5° Episódio: Um estranho

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Os acontecimentos na estação de trem, deixaram os filhos Falke com mil pulgas atrás da orelha, mas nenhum perguntou para os pais o que aconteceu. Eles sabiam que se se Morgana e Trevor não quisessem, eles não contariam e ponto.

Simon, resolveu se concentrar em Bartolomeu, o gato que Simon tinha guardado na mochila quando fugiram de Mavidelle. Coitado do bichano, arrotar fogos de artifício no outro dia foi um dia de "Cão" pra ele.

Simon resolveu atormentar o pobre gatinho, queria brincar para esquecer a a saudade de seu lar, mas claro que ele não sabia disso. Na cabeça inocente de Simon, ele é Bartolomeu estavam se divertindo muito com um Skate velho de Adam. Simon amarrou o gatinho e o empurrou ladeira a baixo.

— Bartolomeu! Você vai voar! —  Simon comemorava feliz. Achando que o gato estava amando aquilo. Mal sabia o garoto que Bartolomeu odiava cada segundo. Se o gatinho estivesse vivo, ele certamente morreria quando o Skate capotou. Mas é claro que isso é uma outra história.

Adam decidiu que precisava explodir sua raiva por estar naquele mundo de Comuns treinando box. O saco de areia choraria se tivesse olhos. Adam estava furioso. Furioso por ter ido embora da sua casa, do seu mundo, por ter ido embora de sua vida. Ele detestava não poder fazer nada. Ele odiava o fato de seus pais não lhe darem chance de lutar na guerra por sua raça. Ele queria se juntar à Guarda Escura. A Guarda dos Bruxos. Lutar contra a injustiça contra seu povo, o rei e a rainha dos Bruxos eram benevolentes e todos os clãs dos Bruxos eram uma família, e a família se protegia. Adam queria proteger os dele. Ele almejava salvar a vida de milhares de Bruxos que sofriam preconceito de muitos. Ele queria estar na guerra e acabar com os Caçadores Vermelhos. Era isso que ele queria. Mas não podia. Ele não sabia como sair do mundo dos Comuns. E essa ideia de ir embora estava lhe atormentando há dias... Se Adam tivesse uma mínima chance de ir, ele iria. Mas... E seus pais? Seus irmãos? E Faina?

Adam abandonava esses pensamentos dando socos e chutes em um saco de areia que ele espancava com violência. Bater afastava as ideia de fuga e suas consequências. Bater ajudava a esquecer sua fúria, suas dúvidas e suas dores. Bater em algo ajudava Adam a esquecer dela. Quem era ela?

Houve uma garota na vida de Adam, uma que o magoou muito. Mas essa, também é outra história.

Phillip, estudava feitiços, queria tornar-se um grande Bruxo, queria ser forte e fazer o bem, desfazer maldições inquebráveis e usar a magia pra trazer felicidade. Phillip podia ser igual a Adam na aparência, mas eles​ tinham​ outras coisa em comum. Phillip também fazia coisas para esquecer outras. A diferença era que Adam agredia sacos de areia pendurados no teto, e ele lia livros por horas sem parar por um segundo.

Phillip também queria ajudar na guerra. Com sua magia ele poderia criar escudos de raízes​ e pedras e curar as feridas dos soldados. Ele sabia o quanto sua magia era poderosa, o quanto ela corria nas veias... Ele sentia o poder do bem em si, e morria por dentro por não poder usá-lo.

Por que os pais não o deixavam ir? Por que eles foram embora? Por quê?!

Phillip não queria pensar nisso, em nada disso, ele não queria ficar com raiva. Ele não queria lembrar. Ele queria tentar se acostumar a d um a realidade até uma hora que conseguisse mostrar para os pais de que era capaz de cuidar dele, e de uma legião de Bruxos.

Phillip estava infeliz de não estar em Mavidelle, mas estava feliz de estar longe de alguém que vivia lá.

Uma garota.

A mesma garota que existia nas memórias de Adam, existia na dele. Por causa dela, ele e Adam tinham rompido sua amizade, por causa dela, seu irmão nunca mais foi o mesmo, e nem ele também.

Uma vez Bruxo sempre BruxoOnde histórias criam vida. Descubra agora