Capítulo 5

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-Ainda estás na cama Luna? Levanta te agora!-a minha mãe entrou no quarto e destapou me

-Para quê mãe? Não tenho nada para fazer-resmunguei, escondendo o rosto na almofada

-Como não? Já estamos cá á mais de uma semana e tu quase não sais de casa. Porque é que não vais dar uma volta na praia?-ela sugeriu

-Não está bom tempo para entrar no mar-tentei tirar lhe a ideia da cabeça

-Ambas sabemos que mesmo que estivesse calor, tu não entrarias. Agora vai arranjar te, vou pedir ao Gonçalo para te levar-dei me por vencida e levantei me da cama, fazendo o que ela mandou

-Vamos?-o Gonçalo perguntou entrando no quarto sem avisar

-Não te ensinaram a bater à porta antes de entrar? Eu podia estar nua-resmuguei

-Não me importaria nada de ser privilegiado com a imagem do teu corpo nu-ele sorriu malicioso e eu atirei lhe uma almofada

-Deixa de ser pervertido e vamos!-disse saindo do quarto e ouvi o a rir se

Fomos a pé até á praia e assim que pisamos a areia, o Gonçalo parou e levou a mão à cabeça

-Esqueci me do telemóvel, vou rápido a casa. Tem cuidado ok? Não demoro-ele foi embora todo apressado

Descalçei me e andei até ao mar, por estar frio a praia estava vazia, fiquei a olhar para as ondas até que vi uma menina debater se na água. Fiquei assustada, sem saber o que fazer, não queria entrar na água, mas se não o fizesse aquela criança iria afogar se
Movida pela adrenalina entrei na água e nadei até aquela menina, senti o meu coração extremamente acelerado mas ignorei e ajudei a a sair do mar

Caí de joelhos na areia, todo o meu corpo doía e eu tentava respirar

-Lia tu estás bem? Eu disse te para não entrares na água!-ouvi uma voz masculina, ela parecia tão distante

-Aquela rapariga salvou me, mas ela não parece estar nada bem-a voz infantil, que sopus ser da menina que ajudei, fez se ouvir

-Tu estás bem?-o rapaz ajoelhou se á minha frente e com muito custo, eu olhei para ele- Concentra te em mim e respira devagar, faz como eu-fiz o que ele pediu e aos poucos fui me acalmando

-Obrigada-sussurrei

Ao olha lo com mais atenção percebi que aquele rosto me era familiar, era o rapaz do aeroporto

-Não tens de agradecer miúda do aeroporto, era o mínimo que podia ter feito depois de teres salvo a minha irmã-ele sorriu, o seu sorriso era bonito

-Tu estás encharcada! O que é que aconteceu? Estás bem? A tua mãe vai me matar-o Gonçalo apareceu de repente e pareceu ficar desesperado ao ver me naquele estado

-Está tudo bem-eu disse com um pequeno sorriso

Apesar de nós discutirmos muito, ele era muito cuidadoso quando se tratava deste meu trauma

-Vamos para casa, tens de tomar banho, senão vais ficar doente-ele pegou me no colo e eu acenei para o rapaz do aeroporto

-O que é que te aconteceu filha?-a minha mãe correu para perto do Gonçalo assim que nos viu entrar

-Vou tomar banho, mas depois vai ao quarto para conversarmos-pedi e ela assentiu

Já de banho tomado, eu encontrava me agora deitada por baixo dos cobertores

-Conta me o que aconteceu-a minha mãe pediu assim que se sentou na poltrona

-Eu vi uma criança a afogar se, e eu nadei até ela. Eu consegui nadar mãe!-não pude deixar de me sentir entusiasmada, esta era a primeira vez, em anos, que eu o conseguia fazer- Mas assim que saí da água o meu corpo todo começou a doer, achei que ia morrer. Depois apareceu um rapaz, acho que era irmão da menina, e ajudou me a acalmar me-a minha mãe olhava para mim sem acreditar

-Mas como? Ao longo destes anos, sempre que tinhas um ataque de pânico nada nem ninguém te conseguia fazer acalmar, só os comprimidos-ela disse confusa

-Eu também estou surpreendida mãe. Mas ele transmitia me uma paz tão grande-suspirei, sentindo me tonta por dizer tais palavras

-É melhor descansares meu amor, tiveste uma manhã atribulada-ela beijou a minha testa e saiu do quarto

Aquele par de olhos azuis não me saía da cabeça, aquele rapaz desconhecido despertou em mim sentimentos que eu não conseguia explicar.. E foi com esses pensamentos que acabei por adormecer

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