T.W.O.

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— Não. Não. Não. Não. Você, não. Você também, não. Estão dispensadas. Isto é tudo.

Miranda saiu do auditório da revista, onde havia decidido, depois de horas analisando, dispensar as últimas candidatas. Uma não parecia competente o suficiente. Outra não parecia confiável o suficiente. Outra não parecia responsável o suficiente. A outra não era bonita o suficiente e a última, não era graduada o suficiente.
Emily agradecia as candidatas enquanto Miranda já estava um tanto mais à frente.
— Emily, mande Nigel comparecer em minha sala em dez minutos.
Miranda fechou a porta e seguiu em direção ao elevador.

Os minutos se passaram e Miranda, já aguardava Nigel, o seu fiel diretor de arte em sua sala. Se encontrava sentada atrás de sua mesa de vidro, cuidadosamente arrumada e devidamente limpa. Revirou os olhos impaciente. Em segundos, ouviu o som abafado das pequenas batidas na madeira da grande e maciça porta.
— Entre. - Disse, enquanto tirava seus óculos e levava uma das pernas do objeto entre os lábios.
Nigel rapidamente entrou, revelando-se uma figura estilosa. Careca, usava óculos com estilo alternativo. Era magro. Sua expressão corporal, revelava sua sensibilidade.
— Pois não, Miranda. - Disse, enquanto a fitava de pé.
— Serei rápida e direta, Nigel. Você tem dois dias. Nada mais, nada menos. A competência dessa revista está nas suas mãos.
— Meu Deus, Mademoiselle! O QUE QUER DIZER COM ISTO? - Disse, alterando o tom de sua voz.
— Quero dizer que quero que você encontre Andrea. Sei que tem o seu contato. Descubra onde ela está e me dê seu endereço. Isso é tudo.
Nigel a fitou por alguns instantes. Miranda estaria fora do juízo?
— Miranda... Acho que isso não vai funcionar. Não depois de tudo e de como Andrea a deixou. - Por fim, suspirou.
— Meu jogo. Minhas regras. Eu as faço. Quero o endereço dela. Isso é tudo, Nigel.

Miranda colocou seus óculos e já estava a desbloquear o computador, quando Nigel assentiu, apreensivo, que iria procurar Andrea.
— Tudo bem, Miranda. Com licença. - Se virou; Abriu a porta.
— Quarenta e oito horas, Nigel. - Reforçou a Dama de Ferro.
Ele piscou com o olho direito e fechou a grande porta.

NIGEL'S P.O.V:
— Miranda surtou. - Falei comigo mesmo enquanto procurava por Emily pelo prédio.
O que eu vou fazer? Como vou convencer Andrea? Ela saberá que é um plano de Miranda. Pior será quando a minha querida chefe aparecer em carne e osso na porta do seu apartamento. Andy nunca mais falará comigo e Miranda vai me despedir. Eu estarei na rua.
— EMILY! -  A gritei, enquanto corria para alcançá-la. — Miranda surtou. Surtou de vez.
— Ah, você jura? Eu achei que ela já tivesse surtado há anos. - Ironizou. Isso me tirou um leve riso por ter achado o comentário sarcástico.
— Ela surtou, mais do que das outras vezes. Ela quer ir até Andrea. O pior: Eu tenho quarenta e oito horas para descobrir onde Andy está.
— Oh, não. - Emily levou sua mão no rosto.
— Oh, sim. - Eu tirei sua mão do seu próprio rosto. — Oh, sim, sim.
Apertei o elevador que indicava o meu andar. Emily riu, apreensiva. Eu sabia que isso tudo ia restar em confusão.

Nota da Autora:
Desculpem a demora! Aqui está um pequeno capítulo. Amanhã terá mais e terá ANDREA P.O.V.
Vai vir muita confusão por aí. Abraços a todos os leitores.
Att.
Liev.

Mea CulpaOnde histórias criam vida. Descubra agora