Capitulo 28

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Acordei com o som da porta do meu quarto a ser fechada e quando abri os olhos vi um presente em cima da mesa de cabeceira. Abri a caixa com cuidado e encontrei um pijama igual ao que a Lia usava na noite anterior, só que do meu tamanho, e com ele estava um bilhete, que dizia: "Sei que vais dizer que é feio ouvir atrás da porta mas a verdade é que eu ouvi a tua conversa com a minha irmã, e vi o teu olhar encantado pelo pijama dela, por isso assim que acordei fui à mesma loja onde comprei o dela, para comprar um para ti. Tenho a certeza que ficas tão fofa como a Lia com ele vestido. Com amor, Miguel"

Voltei a fechar a caixa e levantei me da cama, apanhei o cabelo e dirigi me á cozinha para preparar o meu pequeno almoço

-Bom dia-arrepiei me ao ouvir a voz do Miguel atrás de mim

-Bom dia-cumprimentei sem olhar para ele

-Esse pijama fica te bem, mas tenho a certeza que o pijama que te ofereci te iria ficar melhor ainda-olhei para o meu pijama de morangos e depois olhei para ele

-Por falar nisso, a caixa está em cima da cama para ires buscar e devolver na loja-disse firme

-Porquê? Não gostaste? Eu posso trocar por outro, ou melhor podemos ir os dois e escolhes algo que gostes-senti o meu coração apertar ao ouvir as suas palavras

-Não, eu não quero que troques e muito menos ir contigo à loja. A questão não é eu não ter gostado, porque na verdade eu adorei, mas não quero mais receber presentes, eu só te quero esquecer que tu existes -a minha voz não passou de um sussurro

-Isso vai ser difícil, uma vez que vivemos juntos. E eu não vou parar de mandar presentes aos fins de semana e comprar te café nos dias de escola! Eu disse que iria provar que mereço uma segunda oportunidade e é isso que estou a fazer, sei que presentes não vão apagar o que eu fiz e é por isso que te tenho convidado para passares algum tempo comigo, para te lembrares do quão bom era estarmos juntos. E apesar de teres recusado todos os meus convites eu vou continuar a tentar, porque tenho esperança de um dia ouvir um "sim" da tua parte-o que ele disse apanhou me desprevenida e deixou me sem palavras

-Vou ver se a Lia já está acordada-foi a única coisa que consegui dizer antes de praticamente correr para fora da cozinha

Fui até ao quarto da menina e ela ainda dormia profundamente, agarrada ao seu peluche

-O nosso pai ofereceu lhe aquele urso quando ela tinha três anos. Dois anos se passaram e ela continua a dormir agarrada a ela-a voz rouca do rapaz de olhos azuis, como sempre, arrepiou me

-Ele morreu?-a minha curiosidade falou mais alto

-O quê? Claro que não! Ele vive em Portugal-culpei me imediatamente pela minha pergunta idiota

-Peço desculpa, eu não devia ter perguntado isto. Mas tu nunca me tinhas falado dele-fechei a porta do quarto da Lia e voltei para a cozinha

-Posso tomar o pequeno almoço contigo?-o Miguel perguntou quando eu pus a torrada na boca

-A casa é tua, podes fazer o que quiseres-respondi fingindo indiferença

-Eu sei, mas o que eu quis perguntar foi se querias a minha companhia-eu olhei para os seus lindos olhos azuis

-Para ser sincera não, mas tens todo o direito de tomares o pequeno almoço aqui e eu estou com preguiça de ir comer para outro lado. Por isso senta te e come, de preferência em silêncio-vi um sorriso iluminar o seu rosto

-Sempre tão delicada-ele comentou com ironia e eu apenas encolhi os ombros, voltando a prestar atenção à minha comida

Já estava a acabar de comer quando a Lia entrou na cozinha com cara de sono e a bocejar

-Bom dia-ela deu nos um beijinho na bochecha e sentou se

-O que é que queres comer?-perguntei

-Cereais-concordei, coloquei numa tigela leite e os cereais, e entreguei lhe

-Vou voltar a dormir-informei e voltei para o quarto

Deitei me na cama, tapei me e fechei os olhos, não demorei muito a cair num sono profundo

-Luna! Acorda!-mesmo ensonada, reconheci aquela voz rouca que me chamava

-Deixa me dormir! E sai do meu quarto-reclamei de olhos fechados e enrolei me mais no cobertor

-Já está na hora de almoço-ele informou

-Não quero comer-respondi e ele suspirou

-Mas tens de te alimentar, não podes ficar sem almoçar-ele tentou tirar me o cobertor mas eu não deixei

-Isso não é problema teu, sai daqui-pedi e ouvi o suspirar

-Enganas te, é problema meu sim! Porque me preocupo contigo, com a tua saúde-abri imediatamente os olhos

O Miguel sorria para mim, os sol que batia nele fazia com que os seus olhos azuis brilhassem mais e eu não conseguia deixar de pensar em como ele era bonito

-Vamos comer-disse por fim, e levantei me

-Pedi pizza, precisamos mesmo de ir às compras-ele comentou e eu concordei

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