua empresaria chegaria na manhã seguinte e por mas que fosse seguir um roteiro quase todo pronto sabia que alguns perguntas não seriam planejas e eram essas as que a assustavam. No dia seguinte tomou café da manhã com a família, isso realmente a fazia se sentir bem. Era incrível olhar para trás e ver que há tão só poucos meses o simples fato de pensar em ter que pisar em Buenos Aires a enojava ou ter de passar muito tempo em "família", agora ela já não usava mais as aspas quando dizia. Talvez tudo tenha servido para algo, primeiro Sharon, sua madrinha, mãe adotiva e família por grande parte da vida. Luna e o seu "regresso" como Sol Benson a destroçou de inúmeras maneiras, se as coisas já não eram boas, isso pareceu torna-las ainda pior, mas foi assim descobrindo, que viu sua mãe biológica pela primeira, quando descobriu a verdade sobre se mesma, foi o primeiro passo para de fato encontrar sua identidade, descobrir quem era e ao final...É, sua madrinha tinha ido e dessa vez pra nunca mais voltar e toda vez que lembrava disso era como voltar a arrancar algo de se própria, mas ficava feliz quando lembrava que pelo menos a pode chamar de mãe nas ultimas vezes que a viu, talvez tenha sido por isso que quando ela se foi um mundo inteiro para Ámbar pareceu cair ao chão, seja o antigo ou o que a pouco começava a construí. Depois veio Sylvana, sua mãe adotiva e mais tarde maior confidente, as coisas entre elas não haviam começado bem e o fato de Sylvana só ter reaparecido outra vez depois da morte de Sharon não ajudou. Ámbar não queria nem uma aproximação com a mulher, era admirável que ela tivesse ido a Paris apenas atrás de Ámbar e sabendo que essa não vivia em boa condição financeira era ainda mais surpreendente, porém para Ámbar era como trair sua madrinha, ou essa era a desculpa que usava a se mesma para negar proximidade com a mulher. Sylvana felizmente foi insistente, estava doente, uma doença um tanto incomum, imperceptível aparentemente, mais que a matava de dentro pra fora, estar em seus últimos momento com sua menina era seu maior desejo, ser rejeitada outra vez não podia ser pior que morrer com tudo guardado em se. Tanto foi a insistência que Ámbar e seu orgulho ferido foram obrigados a cede, na verdade a única coisa que desejava era uma família e se aquela estranha tinha tido a coragem de ter ido tão longe por ela, por que não dar uma oportunidade? Um ano e meio foi o tempo que tiveram juntas até que Sylvana morre-se, a principio quando Ámbar ficou sabendo da enfermidade da mulher, uma mescla de raiva e tristeza não seriam nem de longe capaz de defini-la, ainda mais porque ficou sabendo da pior maneira. Um dia quando chegou da universidade encontrou Sylvana inconsciente, depois disso foi impossível esconder, aquela altura do campeonato as duas já estavam bem próximas, tanto que Sylvana aceitou viver com Ámbar, o que só fez Ámbar ficar ainda mais aborrecida, mais uma pessoa que amava estava prestes a ir.  No final das contas jugou aquilo como castigo divino por toda a maldade que já havia cometido. Mas tarde Louis e os amigos mais próximos passaram a ser seu porto seguro ou o mais perto que poderia ter disso, a carreira como modelo só crescia e todo ia bem, mas ainda com um grande e eminente vazio. Ter vindo a Buenos Aires mesmo que "a força" por seu avô foi a melhor coisa que lhe passou. Mesmo que por pouco tempo pode viver aquilo que sempre sonhou em viver com seu primeiro grande amor e pode dá um ponto final mais decente que o anterior. Agora por fim tinham uma família outra vez, um avô amoroso e atencioso, algo parecido com tios que estão sempre ao seu lado a apoiando e se preocupando com tudo, uma espécie de ex-namorado, amigo e quase primo? Soava estranho, mas era algo assim, uma sobrinha que era a coisa mais linda do mundo, com quem tinha uma relação de proteção e que não hesitava em querer-lhe fazer companhia e por fim uma prima meio chata, irritante, boazinha de mais, "orgulho de todos" e com ainda alguns preceitos de moda antiquada, que apesar de tudo demostrava estar para ela independente da situação, "é, talvez possamos ser algo como amigas" pensava Ámbar por mais que jamais ousa-se dizer em voz alta.

 O dia tinha começado agitado, começou com uma longa reunião com sua agente Lis, além de todo o assedio das pessoas na rua. Ámbar achava nunca ter sido tão reconhecida assim de todas as vezes que havia ido no México, aparentemente seu acidente e o novo vídeo da Roller Band havia tornado o nome "Ámbar Smith" ainda mais conhecido. Na hora do almoço enquanto passeava pela orla em busca de um lugar onde comer se pegou olhando o mar mais tempo do que deveria, podia lembrar dos momentos detalhadamente com um certo mexicano, inclusive das vezes em que planejaram correr juntos por aquela praia e se beijar debaixo daquele sol, ainda doía, dilacerava, mas de certa forma olhar para o mar a fazia se sentir em paz, ele gostava tanto do mar. Mantendo os olhos fechados se imaginou feliz, hoje, amanhã e depois disso, onde tudo não era difícil e o amor não era impossível. O resto do dia passou se preparando para a entrevista de mais tarde, tentou se manter leve e calma, passou um tempo banal com Emília, Benício e Ben, que realmente a fez bem. Quando foi hora de finalmente ir para o estúdio, com a permissão de Luna levou Estrella para acompanha-la, um espirito inocente e indiferente a todas as dificuldades podia ser bom e talvez se precisasse de um abraço, ela o daria sem perguntar o por que:

-Barbie você acha que eu ficlo bonita com seu oculo?

Perguntou Estrella sentando em uma poltrona perto de Ámbar enquanto a mesma estava sendo arrumada para a entrevista de mais tarde, entraria ao vivo as oito e ter a menina a perguntar e falar de coisas sem importância a deixava tranquila e relaxada:

-Ámbar est votre lunette préférée que vous voulez que je range? Je pense toujours que la laisser piquer votre sac n'est pas un bon choix. (Ámbar é seu óculo favorito quer que eu guarde? Ainda acho que deixa-la fuçar sua bolsa não é uma boa opção).

Antes que Ámbar pudesse responder Estrella rebate docemente:

-Titia Lis, vou fazer Inglês, mama disse que só posso apeder a lengua da Barbei quando apeder essa plimeiro.

Ámbar apenas soltou altas risadas e respondeu a mulher em inglês já que a mesma não falava espanhol:

-Você a ouviu Lis? Ela disse que apenas em inglês, porque é a aula de Línguas que ela vai fazer. Quem sabe assim Estrella não aprende alguma palavra.

Lis apenas revirou os olhos, Ámbar tirar graça de uma situação como aquela, significava que estava de bom humor, a menina mexia em tudo de sua bolsa enquanto tinha um óculos que custava mais do que tudo que vestia, e Ámbar apenas podia rir de tudo que a garota falava. Quando ficou finalmente pronta sentou Estrella em seu colo, enquanto a menina jogava algum jogo qualquer no celular, ela conversava com Lis dos últimos detalhes antes de entra no ar. Quando finalmente chegou a hora desceu Estrella de seu colo e disse olhando nos olhos da menina:

-A Barbei tem que fazer uma uma coisa muito importante, aquela que eu te disse mais cedo. Quero que se comporte e fique com a tia Lis por um tempinho, já volto, respeite-a...E me deseje muita sorte.

Estrella apenas assentiu e abraçou Ámbar que banhava a menina de beijo. Respirando fundo Ámbar foi:

-Boa noite! Como o prometido e esperado, temos hoje conosco Ámbar Smiiiith!

Ámbar apenas pode sorrir confiante enquanto cumprimentava todos com os olhos, aqueles seriam longos minutos.  

Estou Aqui - SimbarOnde histórias criam vida. Descubra agora