Capítulo 7

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Enquanto Alan foi cumprimentar alguns outros alunos no intervalo, Mike ficou sentado no refeitório terminando sua refeição, mas algo inesperado o interrompeu.

De repente Mike começou a escutar as vozes dos alunos conversando, ele colocou a mão no ouvido como se estivesse espantando mosquito, entretanto o barulho continuava bem alto em seus ouvidos. Escutava tudo e todos no refeitório, podia ou ouvir claramente as cozinheiras reclamando da pilha de louça para lavar, conseguia ouvir também  as vozes dos gêmeos "Hector e Heber" falando sobre uma festa que vai ter no sábado a noite, escutava algumas alunas em rodinha reclamando dos homens, inclusive papos íntimos de mulheres. Para Mike, isso foi invadir a privacidade de todos, mas não foi proposital, não conseguia controlar sua audição aguçada. Estava ouvindo nitidamente as crianças do outro lado da rua, pelo jeito estavam brincando de esconde–esconde, ruídos sonoros de tudo, carros, motos, caminhão dos bombeiros passando na avenida, sirene da polícia, que provavelmente estavam indo fazer uma prisão. Naquele momento, nada passava sem ouvi–los.

Mike ficou horrorizado, apavorou–se, respirando bem fundo tentando se acalmar e aos poucos as vozes sumiram, não ouvia mais nada, apenas uma roda de amigos que estavam na mesa da frente.

Alan despediu–se dos colegas e viu que Mike estava indo ao banheiro com cara de assustado, foi ver o que estava acontecendo com o amigo.

— Você está bem Mike?
— Estou bem. Obrigado! — Só tive a impressão de estar ouvindo todos da escola e de fora. Estava o maior falatório e bem alto.

— Lave o rosto Mike, beba uma água. — Talvez é só cansaço da sua caminhada de mais cedo.
—Éh, mas que foi estranho, ah isso foi.

Mike se olhou no espelho, jogou uma água no rosto, passou a mão úmida na nunca e aparentemente estava normal. Olhou novamente ao espelho para confirmar que estava tudo bem e, para sua surpresa estava havendo mais uma mudança, mas dessa vez não era sua audição e sim os seus olhos, estavam mudando de cor, de castanho escuro para um amarelo fogo, quanto mais nervoso mais acendia o brilho dos olhos, era fora do normal. Era como se alguma coisa estivesse possuindo seu corpo, ele ficou perplexo, pensara que estava ficando louco, ou com alguma doença rara.

Alan estava esperando o amigo do lado de fora do banheiro e gritando perguntou :

— Mike, está tudo bem aí? — Está demorando muito. — Já estou ficando  preocupado.
— Precisamos voltar para a sala.

Mike respondeu :

— Estou saindo Alan, só mais um minuto. — Se quiser ir, te encontro lá.

— Tah bom Mike. — Como quiser.

Respirando aliviado por voltar ao normal seus olhos, Mike saiu caminhando em direção a sala de aula.

Depois de uma longa aula de Física, Mike e Alan saíram felizes por ser o último dia de aula da semana e porque sábado estava logo chegando, faltavam horas. Poderiam relaxar um pouco.
Na saída da escola Salty estava entrando no carro de seu pai que veio buscá–lá como todos os dias.
Mike deu uma olhada e Salty fez o mesmo arrumando seus cabelos. Aos poucos Salty foi sumindo da sua vista e Alan o acompanhou até sua casa.

— Tchau Mike! — Nos falamos mais tarde.
— OK Alan, depois eu te ligo.

Mike entrou para sua casa ainda pensando no que acontecera na escola. Isso o assustou e muito.

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ENTRE GARRAS E PRESASOnde histórias criam vida. Descubra agora