Capítulo 8

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-Acorda dorminhoca-ouvi uma voz dizer enquanto passava a mão no meu cabelo

Sorri pela maneira carinhosa como fui despertada do meu sono e lentamente abri os olhos, levando um susto em seguida

-O que é que tu fazes aqui?-perguntei pondo a mão no peito

-Vim passar o dia contigo na piscina, como tínhamos combinado-eu ri me um pouco

-Nós não combinamos, tu fizeste te de convidado-ele fingiu se de ofendido

-Eu nunca seria capaz de tal coisa. Mas se não me queres aqui eu vou embora-ri me ainda mais do seu drama

-Espera por mim lá em baixo-pedi e o Miguel assentiu, com um sorriso vitorioso

Depois de vestir uma roupa fresca, fui para a cozinha e encontrei somente a minha mãe

-O Miguel?-perguntei dando lhe um beijo na testa

-Eu disse lhe que podia ir entrando na piscina enquanto tu não vinhas-ela respondeu

-Fizeste bem, vou ter com ele-dito isto dirigi me ao exterior da casa

Encostei me a uma parede e fiquei a olhar para o rapaz que estava na piscina, ele parecia tão feliz, não pude evitar sorrir com isso

-Vais ficar a olhar para mim ou vais entrar na piscina?-fiquei envergonhada por ser sido apanhada em flagrante

-Eu não vou entrar, vou só molhar os pés-sentei me e coloquei os pés dentro da piscina

O Miguel nadou até onde eu estava e ficou a olhar para mim atentamente, senti as minhas bochechas ficarem quentes e baixei a cabeça, enquanto mexia os pés na água

-Eu sinto me culpado-ele disse baixinho após uns segundos em silêncio

-Pelo quê?-perguntei sem entender, e por um momento perdi me no azul dos seus olhos

-Este teu medo de nadar, eu sinto me culpado por o teres-eu arregalei os olhos ao ouvir as suas palavras

-O que é que estás para aí a dizer Miguel? A culpa não é tua, foi apenas uma espécie de trauma que ganhei-tentei faze lo ver que o que ele dizia não fazia sentido

-Claro que a culpa é minha Luna! Tu ouviste o que a minha mãe disse, tu adoravas ir para a piscina e agora mal consegues entrar em uma sem teres um ataque de pânico. É tão injusto..-ele passou a mão pelo seu cabelo molhado, a sua expressão triste partia me o coração

Peguei na sua mão e puxei o para perto de mim, abraçando o em seguida

-Não te culpes por favor. Eras só uma criança, não havia nada que pudesses ter feito-sussurrei e logo senti os seus braços rodearem o meu corpo, fazendo me arrepiar pela diferença de temperaturas

-Confias em mim?-perguntou de repente

-Claro, mas porque é que perguntas?-ele não respondeu, pegou me pelas coxas e eu automaticamente enrolei as pernas na sua cintura- Miguel o que é que estás a fazer?-comecei a ficar nervosa ao perceber que nos estávamos a aproximar da zona da piscina onde não tínhamos pé

-Acalma te, eu não te vou soltar-fechei os olhos com força e apertei o mais

Percebi que tínhamos chegado á zona funda e senti os meus olhos encherem se de lágrimas, o meu coração começou a bater rápido

-Tira me daqui, estou com medo-pedi com a voz falha

-Olha para mim, pequena-fiz o que ele pediu, e o seu polegar secou as lágrimas que escorriam pela minha bochecha- Eu quero ajudar te a superar esse trauma-ele sussurrou enquanto me olhava com carinho

-Eu nunca vou ser capaz de superar isto-disse triste

-Tu vais soltar as pernas da minha cintura e vais ficar só a agarrar o meu pescoço ok?-mesmo sem ter a certeza, decidi fazer o que ele pediu

Agarrei me melhor no seu pescoço e fechei os olhos por um segundo. Comecei a sentir algo puxar me para baixo e o meu corpo a afundar, fiquei desesperada enquanto me debatia sem parar

-Luna! Luna!-o Miguel chamou o meu nome enquanto me balançava pelos ombros

Abri os olhos e percebi que estava sentada á beira da piscina, com o Miguel entre as minhas pernas

Eu chorava sem parar e ele abraçou me, começando a afagar o meu cabelo

-Eu nunca vou conseguir! Quando fecho os olhos só consigo imaginar me a afundar-disse enquanto soluçava

-Tu não abrias os olhos por mais que eu chamasse por ti, começaste a chorar sem parar e eu achei melhor tirar te da piscina-ele explicou e eu escondi o meu rosto no seu pescoço

-Desculpa-ele afastou se um pouco e pousou os seus olhos, que mais pareciam duas safiras, em mim

-Pelo que é que te desculpas?-perguntou e eu suspirou

-Acho que estraguei o teu dia na piscina por causa disto tudo-baixei a cabeça, mas ele logo tratou de levantar o meu queixo, impossibilitando me assim de desviar o olhar

-Não estragaste nada Luna! Nós reencontramo nos ontem depois de muitos anos, mal nos lembramos um do outro e ainda assim tu confiaste em mim. Não imaginas como isso me deixou feliz-sorri com as suas palavras

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