Meu coração quase saía pela boca toda vez que um novo trem parava na plataforma em que eu estava. Mas logo, um desânimo rápido invadia o meu peito quando eu dava uma percorrida com os olhos pelos imensos vagões e não o encontrava.
Quem eu esperava encontrar dentro de um dos vagões do trem era o meu melhor amigo, Daniel. Nos conhecíamos apenas virtualmente, trocando mensagens, mandando fotos e vídeos e nos divertindo ao máximo mesmo que por uma tela de celular. Me assustava pensar que nossa amizade já durava pouco menos que um ano e o frio na espinha de pensar em seus olhos azuis começou a preencher tudo o que pode se chamar de vértebra.
Meia hora depois, um novo trem chegou a plataforma e o meu coração — literalmente — disparou quando o encontrei em um dos vagões. O loiro saiu do trem e andou alguns passos, ele ainda não havia percebido a minha presença então eu dei uma corrida silenciosa e tentei segurar a ansiedade de gritar seu nome desesperadamente enquanto corria.
— Bo! — Gritei quando cheguei ao seu alcance e de início, ele levou um susto mas logo, aconteceu o que eu já esperava. Nos abraçamos. Nos beijamos. E não prevíamos ceder aos abraços e beijos um do outro tão cedo.
— Você não sabe como eu esperei por isso — Ele disse quando, quinze minutos depois, nos soltamos. Seus olhos fortemente azuis estavam marejados e os meus encharcados de lágrimas.
— Esperar? Você quer falar de esperar comigo, Daniel Andrew Sharman?
— Saí atrasado de casa — Coçou a nuca e pegou as malas de novo.
— Como já esperava — disse ficando na ponta dos pés para brincar com seus cabelos — Caramba, vai ser alto assim no filme do Avatar.
— Você que é baixa demais, eu tenho apenas um e oitenta e sete de altura.
— Apenas — Repeti, dando risada — Vamos, deixe que eu te ajudo com isso— Peguei algumas malas e começamos a andar.
— Quem te vê assim tão recatada do lar nem pensa que me bloqueou três vezes porque tentei te convencer que DC é muito melhor que Marvel.
— Estou vendo que vou ter que comprar sua passagem de volta agora mesmo.
Começamos a discutir sobre qual editora era melhor mas em menos de cinco segundos já estávamos rindo e conversando sobre outro assunto. Pegamos um táxi para meu apartamento e em minutos, estávamos no mesmo.
Daniel e eu estávamos cheios de energia então, ele só pôs as malas em qualquer lugar e fomos conhecer a cidade, e ele me permitiu te apresentar tudo o que era possível.
Tomamos sorvete, fomos a uma loja repleta de máquinas de jogos, parecemos crianças patéticas no Play Ground de um parque e tiramos diversas fotos. Quando o final de tarde chegou, retornamos para o apartamento.
— Que dia — Daniel disse e nos jogamos juntos no sofá.
— Que dia — Repeti. — Espero que tenha gostado.
— Eu amei — Ele disse me olhando, seus olhos viajaram nas minhas pupilas por diversos minutos até que disse — Só não amei tanto quanto eu te amo, (S/A), tem algum problema?
— Dependendo do quanto você me amar — disse em um tom brincalhão mas sua expressão estava levemente séria.
— Posso te mostrar o quanto eu te amo, você deixa? — Assenti — Fecha os olhos.
— Está maluco? — Perguntei rindo mas pela sua expressão, ele estava falando muito sério. Obedeci.
Assim que fechei os olhos senti o seu rosto se aproximar do meu e logo os seus lábios tocarem os meus. Começou com um simples selar mas logo eu senti sua língua encostando nos meus lábios e eu não pude recuar em tais situações.
Permiti que ele me beijasse, que encostasse suas mãos quentes e enormes nos meus cabelos e no meu rosto e eu repeti o que ele estava fazendo. Nos separamos para nos olhar.
— O que estamos fazendo? — Perguntei.
— Nos beijando. Você gostou?
— Muito, tipo, para valer mesmo.
— Isso é bom.
— Mas — Comecei receosa.
— Sempre tem um mas. Me desculpa. Foi precipitado, estamos nos vendo pela primeira vez e deve ser estranho para você. Eu te entendo. Se quiser eu posso arranjar um lugar para dormir amanhã para não ficar tão embaraçoso de noite.
Concordei em silêncio, e ele me perguntou se eu podia tomar um banho antes de ver um hotel pelo celular. Ele foi tomar seu banho e eu continuei sentada no sofá.
A cena de minutos atrás passava repetidamente na minha cabeça. O conhecia o suficiente para saber que o beijo não foi um ato de impulso, já que sua personalidade é algo haver com calculista e cuidadoso.
Não havia mentido sobre ter gostado do beijo e devo admitir que andava mentindo para mim mesma. Faziam meses que eu não me interessava por ninguém e se acontecia, eu não levava a diante. Daniel ocupava todo espaço do meu dia, dos meus pensamentos e do meu coração.
Precisava dizer isso a ele e foi quando a porta do banheiro abriu e um Daniel de pijama listrado apareceu secando o cabelo, eu corri até ele e o beijei desesperadamente.
— Espera aí, o que você está fazendo?
— Você não vai procurar nenhum hotel, Daniel.
— Vou ter que dormir na rua? — perguntou choramingando.
— Idiota — O abracei pela cintura, colocando o peso da minha cabeça no seu peito — Eu te amo muito.
— Ei — Ele levantou minha cabeça com as mãos — O único motivo de eu ter enfrentado todos esses quilômetros, é porque eu sabia que tinha encontrado o que estive procurando a minha vida toda. Não existe ninguém como você, (S/N)
A reação foi imediata, o beijo se misturou com lágrimas salgadas e o desejo de mais.
Eu o amava, e não deixaria que fosse embora tão cedo.
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Fiksi PenggemarAquele em que escrevo alguns imagines para divertir leitores. Copyright 2019 © trviaIove Todos os direitos reservados