Espelhos de Manhattan

CAPITULO 32

           

Entro devagar na sala de reuniões e meu pai está conversando com alguns estagiários. Sento no sofá e espero que eles saiam.

-Bom dia. Por que não dormiu em casa? – ele vai direto ao ponto e penso mil formas de dizer para ele que dormi no hotel com o Ramon.

Conhecendo meu pai, sei que ele acreditaria mais no Ramon do que em mim. Sorrio sem graça e quando penso em responder o meu celular toca e vejo o número desconhecido.

- Preciso atender, pai. – balanço o celular na frente dele mostrando a ligação.  – Eu volto assim que terminar. – digo saindo e fechando a porta atrás de mim para fugir do olhar desconfiado do meu pai.

Atendo o celular e ouço muito barulho do outro lado.

-Quem é? – digo pressionando o celular no meu ouvido para entender o que a pessoa falava do outro lado. – OI?

A ligação cai e ligo para o número que agora está dando na caixa. Ignoro e volto para meu andar para trabalhar. Tão cedo eu não voltaria para a sala do meu pai, não estava pronta para um interrogatório. Apesar de ele ser um pai que nos deixa livres, ele tem seus cuidados e exigência.

Chego na sala do Ramon e ele está jogado em sua poltrona gigante de costas para minha mesa. Não consigo ver seu corpo, apenas as pernas enquanto a poltrona balançava de um lado para o outro.

-Enquanto você está se embalando feito uma criança, meu pai estava tentando me interrogar por eu ter dormido fora de casa. Sinceramente não quero dizer pra ele que dormi com você, ele não entenderia, a menos que você ajude indo mostrar seu lindo sorriso pra ele e explique tudo. – falo arrumando os papéis em minha mesa e logo a poltrona vira.

- O que você disse? – assim que escuto a voz que não era do Ramon levo os olhos de imediato para frente.  –Dormiu com ele? – Harvey diz num tom de incredulidade.

O que ele estava fazendo aqui? DROGA!

Ele levanta rápido e vem até me mesa e se apoia para me encarar. Tento não fazer contato visual e sento na cadeira.

-Sim, eu dormi com ele. Algum problema?