Menção a masturbação (embora não o ato não seja completamente realizado). Apenas no texto em itálico
> Gentis
> perturbados— Ei, o que houve com você, Oikawa? — A voz alta e estressada de Hajime me acordou, fazendo com que eu me desse conta da realidade cruel em que me encontrava, os olhos ardendo e embaçados por acordar tão de repente. A pergunta intercalava entre diversas áreas da minha mente, deixando-me tanto encabulado quando desanimado, mesmo depois de tanto tempo ainda doía, mas não era tão insuportável.
Sentei na cama, assustado e com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, a coluna já não se encontrava ereta e sim curvada sobre um travesseiro que puxei com agressividade para meu colo, a respiração pesada saindo entrecortada pelos meus lábios rachados devido a pouca água que eu consumia. O colchão parecia mais duro do que realmente era e o vazio que existia ao meu lado era dolorosamente perceptível.
Respirei fundo, sentindo a brisa fria da manhã entrar pela janela aberta — travada na mesma posição a alguns meses, nunca tive vontade de mexer nela; “depois eu conserto, não se preocupe” — a cortina fina e cinza voando para frente e para trás pelo vento, em um ritmo lento que me hipnotizou por alguns segundos, distraindo-me do dilema moral que tanto me afligia.
Droga. Eu quase conseguia ouvir o riso caótico do destino, informando que eu era um idiota, um bobo por acreditar que ele queria me entregar um final feliz.
— Cômico e cruel, não é? — Perguntei para o nada, sabendo que ninguém ouviria minha pergunta e não havia quem responder.
Apoiei a mão no estômago subitamente nauseado com o que sonhei, lembranças incômodas assolavam aos meus pensamentos e me assombravam. Deixando-me com o leve desejo de terminar com tudo, acabar de vez com tudo o que havia perdido a graça com o passar dos meses.
Três anos.
Três malditos anos de uma falsa esperança, ansiando no meu mais escondido ínfimo para que tudo não passasse de um pesadelo e ele me acordasse com um tapa, como fazia todas as manhãs, aguardava, às vezes, quando chegava tarde do trabalho, que ele estivesse me esperando na cozinha enquanto preparava alguma coisa para comer e se obrigava a preparar para mim também, para que eu não lhe roubasse. Sempre tão irritado pelo que acontecia na sua faculdade, desesperançoso algumas vezes, porém, nunca o suficiente para que ousasse desistir.
— Oikawa. — Alguém sussurrou melodioso, tirando-me de devaneios utópicos sobre situações que jamais voltariam a acontecer. A decisão de seguir em frente era o que me restava, aquele que chegara era meu apoio emocional, invadindo em um momento improvável, mas perfeito.
Foi apenas o meu nome, chamado baixinho naquele quarto parcialmente escuro, mas foi o suficiente para me fazer estremecer, causar sensações que há muito tempo não sentia. No entanto, não era a voz dele, não era Hajime. Nunca mais seria.
Foi com uma mistura desconexa de emoções que virei para onde vinha o som, decepção, desespero, curiosidade e até mesmo um pouco de alegria, por não estar sozinho, nenhum deles estando presente o suficiente para que eu me sentisse bem. Tadashi me encarava, apoiado no batente da porta, parecendo surpreso em me ver acordado, os olhos escuros percorriam meu corpo de forma sonolenta, como se estivesse acabado de acordar também, os cabelos castanhos bagunçados. Não havia se dado o trabalho de pentear.
— O que faz aqui em casa? — Perguntei confuso e o sardento sorriu pequeno, apoiando a mão no quadril.
— Fui ao bar com os caras noite passada. Kuroo me deixou dormir com ele. Te incomoda?
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𝘖𝘴 𝘢𝘮𝘰𝘳𝘦𝘴 𝘧𝘳𝘢𝘤𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘖𝘪𝘬𝘢𝘸𝘢 𝘛𝘰𝘰𝘳𝘶
FanfictionOikawa Tooru amou sem medo de ser magoado, não foram poucas vezes e nem correspondido, mas isso não o abateu, não desistiu, não até aquele momento. "Eu devo estar enlouquecendo."