11° Episódio: Eles a levaram

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Depois do baile, semanas se passaram, Simon continuava a falar sobre Suzana, a amiguinha que fizera, estava chateado por ela ter voltado para o seu país natal, mas sussurrou para Bartolomeu, o gato, que um dia ainda ficaria perto dela de novo.

Trevor e Morgana que haviam dançado juntos o baile inteiro, começaram uma mania nova, ele a forçava dançar a qualquer hora do dia e ela fingia que não queria.

Philip não parava de pensar na princesa Kalissa. Ela não pôde dançar com ele, sua mãe a prendeu a festa inteira para que ela ficasse cumprimentando mil e um lordes e duques que ela não fazia ideia quem eram, homens enfadonhos que não falavam nada além de como o palácio era bonito e de como as suas reuniões haviam progredido a política. Mas ele ficou às nuvens só de vê-la naquele vestido vermelho deixando os seus ombros à mostra, a saia rodada que lhe fazia lembrar uma bela rosa. Ela também ficou feliz de vê-lo ao longe, como ela quis ir até lá...

Adam fez novas amizades assim como todos, e ficou se entupindo de comida a noite toda, não tinha mais nada para fazer ali segundo sua personalidade. Ah, e era o Adam, claro que ele fez o que a mãe disse para não fazer, o baile todo ele fez questão de pregar peças nos garçons e convidados, muitos deles voltaram para casa com vinho derramado nas camisas de seda e vestidos de rendas, graças a Adam e sua mágica.

Faina?

Faina dançou a noite inteira com Rafael. E ela nem parecia estar lembrada que estava em um castelo, na França, não, não... Faina não lembrava de dor, pela primeira vez em todo o tempo que esteve em Paris, não lamentou o fato de não estar em Mavidelle. Pela primeira vez, Faina se sentiu bem de verdade. Ela não estava em lugar nenhum, ela estava no céu, com Rafael, rodopiando com a música.

Nas semanas que se passaram, Faina e Rafael ficaram bem próximos... Eles começaram as aulas de desenho e ele estava longe de ser bom, porém, agora desenhava mais que bonecos de palito. Eles tinham ido ao cinema, à sorveteria, ao parque e Rafael inventou de ensinar Faina à andar de skate, isso explica os joelhos esfolados que ela tinha agora. Ela era péssima. Verdade seja dita. Mas era esforçada, e não desistia.

Faina se impressionou com a doçura que Rafael tinha, quando falava de suas duas irmãs mais novas, Mila e Sam. A doçura que ele dizia da sua família, mas nunca entrava muito a fundo, mas sempre falava do respeito que tinha por eles. Faina ficou feliz ao se sentir tão bem com sua personalidade, forte e altiva, personalidade de alguém teimoso e isso irritava, mas sua cabeça dura perdia muitas vezes para sua gentileza, a forma que ele tinha de ver a vida, de ser ele, tudo que Faina viu nele, era bom.

Ou tudo que ele deixou que ela visse.

E ela se sentiu feliz com ele. Ela era feliz perto dele.

Rafael tinha roubado seu coração. Ele queria isso.

Sua ficha caiu quando ele lhe beijou no último encontro no parque. Para a aula de skate depois da aula dele de Desenho. Diferente dele, ela não teve progresso. Depois de cair mais uma vez, Rafael correu desesperado, por um momento achou que ela estivesse se machucado de verdade.

Rafael tinha aquele vibrante lenço vermelho com as siglas C.V no seu bolso. Um lembrete do que ele era. Sua preocupação foi surpresa até pra ele, as suas intenções com Faina era muito mais graves que cair de um skate. Que preocupação seria essa?

Ele quis acreditar que era somente porque ela era importante para a sua "família".

— Você está bem? — Disse ele assim que se abaixou para ficar perto dela, com uma expressão tensa. Mas Faina só riu.

— Vim dizer "Oi" pro meu amigo, o chão, eu e ele construimos uma relação nos últimos tempos, sabe? — Respondeu ela rindo.

Rafael tinha pensamentos sinistros, todavia, achou a coisa mais linda vê-la rir. Ela era linda rindo.

Uma vez Bruxo sempre BruxoOnde histórias criam vida. Descubra agora