Capítulo doze: Lobisomens

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   O corpo despido de Catharina repousava sobre o chão da floresta. As folhas enroscaram nos seus cachos e os sinais da transformação aos poucos sumiam, dando espaço ao retorno de sua humanidade. Pelo canto de sua boca escorria sangue, o mesmo presente em suas mãos. Abriu os olhos lentamente, e os mesmos, tiveram dificuldade em encarar os raios do sol. Ergueu-se, estava cercado por seus amigos e parentes que também estavam nus e voltando a forma humana.

Não demorou a que todos acordassem, tomasse as roupas em mãos e se vestissem.

― Não precisa se vestir Cat. ― Jonas sorria com malicia no semblante.

― Muito obrigado, mas oferta recusada. Agora cubra esse pau pequeno. ― Todos riram de Jonas.

― Ei, Cat? ― Todos a chamavam assim.

Benjamin, um dos jovens lobos, se aproximava de Catharina chamando-a pelo nome com a feição preocupada.

― O que houve Ben? ―Sorriu. ― Parece que as mamas brigaram com você.

― Quase isto. ― Ele soou assustado. ― Elas querem te ver.

As mamas ― como os lobos as chamavam ­― eram as druidisas antigas que abençoavam e seguiam as matilhas de lobos. Elas eram responsáveis por ensinar as crianças sobrem a historia de seu povo e seus poderes. Tinha conhecimento vasto sobre todo o mundo sobrenatural: bondade e a maldade nele presente. Na antiguidade, as druidisas exerciam papeis importantes: juízes, curandeiras, sacerdotes e mestres. Hoje, as duas que restaram desta espécie, apenas auxiliam os lobos quando seu grupo se encontra ameaçado.

Os lobisomens convivem normalmente em sociedade. Todos trabalham em uma empresa de construção: assim podem ficar sempre juntos e se misturarem. Já os jovens recebem instruções sobre a vida, poder, comportamento, controle, com as mamas. E a noite, o restante se reúne para rirem, conversarem, beberem ou enfrentarem uma ameaça. Não faz uma semana desde que mataram cinco vampiros que agrediram seu povo. Hoje, este povo é de quase cem pessoas.

― Queriam me ver mamas? ― Catharina disse entrando na cabana de madeira, que rangeu pela velhice de suas tábuas.

― Sim minha filha. ―Liang, uma delas, respondeu.

― Eles estão aqui novamente. ―Filid encarou-a.

― Outros lobos? ―Cat questionou.

― Sim. ― Filid cruzava seus braços enquanto respondia. ― Você sabe o que eles querem.

― Então vamos dar isto a eles.

― Minha menina, você é forte, mas ele é um homem, guerreiro. ― Como sempre Liang aconselhava-a.

― Então a queda dele será ainda mais adorável. ― Como sempre, Catharina mostra força em suas palavras.

― Pense bem. ― Liang respondeu com calma.

― Eu não posso deixar outra matilha ameaçar a nossa. Se ele deseja um duelo entre alfas, ele terá.

― Se perdemos nosso povo o seguirá.

― E eu serei um cadáver sendo comida por vermes. ― Ela completou. ― Nenhuma dessas duas coisas vai acontecer. ― Ela caminhara até a saída.

― Catharina! ― Chamou Liang, atrapalhando sua caminhada. ― É uma boa alfa, pense sobre isso. Seu povo não precisa sofrer consequências por ações impulsivas.

― Eu estou pensando no meu povo. Sei que se não duelar com ele para o posto de alfa das matilhas, ele travará uma guerra. Minha matilha não será dizimada.  

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