Capítulo oito: carregue o moribundo

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   ― Esse idiota pesa duas toneladas. ― Nilo estava afadigado. O corpo de Marcos pesava o dobro do que parecia, e como Nilo o carregava, não gostava muito disso.

― Será que existe algo no universo que você faça além de reclamar? ― Estrela o questionava, olhando para a única luz, vinda de um poste, a sua frente.

― Não é você que está carregando o peso morto aqui. ― Ele olhou de relance o corpo imóvel sobre seus ombros. ― Literalmente.

― Ai, pelo inferno.

― Alias, por que deixamos o carro no meio da rua e estamos andando a pé?

― A não ser que você quisesse vir empurrando o carro, ele não funciona sem gasolina. ― Sol respondeu impaciente.

― Esta merda não estava com o tanque cheio?

― A doze quilômetros atrás.

―Nilo, você tem força sobrenatural e imortalidade. Não vai morrer por carregar um corpo. ― Estrela, cansada, disse com um tom áspero de voz.

― Então carrega você. ― Respondeu-a.

― Entrega-me logo essa porcaria.

Estrela tomou o corpo e colocou-o sobre os ombros.

― Quanto tempo acha que ele vai demorar a completar a transição? ― A vampira perguntou.

― Ele está morto há algumas horas, não deve demorar.

― Ele é seu descendente, terá que ensina-lo a ser um de nós. ― Ela parecia interessada.

― Por quê? ― Perguntou curioso. ― Será bem mais interessante vê-lo surtar e matar. ― Era lindo ver os novatos matando, ele pensava. ― Eu sei, vou ensina-lo. ― Sol confirmou. ― Mas antes temos uma garota para matar. 

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