Banshee

capitulo dezoito: Ajoelhe-se.

   O sol nasceu no horizonte. Os lobos ainda estavam à espera do um dos lideres ressurgir, pois ambos ainda encontravam-se desmaiados desde a madrugada, quando lutaram.

― Ela precisa acordar? ― Benjamin sussurrou para uma das mamas.

― Ela vai.

― Estão desacordados desde a madrugada. ― Jonas alterava-se. Uma mistura de medo e raiva tomara conta, não só dele, como de todo a matilha.

― Estão com medo? ― Um dos lobos da outra alcateia gritara. ― Vocês fedem. Talvez seja merda acumulada no fundo das suas calças.

― Controle-se. ― Filid falou encarando o rapaz. ― Ou não vou impedir que eles arranque sua língua.

― Você é uma velha, nem é uma de nós. Não se meta.

― Sua espécie surgiu a partir de minhas ancestrais, não se esqueça disso. ― A insegurança também tomara conta das druidesas que temiam por sua família.

― Para nos usarem como exército. ― Diego cuspiu no chão. ― Não entendo como lobos ainda mantem gente da sua espécie dentro de nossas matilhas. Merecem morrer, como sua líder.

Apenas ouviu-se um rosnado vindo de trás de Filid, Jonas ativara parte de seus poderes e corria até o lobo. Iniciava, ali, um confronto corpo a corpo.

― Não deixe que briguem. ― Liang orientou a irmã a agir.

Filid fechou os olhos e conectou-se com tudo que a circulava. Como druidesa da magia, ela poderia realizar feitiços, mas para isso era necessário que tomasse a força de algo. Neste caso, da natureza. Ergueu suas mãos lentamente, arqueando folhas, galhos e poeira, que tomaram a visão dos lobos que lutavam a sua frente.

― Respeitem o ritual. Mantenham silencio até que um dos lideres desperte. ― Liang caminhou até o tronco cortado onde estava sentando antes.

― Eu não me importo com rituais de bruxas. ― Ele seguiu a Liang.

― Não somos bruxas. ― Ela olhou por cima do ombro.

A mama estendeu sua mão arremessando o lobo.

― Cale-se. ― Falou pausadamente.

Os olhares antes atenciosos, direcionado para os lideres desmaiados, agora se voltavam para o conflito. Não por muito tempo. Um corpo se erguia coberto de um vermelho escuro e cabisbaixo, tendo consigo a liderança de duas matilhas. Virou-se um a um para encara aquele que era mais forte: Catharina. Levantou seu olhar lentamente enquanto seu povo ajoelha-se a seus pés. Os radicais, da antiga alcateia de Alan, relutavam em se prostrar.

― Ajoelhem-se. ― Disse a alfa com dificuldade.

― Eu não...

― Ajoelhem-se ou morram. ― Ela interrompeu Diego e completou sua frase. ― A escolha é de vocês. ― Ela dirigiu a fala para Alan e mais dois lobos que permaneciam de pé.

― Prefiro morrer. ― A arrogância na voz dele fora a verdadeira resposta final.

Catharina mostrou seus olhos, dourados como ouro, revelando seu poder, e avançou sobre os lobos. Matou-os. Um sem o coração, outro seu a cabeça e Diego teve seus olhos arrancados, pressionados para dentro até seu crânio farfalhar um barulho de ossos quebrados.

A alfa virou-se olhando sua nova matilha curvada. Eufórica, pela luta, suspirava profundamente.

― Terão novos empregos, casas e uma nova família, mas não traia matilha. "Trair ou desonrar a matilha é digno de morte".