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O Suga tem seu jeito natural de mexer com as pessoas, fazê-las abrirem seu coração e contar até mesmo os segredos mais íntimos que possuem. Além do Iwa-chan, ele foi um dos poucos a quem confiei meus mais profundos dilemas, permiti que minhas crises existenciais acontecessem na sua frente e reclamei do passado, sem ocultar detalhe nenhum – nem mesmo o nome – das minhas fracassadas paixonites da puberdade.
Olhei para o garoto de madeixas escuras sentado ao meu lado, ele ergueu o olhar, parecendo confuso com aquilo. Hajime estava sempre por perto, ele sabia exatamente o que eu sentia e mesmo não compreendendo bem, aceitava, independente do que eu fosse dizer ou fazer sabia que sempre poderia contar com ele.
— O que foi, Oikawa? Sua expressão idiota tá me distraindo. — Disse no cotidiano tom rabugento dele.
Fui um pouco para o lado, encostando a cabeça em seu ombro, o fraco cheiro da colônia que dei para ele a alguns anos — e ele usa desde então, comprando uma nova sempre que acaba — chegando ao meu nariz. Respirei fundo, adorava aquele aroma e por mais que nunca admitisse em voz alta, ele era meu favorito.
O rapaz pôs a mão em meus cabelos, fazendo uma carícia leve ali, sorri minimamente fechando os olhos e aproveitando a sensação. Estava se tornando tão comum ele ser carinhoso comigo, eu gostava disso. O toque dele era tão simples e íntimo, ao menos tempo que era tão caloroso quando atrevido da sua parte, era tão bom tê-lo como melhor amigo.
— No que estava pensando? — Inquiriu baixo, ele me conhecia tão bem.
— Estava lembrando do meu relacionamento com o Suga, ele era tão bom pra mim…
— Vocês nunca tiveram um relacionamento, Oikawa, eram só amigos. Ele gosta do Daichi. — Afastou-se lentamente, largando meu cabelo. Semicerrei os olhos, virando a cabeça para o lado e analisando o modo que ele estava.
Hajime encarava as próprias mãos agora, mantendo a expressão fechada. O clima entre nós havia se tornado estranho subitamente, mas não me importei com aquilo naquele momento. Sorri triste.
— Amizade não é um tipo de relacionamento, Iwa-chan?
— Você parece meio triste, Oikawa-kun. Aconteceu alguma coisa? — Suga agachou-se na minha frente, o rosto mostrava preocupação e odiei-me por deixá-lo assim.
Ele sentou-se ali mesmo, na grama, da mesma forma que eu fazia, sem se importar por estar ou não sujando sua roupa. Aquela não era a primeira vez que nos encontrávamos naquele campo e muito menos seria a última.
— Chegou tarde! Faz tempo que mandei aquela mensagem. — Falei com um bico nos lábios. Abracei minhas próprias pernas, não precisei olhá-lo para ter certeza de que erguera a sobrancelha e estava com seu calmo sorriso no rosto.
O garoto tocou minha cabeça, acariciando-a levemente, o toque era tão quente, mas tão distante.
— Desculpa, eu vi a pouco, estava com o Daichi e meu celular estava carregando lá no quarto. — Disse, fiquei tentado a perguntar se já estavam namorando ou continuavam a enrolar e negar como se não tivessem nada, mas não era da minha conta. Ergui a cabeça, olhando em seus olhos e sentindo um pouco da angústia que havia no meu peito se esvair. — O que houve... Você.... Estava chorando, Oikawa?
Tocou minhas bochechas com aquelas mãos macias e finas que não condiziam nenhum pouco com um jogador de vôlei, ainda mais com um levantador. Abri um sorriso triste, meu lábio tremendo levemente ao tentar responder.
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𝘖𝘴 𝘢𝘮𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘧𝘳𝘢𝘤𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘖𝘪𝘬𝘢𝘸𝘢 𝘛𝘰𝘰𝘳𝘶
FanfictionOikawa Tooru amou sem medo de ser magoado, não foram poucas vezes e nem correspondido, mas isso não o abateu, não desistiu, não até aquele momento. "Eu devo estar enlouquecendo."