Capítulo 1

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Num certo dia, Mike estava caído, desacordado em uma das trilhas que tinha próximo ao morro Natus. Costumava caminhar  em áreas mais tranquilas, sentido o cheiro das folhas verdes, desfrutando do ar fresco que vinha das árvores em volta, fazia essa rotina todas as manhãs. Gostava de acordar cedo para se conectar com a natureza,isso o deixava leve e em paz consigo mesmo. Sentia–se bem e energizado para o dia inteiro.

***

Uma voz baixa e suave falava para Mike.
— Hey, acorda! Acorda!
— Vamos rapaz, acorda!
Lentamente e um pouco zonzo, Mike foi abrindo os olhos e se perguntando o que estava fazendo ali no chão e todo sujo. Esquecera devido o baque.
O senhor o ajudou a levantar dizendo:
— Venha comigo, precisa limpar esse machucado e fazer um curativo, está ferido nas costas. Meu carro está bem ali, próximo da entrada para as trilhas.
— A propósito,  meu nome é Nil. Nil Coleman.
Mike um pouco pálido, disse com a mão apoiada no ombro direito de Nil.
— Obrigado por me ajudar.
— Prazer em conhecer Sr. Nil!
— Meu nome é Mike. Moro a uma quadra daqui.
— Eu venho fazer caminhadas por aqui, nunca me aconteceu nada antes. Mas hoje fui atacado por um animal, parecia um cachorro, mas muito feroz. Eu estava distraído, pensando na prova de matemática que vou ter mais tarde. De repente senti algo andando atrás de mim, virei para ver o que era, ele pulou agarrando minhas costas e cai batendo a cabeça numa barricada de terra, acordei com o senhor me chamando. — Estranho...
Ele estava atordoado, no entanto, alguns dias atrás, notou alguma coisa estranha rodando sua casa, fazia ruídos pelas paredes do lado de fora. Quando Mike saia para ver o que era, não encontrava coisa alguma. Sua mãe Liza, nunca acreditava em sua história após chegar cansada do trabalho às onze da noite, muitas vezes fazia extras. Só a via lá para meia noite. E todas as tentativas de  convencer sua mãe de que algum animal estava fazendo bagunça por fora da casa, era fracasso, mas,  talvez fosse algum cachorro a procura de um dono.
Mike ainda estava assustado contando o que acontecera para Nil.
Pensou por alguns segundos. Como poderia acontecer aquilo com ele, aquele percurso era de rotina e próximo da sua casa. Nunca fora atacado antes, por nenhum outro animal, ainda mais daquele tipo. Com dentes enormes, olhos famintos. Sentiu suas garras ferir suas costas profundamente. Mike não acreditava em lobisomens e nem em vampiros, mas por um momento comparou aquele animal com um de uma foto que seu amigo Alan mostrara uma vez na Internet. Até dizia  a ele que era bobagem, coisa de filme e um mito que não tinha graça.
Falou para sim mesmo. — Deixa disso, foi só um animal qualquer, um cachorro de raça raivoso.
Mike achou que estava delirando porque caiu e bateu a cabeça, só efeito colateral.
Nil ajudou Mike a entrar no carro, mesmo com a cabeça doendo e o ferimento nas costas, ele conseguiu se acomodar no banco da frente.
Quebrando o silêncio entre os dois, Mike perguntou com curiosidade, como o tinha encontrado naquele mato, morava poucas pessoas  e não tinha amizades com ninguém de lá. Também nunca tinha visto Nil antes.
Com carisma em seus olhos castanhos escuro, o senhor com cabelos grisalhos e rosto já com algumas rugas e bastante linhas de expressão respondeu sua pergunta.
— Gosto de pegar capim nesse lado do morro, são mais frescos devido a umidade e meu cavalo Bronxs, ama os daqui. Quase todas as manhãs eu venho, estou surpreso tanto quanto você que ainda não nos vimos.
Nil sabia o porque não se viam, era arriscado demais entrar em sua vida, fizera uma promessa e precisava cumpri–la. Mas depois de ver Mike caído e ferido, o animal não era um qualquer e sim um ser monstruoso, agora ficaria de olho em Mike para ver o que ia se tornar. No entanto, não iria trazer problemas para Liza e seu filho que estava vivendo tranquilo, tirando boas notas na escola e sendo bom com sua mãe. Sem dar dor de cabeça, exceto as garotas do colégio que eram doidas por ele. Mas Mike esperava a pessoa certa para se envolver. Acreditava em "alma gêmea"... Essas coisas de cinema.
Enquanto Mike e Nil conversavam no carro.

***

Salty não estava nenhum um pouco tranquila, apavorada com o primeiro dia de aula, em seu quarto estava provando várias e várias peças do seu guarda roupa, nenhum traje estava combinando, ela se olhava no espelho e nada parecia lhe  cair bem, foi quando pegou um vestido na cor salmão e discreto, sem marcar demais suas curvas, enfim achou algo que gostasse. Olhou para o espelho mais vez, calçou uma sandália baixinha combinando com o vestido, já com os cabelos ruivos penteados, passou um brilho lábial rosa claro para disfarçar a boca sem cor. Deu um toque final nas bochechas um tanto sem vida e borrifou um pouco do seu perfume floral em seu pescoço. Checando tudo em sua bolsa para ver se não esquecera o mais importante, seu frasco com sangue, para evitar qualquer loucura que pudesse fazer. Piscando para seu reflexo no espelho exclamou, quase esquecendo do seu colar que lhe permitia andar sobre a luz do sol.
— Pronto! Agora sim dá para encarar a escola nova. — Aí vou eu!
Disse num tom não muito animada.
Seu pai a esperava em seu carro, buzinando com um pouco de pressa, porque ia trabalhar. Borus chamava sua filha.
— Vamos Salty, vai se atrasar para a escola.
—  Filha! Vamos!
À chamou num tom mais alto e finalizando com mais uma buzina.
Salty andava depressa, ela estava radiante embora não estivesse muito empolgada para conhecer a escola nova, professores novos, tudo novo.
Ela se perguntava se um dia iria fazer alguma amizade. Sempre Tivera dificuldades devido a sua timidez.
Seu pai abriu  a porta do carro e disse:
— Para que se arrumar tanto se você já é linda?
— Ah pai, hoje é meu primeiro dia de aula nessa escola. Não quero sofrer bulling.

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ENTRE GARRAS E PRESASOnde histórias criam vida. Descubra agora