Capitulo dois: Os irmãos

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― Quantas reportagens como esta eu terei que assistir? ― Perguntava Estrela com repulsa na voz.

― Bem, algumas dezenas, pelo menos. ― Sol responde, folheando um livro empoeirado que pegara na estante.

― Precisamos acha-la. Por mais que cinco minutos fora das asas de nossa mãe sejam, no mínimo, libertadores. A ira dela não é nada agradável, sabemos bem.

―Ela nos ordenou procurar uma pessoa, tendo como pista apenas o interesse de nossa mãe. Não é como se houvesse facilidade nisto. ­― Sol fechou lentamente o livro, mostrando seu olhar repleto de exaustão e raiva, a sua irmã.

― Achei que bebidas, sexo e matança fossem seus passatempos favoritos. ­― Olho-o com um sorriso malicioso, composto por lábios entortados à direita.

― São, mas estou entediado. ― Jogou o livro sobre uma mesinha, com um abajur em cima.

― Aparentemente este não é o problema do nosso irmão. ­

Nilo abriu a porta principal da casa e adentrou a sala onde estava seus dois irmãos. Havia uma mancha de sangue na gola de sua camiseta, que por ser branca, destacava a cor vermelha intensa do líquido. Este mesmo sangue estava em suas mãos e na ponta de seu tênis esquerdo.

― Longa noite, irmão? ― Questionou Estrela, que falava antes.

― Diria que sim.

― Algo além de violência? ― Sol parecia bravo com o não andamento da missão que lhes fora concedida.

― Sim! Lanchei, lá no beco de bebidas. Ótima comida.

― Obrigado! Muito útil. ― Sol esbanjava ironia.

― Lá, eu encontrei uma bruxa. ― Dizia animado. ― Depois de matar o melhor amigo dela, que aliais era delicioso, nunca experimentei um sangue como aquele, eu descobri algo.

― Viu, ele não é tão inútil. ­― Estrela sorria. ­― Desembucha.

― Há uma garota ruiva, de olhos claros, pele pálida, que anda tendo visões. ― Sorrio. ― Bruxas e suas incríveis habilidades de entrar nos sonhos das pessoas. É fantástico, não?

― Nossa garota? ―Pergunta Estrela encarando Sol.

― Características batem. ― Respondeu-a rapidamente. ­― Onde ela está?

― Até onde sei? Em terra nova. Alguns quilômetros ao norte.

― Parece que vamos viajar. ­― Estrela ergueu as sobrancelhas, com um sorriso no rosto.

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