13° Episódio: Na Câmera Vermelha

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   Adam passou as mãos pelos cabelos e Phil encheu os olhos de lágrimas, suas têmporas começaram a latejar, sempre havia sido desse jeito, suas cabeças começavam a doer juntas quando alho os preocupava.

   Fani olhava as paredes com a frase suja de sangue sem entender se devia levar isso a sério e ficar preocupada, ou deveria ficar zangada por ser uma brincadeira sem graça.

   Adam começou a hiperventilar e a sussurrar consigo mesmo, Philip limpou as lágrimas e fechou os olhos como quem se concentra em algo muito importante e complexo.

— Gente? Está tudo bem? O que significa C.V.? A Faina que fez isso? — Fani perguntou com cautela se aproximando dos dois. Adam olhou pra ela como se não a conhecesse, passou reto e foi até a sua mochila preta que tinha deixado largada na soleira da porta, começou a remexer chamando a atenção de Phil, revirou todas as suas coisas, procurava algo específico, caíram cadernos, canetas, um sanduíche de queijo que jazia dentro de sua bolsa muito mais que o bom senso permite, caiu uma pequena adaga  porém muito afiada envolta em uma capa de couro negro, e um pequeno medalhão de prata com esmeraldas cravejadas em volta de um grande F esculpido pela circunferência.

    Assim que Adam segurou isso e a adaga, Phil arregalou os olhos, quando Adam ergueu o medalhão acima de sua palma ele segurou seu pulso gritando com ele:

— Enloqueceu? Você guardou o medalhão por todo esse tempo sem dizer nada pra mim?! — Ele berrou e Adam puxou seu braço pra si, gritando em resposta.

— Eu sabia que ia precisar! Nossos pais planejaram deixar em nossa casa, para que nenhum de nós achasse. E olha só se eles tivessem feito isso, como íamos conseguir voltar?! — Falou ele bravo. — Se eu não tivesse trazido, agora o que poderíamos fazer? Eu vou voltar para casa, e buscar a Faina, e entre isso eu vou arrancar a cabeça de quem tentar me impedir!

— Você ficou maluco, você não sabe nem o básico de mágica, você não controla sua magia e vai acabar explodindo o resto dos seus miolos, seu burro! Pense direito, temos que nos juntar e…

— Não, Phillip, pensar direito significa esperar dias, semanas, e eu não vou perder a minha única irmã. Ela é uma parte de mim, nossa única garota, e você sabe, a única garota que deu certo para gente dividir… Não lembra da última vez que tentamos fazer isso? Não lembra de como nos destruiu? Não lembra que foi a Faina que nos curou? Ela é a única que mantém eu e você juntos, e eu não vou perdê-la. — Phill olhou pra ele convencido.

— Explique tudo pra nossa família, conte a verdade pra Fani — Ele a olhou nesse momento — E bole um plano, você é muito inteligente, eu não posso esperar, vou atrás de Faina agora.

   Dizendo isso, ele ergueu o medalhão e o colou em sua palma, uma luz verde o envolveu e ele sumiu. Pro orgulho de Phil e para o pavor de Fani.

— Calma… Quero que você fique absolutamente calma, e confie em mim. — Era tarde demais, Fani desmaiou no meio da sala de francês, ao lado das tralhas bagunçadas de Adam, e do seu sanduíche de queijo fedido que pra ele fazia total sentido comer aquilo.

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— Quando ela acordar, deixem que ela fique só na sala vermelha, sem comida, ou água, por três dias. — Uma voz masculina rude e profunda disse do outro lado da sala onde Faina estava.

— Alguma informação, ou ela deve ficar só sem saber do que tá acontecendo? — Uma voz estridente dizia agora, porém com muito respeito a anterior.

— Quando vamos drenar o sangue dela? — Uma voz sádica e ansiosa parecia querer esconder a risada, o olhar do dono da primeira voz parecia ser de um líder exigente.

Uma vez Bruxo sempre BruxoOnde histórias criam vida. Descubra agora