Capítulo 12

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-Não está ninguém em casa-disse á Valéria enquanto me deitava outra vez na cama

A minha melhor amiga tinha dormido cá na noite anterior, e hoje quando acordamos a casa estava demasiado silenciosa, então eu fui ver se já todos tinham saído

-O que é que vamos fazer hoje?-a loira perguntou

-Podíamos passar o resto da manhã na piscina e á tarde fazíamos uma maratona de séries-propus e ela sorriu

-Ainda não me habituei à ideia de tu quereres ir por espontânea vontade para a piscina-ela comentou

-É verdade, acho que ainda hoje teria medo se não fosse pelo..-não terminei a frase, suspirei ao lembrar me do moreno de olhos azuis

-Vocês não voltaram a falar?-perguntou

-Não, ele não mandou mensagem e eu também não. Ele antes vinha cá todos os dias e vice versa e de repente já nem um simples olá trocamos-respondi, um pouco triste

A campainha tocou e a Valéria foi ver quem era, mas logo ouvi os seus passos apressados a subir as escadas

-É o Miguel-ela disse depois de entrar no quarto como um furacão

-Tens a certeza?-perguntei sentando me na cama rapidamente

-Claro que tenho! Ele está igualzinho a quando era pequeno. Para além disso tu mostraste me uma foto vossa uma vez-ela respondeu como se fosse óbvio

-Eu não sei se quero falar com ele.. Ele esqueceu que eu existia durante uma semana-suspirei

-Tudo bem. Vou dizer que estás a dormir e manda lo embora-mandei lhe um beijo e ela logo saiu

As suas vozes aproximavam se cada vez mais então achei melhor tapar me e fechar os olhos, fingindo estar realmente adormecida

-Eu já disse que ela está a dormir Miguel, volta noutra altura-a loira disse

-Eu quero devolver lhe a mala que ela deixou na minha casa. E já agora quem és tu?-ele perguntou e eu senti um aperto no peito ao ouvir tão bem a sua voz

-Chamo me Valéria, sou a melhor amiga dela. E quanto á mala eu já te disse que posso entrega la eu-ela tentava de todas as formas convence lo a ir embora

-Deixa me entrar no quarto Valéria-ele pediu já sem paciência, a minha amiga estava a tapar lhe a passagem

-Ela está cansada Miguel, já te pedi que voltes mais tarde-ela mantinha se firme no lugar

-Já não é a primeira vez que a acordo e ela nunca se importou-ele disse na tentativa de a fazer deixa lo entrar

Ao ver que ele não desistiria, achei melhor levantar me e ir falar com ele

-Que barulheira é esta á porta do meu quarto?-perguntei com uma falsa sonolência e ele abriu um sorriso assim que me viu

-Eu queria devolver te a mala que deixaste no meu quarto no dia a seguir á festa. Nem dei por tu saires-eu revirei os olhos com as suas palavras

-Obrigada por a teres trazido-peguei na mala e já ia fechar a porta quando ele pôs o pé

-Achei que pudéssemos passar a manhã juntos-ele fez uma carinha fofa

-Desculpa mas terá de ficar para outro dia, ficamos acordadas até tarde e estou exausta-bocejei

-Ok Luna já percebi que se passou alguma coisa, estás estranha. Vamos conversar-ele pediu e eu assenti, dando me por vencida

-Eu vou fazer o pequeno almoço-a Valéria disse, saindo do quarto em seguida

-Não trouxe a mala antes porque tenho estado ocupado-ele disse quando nos sentamos na cama

-Imagino-respondi irônica, ao lembrar me da Dalila

-Eu ainda nem acredito que vou ser pai, estou tão feliz! Sempre foi o meu sonho, não estava nos meus planos ser agora, mas eu já amo o meu filho-o aperto no peito voltou a instalar se

-Parabéns papá-limitei me a dizer

-Eu acho que a Dalila é a pessoa certa sabes? Ela é uma mulher incrível-não pude evitar rir com o seu comentário

-A minha prima, uma mulher incrível? Devemos estar a falar de pessoas diferentes de certeza-ele olhou para mim com uma expressão confusa

-Eu não entendo toda essa implicância com ela! A Dalila tem dito que se sente muito triste por tu não quereres ser amiga dela, ela gostava muito de ter alguém da família por perto durante a gravidez-ri mais ainda

-A Dalila está a envenenar te contra mim e tu estás a cair como um patinho, mas já estou habituada a isso, ela sempre quis tudo o que era meu, e para isso virava toda a gente contra mim!-disse irritada, ao lembrar me que era assim desde que éramos pequenas

-O que tu estás a dizer não faz sentido nenhum!-ele fez pouco caso das minhas palavras- Eu preciso de falar com a tua mãe, quero avisa la que convidei a Dalila para ser minha acompanhante no casamento-eu arregalei os olhos com o que ouvi

-Eu é que ia ser a tua acompanhante-disse levantando me

-Eu sei que sim. Mas não faz sentido deixar a minha mulher, grávida, em casa e ser teu acompanhante-estava tão irritada pelo que ele estava a fazer

-A minha mãe não vai permitir isso-limitei me a dizer

-Tens a certeza que é ela que não vai permitir Luna, ou serás tu? Olha isto tudo parece me uma cena de ciúmes e eu peço te que pares com isso. O nosso beijo foi bom, mas foi só uma coisa no calor do momento, é com a Dalila que eu vou ficar-senti como se ele tivesse pegado no meu coração e mandado ao chão, fazendo o ficar em pedacinhos

-Sai-pedi, virando lhe as costas, para que ele não visse as lágrimas que começaram a escorrer silenciosamente

-O quê?-ele pareceu descrente com o havia acabado de ouvir

-Vai te embora, estou a ficar com dores de cabeça-menti, só queria ficar sozinha

Sem que eu esperasse, ele puxou o meu braço, e ficou com uma expressão assustada ao ver o meu rosto molhado de lágrimas

-Luna, tu estás a chorar..-ele tentou aproximar se, mas eu dei um passo atrás

-Vou levar te à porta-a minha melhor amiga fez se ouvir, quando entrou no quarto de repente

-Não me vou embora, olha o estado dela!-o Miguel apontou para mim nervoso

-Eu fico com ela-a Valéria assegurou o mas ele pareceu ficar relutante em ir

-Eu não queria falar assim contigo, perdoa me por favor. Bate me se quiseres, mas não chores mais, é horrível ver te assim-ele parecia triste e realmente arrependido

-Vai te embora por favor, a Dalila deve estar á tua espera-a minha voz saiu baixa e um pouco trémula

A Valéria puxou o para fora do quarto e pouco depois ouvi a porta a bater. Deitei me na cama e comecei a soluçar, enquanto chorava sem parar

-Luna-a loira chamou me baixinho, a sua voz era doce

-Ela está a fazer tudo de novo, a roubar me as pessoas que mais amo, a vira las contra mim-a minha melhor amiga não disse nada, apenas me envolveu num abraço, oferecendo o seu ombro para eu chorar

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