I. Único como Kim Taehyung

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Jeongguk passava dias e noites naquela merda de bar.

Em alguns momentos estava fumando. Em outros, bebendo seu precioso whisky caríssimo. Foi pego até mesmo brigando e dando socos em um cara com o dobro de seu tamanho.

Ele faria de tudo para esquecer Kim Taehyung. Seu garoto de cabelos flamejantes e personalidade brilhante. Ele não estava aguentando aquela dor de ficar longe de seu pequeno, não por tanto tempo. Talvez, para sempre.

Era tudo tão doloroso.

Eles haviam se conhecido quando Jeon tinha fugido de sua mansão, cansado das merdas que passava com a família; ele queria mandar todos a merda e finalmente ser quem ele era, com suas tatuagens, seus cigarros e suas músicas.

Taehyung o ajudou.

O universitário um pouco mais baixo que si, um garoto cheio de esperança em um mundo que estava prestes a acabar com todas elas; o Kim tinha estrelas nos olhos e um brilho precioso no seu sorriso único.

Jeongguk ainda podia se lembrar do primeiro beijo, do seu primeiro contato com a boca sedosa do outro. Eles estavam em um parque, no meio da chuva, se divertindo como duas crianças inconsequentes. Jeon havia parado as brincadeiras para alimentar um dos seus maus hábitos, o fumo. Os dois garotos estavam em pé, um de frente para o outro, o ruivo apenas observando o moreno acender o cigarro e dar uma lenta tragada.

E, bum, aconteceu.

Jeon sentiu o cigarro sair de seus lábios em um mero instante, e no seguinte estar com seus lábios colados aos do Kim. E, puta merda, aquilo não podia ser real. Era tão bom, tão puro. Como ele podia estar sentindo aquilo, toda aquela pureza, se já havia sido contaminado pelo mundo podre? Jeongguk nunca teve nenhuma resposta para as suas inúmeras perguntas.

Agora, em meio ao bar praticamente vazio, ele estava sozinho, devastado. Destruído por dentro pelas palavras de meses atrás de Taehyung e acabado por fora pelos tapas que havia recebido de sua mãe.

Jeongguk era um fodido.

Um grito saiu da garganta do moreno e ele atirou angarrafa de whisky que estava em sua mão. Puta que pariu, ele só queria saber quando a sua vida despencou de tal maneira. Quando ele havia perdido aquilo que lhe era mais precioso.

Quando Kim Taehyung decidiu destroça-lo com suas palavras, tão afiadas quanto uma faca?

Em meio as lágrimas teimosas que saíam de seus olhos, Jeon se lembrou de todos os momentos que passaram até o fim. Dos próprios ferimentos que Taehyung cuidou com zelo, quando o moreno se machucava em uma briga idiota. Ou das vezes em que as cicatrizes do maior foram curadas pelo ruivo. Ou nas horas que o Kim passava noites ouvindo Jeon chorar em seu colo, tentando o acalmar.

Tudo para, no fim, esmagar o coração que já havia sido conquistado.

As palavras, as frases, as orações; tudo estava na cabeça pertubarda de Jeongguk. Todas elas de um vez.

O moreno guiou com força o próprio punho acertando a própria bochecha. Estava maluco. Começo a se debater, tentando, de forma falha, livrar-se daqueles sentimentos que o consumiam cada vez mais. Daquela dor avassaladora que destruia seu peito lentamente, que o esmagava de dentro pra fora.

Jeon precisava fumar mais do que o necessário, passava dias e dias bebendo, chegara ao coma alcoólico, já havia tido overdose por conta das drogas e dos remédios que ingeria; mas os deuses haviam o castigado, por todas as merdas, o fazendo ficar vivo e sofrer cada vez mais com as palavras de seu amado.

Ele faria de tudo para esquecer Kim Taehyung. Mesmo não querendo, mesmo sendo amaldiçoado a conviver com aquela merda de dor. Ele iria esquecer o ruivo, mesmo que por meros segundos.

Por isso Jeon mantinha seus maus hábitos, aqueles que haviam parado na sua época junto a Taehyung; o garoto que o montou apenas para quebra-lo mais ainda.

— Por que Kim? Por que fizeste isso comigo? — Seus gritos eram agonizantes. Jeongguk arremessava na parede qualquer coisa ao seu alcance. Vidros jogados no chão, bebidas derramadas, mesas e cadeiras quebradas.

Jeongguk só queria seu Kim Taehyung de volta. Sem palavras duras, sem sentimentos ruins.

Ele só queria ter Kim Taehyung em seus braços, podendo sentindo o calor do menor e ter aquele sorriso singular direcionado somente para si.

E, apesar da dor mortal, tudo parecia pior ao ver seu Taehyung aos beijos e carícias com outro.

Tudo parecia ao ver o Kim feliz enquanto sofria, se destruindo mais e mais.

Jeongguk realmente devia parar com os maus hábitos.

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⏰ Última atualização: Oct 28, 2018 ⏰

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Maus hábitos que ele insistia em seguirOnde histórias criam vida. Descubra agora